A missão da Doutrina Espírita é convidar-vos à viagem interior na busca do Ser profundo que somos, de tal forma que nos identifiquemos com a Misericórdia Divina que brilha em nós, através da consciência que registra as Leis de Deus.

A peregrinação da alma, no invólucro material, é para encontrar o porto da paz.

Não vos desespereis, quando cairdes, tropeçando nas heranças perturbadoras do passado de provas no planeta de expiações.

Bendizei a dor, exaltando a glória mirífica do mandado de Jesus que veio para aqueles que sofrem, o Amigo jovial de quem não tem amigos, Aquele que nos disse ternamente:

- Vinde a mim, tomai sobre vós o meu jugo, recebei o meu fardo... Meu jugo é suave, meu fardo é leve. Vinde, eu vos aliviarei!

Irmãs, irmãos, filhas e filhos da alma: urge o momento da nossa transformação moral para melhor.

Não postergueis a hora da renovação interna. Talvez amanhã seja demasiado tarde.

O Evangelho diz: “Eia, agora!” e, a Luz do mundo, que é Jesus, aponta-nos o rumo de libertação dos elos escravocratas, que nos jungem às paixões asselvajadas.

Crede, Cristo triunfa, e Seus mensageiros chamam-vos ao ministério de redenção espiritual.

Há muita dor, sem dúvida! O desespero cavalga a agonia, mas Cristo é o vencedor que transformou a cruz da ignomínia em asas sublimes de redenção.

Amai a qualquer preço!

Dai-vos ao amor e o Amor vos dirá o que deveis fazer da existência, multiplicando, porque é a virtude sublime que quanto mais se esparge mais se multiplica.

Ide em paz de retorno aos vossos lares e realizai o autoamor, permitindo-vos penetrar pela suave e doce presença de Jesus que a todos nos ama e até hoje nos espera.

           Muita paz, filhas e filhos.

          São os votos dos amigos espirituais da Casa de André Luiz e do amigo paternal e humilde de sempre,

          Bezerra.                        (Bezerra de Menezes)        

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao término da conferência pública no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 04 de setembro de 2014.

Não pude estar em Brasília para acompanhar o sepultamento de suas vestes carnais, conforme gostaria, em virtude de compromissos inadiáveis assumidos anteriormente com o movimento médico espírita. Mas as minhas vibrações seguiram, e mesmo de longe, acompanhamos nossa querida Maria Euny e familiares nesses últimos momentos de despedida no plano material.

Felizes, Nestor, os servidores do Cristo que, como você, tem algo a levar no alforje nessa grande viagem que empreende agora à verdadeira pátria, após as duras refregas da existência terrestre. Revendo sua trajetória missionária, com tantos exemplos de humildade e simplicidade, nós, do movimento médico espírita queremos expressar-lhe especialmente nossa gratidão por seu empenho e trabalho árduo em levar ao mundo a série André Luiz em diversos idiomas. Guardaremos também no coração a sua luta contra o aborto, particularmente expressa na visita feita ao Parlamento brasileiro em 2005  para marcar o posicionamento conjunto FEB,  AME e  Abrame em defesa da vida.

Leve com você a nossa gratidão e os votos a Jesus por sua felicidade espiritual.

Da irmã sempre grata,

Marlene

A desencarnação de Masoti deixa um rastro de lembranças muito saudáveis quando na presidência da FEB. Sua atuação serena e ponderada, firmeza e respeito à diversidade nos enfrentamentos naturais do movimento espírita leva-nos a intenso sentimento de gratidão pela extensa folha de serviços prestada ao movimento espírita nacional e internacional. É um trabalhador que retorna, levando consigo a experiência e a bagagem de quem fez o melhor ao seu alcance, deixando um vasto legado de exemplos. Obrigado Nestor. Fica com nosso abraço!

As palavras não fazem justiça aos sentimentos e emoções que me envolvem ao falar de Nestor Masotti, em minha opinião um dos homens mais admiráveis que tive oportunidade de conhecer nesta encarnação. Nestor tocou o meu espírito com seu exemplo e por sua imensa bondade.

Seu amor pela doutrina que abraço é imensurável e seu trabalho pelo movimento Espírita Internacional deixou uma marca sem igual.

Lembro em particular de um dia em 2009 durante a Reunião do Conselho Espírita Internacional (CEI) na cidade de Liège na Bélgica. Foi nessa cidade que conheci Nestor, ele como Secretário Geral do CEI.

Era a minha primeira experiência com o movimento espírita internacional como recém nomeada presidente do Conselho Espírita Canadense (CSC). Chegava ali ainda tateando no escuro mas com muita vontade de trabalhar pelo país que agora chamo de minha casa.

Após dois dias de reuniões partimos todos para um castelo em Wégimont, um lugar muito lindo, para o encerramento das atividades planejadas pelo movimento espírita Belga, coroado por uma palestra de nosso querido Divaldo Franco.

Antes de deixarmos o local, chovia muito, todas a malas dos participantes faziam a decoração de um grande salão no castelo. Eu achei um lugarzinho quieto e ali sentei em um degrau de escada. O local estava meio escuro e a não ser por uma ou outra pessoa que vinha pegar suas malas, não havia mais ninguém.

Levei um susto quando vi que o Nestor se aproximava e sentava ao meu lado.

Ele, com sua voz grave, séria e muito circunspecto, perguntou : « E então Sandra, o que você achou ? »

Eu olhei para ele e disse, « Sabe que ainda não sei o que estou fazendo aqui ? »

Nestor deu uma gargalhada tão grande que seu corpo forte foi jogado para tráz e disse : « Eu também não… »

E assim ele começou a contar sua história e seu início no espiritismo e no movimento espírita em São Paulo até chegar na presidência da FEB e do CEI.

Foram 15 minutos que, para mim, demoraram uma eternidade e uma grande amizade, admiração, respeito e, por que não, amor despertavam em meu coração.

Nestes anos de convivência com o Nestor, tive a oportunidade de ser convidada por ele e por César Perri, a participar das atividades da FEB em Brasília. Fui criada em Brasília e sempre voltava para visitar minha mãe que ainda morava lá. Em 2009 tive a benção de conviver com « minha família FEB » por 3 meses. Todos me receberam com carinho, em particular o Nestor. Depois desse ano, todos os anos seguintes, sempre que voltava à Brasília eu tinha o prazer de conviver com o meu lar espírita na FEB. Através desses contatos, a amizade com Nestor e sua família foi se estreitando e a minha admiração por ele só crescia.

Ficamos muito felizes de receber o Nestor aqui no Canadá quando veio com toda a diretoria do CEI para a reunião geral do CEI em 2012. Infelizmente e para nosso choque, logo depois Nestor ficou doente e teve que se afastar de suas atividades espíritas. Quando suas forças foram se recuperando aos poucos, pude conversar com ele pelo telefone em várias ocasiões, ele sempre paciente e feliz de poder me ouvir e aconselhar, com sua sabedoria e bondade impar. Sua aparência frágil pela doença desaparecia ao som de suas palavras fortes, de um espírito com uma determinação imensurável.

Sei que fui abençoada de ter sido inspirada por Nestor, um espírito de muita luz !

Acredito que nos reencontramos nesta vida pois o sentimento de familiaridade foi imediato e só cresceu mais ainda na medida que conheci melhor sua família, sua esposa querida Maria Euny, seus filhos Miriam, Mário e Mariane, sua nora Sibeli, seu genro Rubinho e suas netas. Eles são o rastro de luz que ele deixa para todos nós, exemplos vivos do que é uma família onde o amor, a compreensão e os ensinos de Jesus são postos em prática todos os dias.

Tenho certeza que Nestor estará logo de volta ao  trabalho, agora ajudando no mundo espiritual. Como sua filha Mariane me disse ao telefone outro dia :  “Agora ele vai poder estar mais perto de voces e trabalhar pelo movimento espírita internacional, que ele gostava tanto. “

Seu trabalho como grande divulgador do espiritismo em todo o mundo foi uma verdadeira lição de comprometimento com a nossa querida doutrina. Graças a Nestor e todos aqueles que participam do CEI, temos hoje um grande número de livros essenciais traduzidos para o inglês e muitas outras linguas. Nestor foi a mola mestre nesse trabalho e seu legado irá beneficiar muitas gerações de espíritas em todo o mundo.

Aqui o meu coração pulsa com gratidão, amor e respeito por esse espírito que, com muita honra, posso chamar de meu amigo querido, Nestor.

Sandra Mussi

Há algum tempo, em Roma, os jornais noticiaram que um jovem pai lançou seu filho Ivano, um bebê deformado, de uma ponte do rio Tibre.

Meu filho nunca me teria perdoado se eu o tivesse deixado viver somente para sofrer, disse o pai, justificando a sua atitude.

Numa pesquisa de opinião, realizada por jornalistas europeus, na capital italiana, na ocasião, foi verificado que setenta e seis pessoas entre cem tendem à eliminação dos atípicos, porque pensam que a vida na Terra não é feita para sofrer.

Em 10 de maio de 1912, em Nova York nasceu o menino Henry Viscardi Jr. Filho de um barbeiro, imigrante italiano, ele não tinha as duas pernas. No seu lugar, apenas dois cotos, exatamente como o pequeno Ivano.

Seus pais o amaram e o criaram com duplicado carinho.

Até os vinte e cinco anos de idade, ele não tinha mais do que um metro de altura e andava, graças a umas botas enormes, que pareciam luvas de boxe.

Frequentava a universidade, custeando os seus estudos, trabalhando como juiz de basquetebol, garçom e repórter.

Aos vinte e seis anos passou a utilizar pernas artificiais.

A operação foi gratuita. O médico lhe disse: Um dia, faça alguma coisa por outros deficientes. Então, a dívida estará quitada.

Casado e com filhos, Henry se tornou presidente de uma indústria de peças de automóveis, competindo no grande mercado industrial de Nova York.

O importante a salientar, em sua indústria, é que todos que ali trabalhavam, desde o presidente ao faxineiro, eram deficientes físicos ou mentais.

Tetraplégicos, em macas, usavam alguns dedos das mãos. Senhoras com deficiência mental confeccionavam trabalhos, num perfeito desafio à dignidade humana.

Ele escreveu um livro, que se tornou um verdadeiro best-seller, em todo o mundo: Nós poderemos vencer. A primeira página é dedicada à sua mãe. A apresentação da obra é feita pela senhora Eleanor Roosevelt, esposa do ex-presidente americano Theodore Roosevelt.

E aí, nos perguntamos: Será que o pequeno Ivano, lançado ao Tibre, não teria nascido para fazer na Europa o que o seu colega Henry realizou nos Estados Unidos?

Será que, se deixado viver, não teria mostrado ao mundo que o Espírito suplanta a matéria e a domina?

*   *   *

Os deficientes enviam recados à sociedade humana. Recados que transmitem com dignidade, sem reclamações, acreditando no crescimento do hoje.

Recados como este: estão se preparando para assumir papéis na vida familiar e na vida social, bastando que recebam uma chance. Bastando que as portas não se fechem para eles.

Estão nas escolas e nas oficinas de treinamento. Andam ou são conduzidos pelas ruas, transportando suas pastas com material de estudo ou com instrumentos de trabalho.

Conseguiram confiar em si mesmos, e estão dispostos a fazer duplo esforço para contribuir no desenvolvimento do seu potencial existente ou restante.

Observemos quantos exemplos de extraordinária superação física e mental. Pensemos nisso e nos disponhamos, sempre, a investir na vida.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, pt.
1 e no cap. 3, pt. 2, do livro As aves feridas na Terra
voam, de Nancy Puhlmann Di Girolamo, ed. Terra Azul.
Em 5.9.2014.