Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

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Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo, SP.

Envio: Ismael Gobbo (SP) e Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba (SP)

 

 

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1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo).

 

 

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Publicação em sequência

O Livro dos Espíritos

 

 

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(Texto Copiado do site Febnet)

 

O homem encarnado possui  espírito, perispírito e corpo físico. O desencarnado só não tem o corpo.

Imagem/fonte: http://www.samaritanos.com.br/2014/03/02/o-perispirito

Jerônimo Mendonça- o Gigante Deitado

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Matéria do jornal Momento Espírita do CEAC-Bauru:

Educação Espírita

 

 

 

 

Registro. Temporada 2015 Rio de Janeiro

Rio Bonito, RJ

 

 

25-08-2015

 

Na noite da última terça-feira, 25 de agosto, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco realizou uma conferência pública na cidade de Rio Bonito, Estado do Rio de Janeiro, no Esporte Clube Fluminense, com um público de cerca de mil pessoas.

Abordando o tema sobre a felicidade, Divaldo narrou a estória comovente de dois médicos norteamericanos, os doutores Tadeu Merlin e Tadeu J. Müller. O primeiro, materialista e ainda no início de sua carreira médica, foi chamado a atender uma senhora pobre que estava iniciando o trabalho de parto em sua residência no subúrbio de Los Angeles. Após o nascimento da criança, o jovem médico notou-lhe o defeito congênito em seu pé. Pensou, por um momento, na possibilidade de realizar a eutanásia, como meio de evitar o sofrimento na vida do recém-nascido e também na da mãe . Mas, a sua consciência ordenou-lhe recuar na decisão de exterminar aquela vida. Várias décadas mais tarde, esse mesmo médico enfrentou o doloroso desafio de ver sua pequena neta vitimada por uma doença degenerativa incurável e fatal. Após visitar os melhores especialistas dos Estados Unidos e da Europa, sem nenhum prognóstico animador, ouviu dizer sobre um jovem médico do interior de seu país, cujas pesquisas apontavam para um tratamento e possível cura daquela rara enfermidade. O Dr. Tadeu Merlin entregou sua neta aos cuidados e tratamento do jovem colega, que logrou a integral cura da menina. Esse jovem médico, Dr. Tadeu J. Müller, era aquela mesma criança que nasceu com o defeito congênito no pé, pelas mãos do Dr. Merlin, que, por um momento, pensou em exterminar-lhe a existência por meio da eutanásia.

Essa narrativa serviu como base para as reflexões em torno do que é, afinal, a felicidade. Costumeiramente, assinalou o conferencista, não fruímos o momento presente, projetando as nossas possibilidades de sermos felizes para o futuro, sob condições que nem sempre realizam-se ou, mesmo, são impossíveis de se concretizar.

Divaldo recordou que a definição de felicidade e os meios de se conquistá-la sempre foram objeto de análise dos filósofos e cientistas. Desde a Antiguidade Clássica que os pensadores analisam a questão e propõem teorias sobre o assunto. Na sequência, foram analisadas as quatro principais propostas filosóficas sobre o que é a felicidade.

A primeira, fundada nos ensinos de Epicuro de Samos, que defendia que a felicidade estaria no "ter" (coisas, posição social, fama etc). Mas, essa hipótese seria desmentida pelos tormentos que carregam muitos daqueles que têm posses e também os consumistas.

A segunda, criada por Diógenes de Sinope, que dizia que as pessoas tinham medo de perder as suas posses, o que lhes causava angústia e outros transtornos, de maneira que a felicidade consistiria em não ter nada. Considerando, no entanto, que muitos são verdadeiramente escravos até daquilo que não tem, criando ambições, expectativas, que lhes obstaculizam o fruir da felicidade,  essa teoria, então, não poderia subsistir.

A terceira, fundada nos ensinamentos do Estoicismo, criado por Zenão de Cítio, propunha que a felicidade estaria na coragem de enfrentar-se a dor moral e física sem queixas, sem esmorecimento, sem sofrer, abandonado ao destino, impassivamente. Essa teoria também não poderia corresponder à vivência da real felicidade, uma vez que os seres humanos ainda trazemos em nós diversos conflitos, passamos por desafios, e que a dor ainda faz parte de nossas experiências evolutivas. 

Enfim, Divaldo analisou a proposta do filósofo grego Sócrates, que afirmou que a felicidade consiste em "ser". Sócrates, perfeitamente consciente de que o ser humano é o Espírito imortal, que está na Terra temporariamente, utilizando-se de um corpo físico para realizar o seu processo evolutivo, ensinava que os indivíduos deveriam buscar conhecerem-se a si mesmos, a sua realidade espiritual, a fim de encontrarem a real felicidade.

Nesse sentido - destacou o palestrante-, Allan Kardec, na obra O Livro dos Espíritos, apresentou a orientação segura dos Espíritos nobres para que os seres humanos buscassem o autoconhecimento e a autoiluminação, a fim de que pudessem eliminar de si mesmos as imperfeições morais e, assim, gozar de harmonia, paz e, portanto, de felicidade.

Divaldo recordou que os eminentes psiquiatras Carl Gustav Jung e Viktor Frankl estabeleceram que, para ser feliz, é necessário que o indivíduo estabeleça um sentido psicológico profundo para sua existência, que seria o amor, e, fazendo uma ponte entre a Ciência e o Espiritismo, o palestrante ressaltou que a proposta espírita está toda embasada nos ensinamentos ético-morais do Evangelho de Jesus, cujos ensinamentos estão centrados na lei de Amor.

A conferência foi encerrada com uma vibrante exaltação à vida, ao Amor, à gratidão e à felicidade, com os  lindos versos da poetisa Amélia Rodrigues.

 

Texto: Júlio Zacarchenco

Fotos: Luismar Ornelas de Lima

 

 

(Informação recebida em email de Jorge Moehlecke)

 

 

Registro. Divaldo Pereira Franco na Casa de Espanha

Rio de Janeiro, RJ

 

 

DIVALDO FRANCO - TEMPORADA 2015 NO RIO DE JANEIRO

 

Em continuidade das atividades doutrinárias no Estado do Rio de Janeiro, o médium e orador espírita Divaldo Franco realizou, na última quarta-feira, dia 26 de agosto, um seminário na Casa de Espanha, no Humaitá, com a presença de 1600 pessoas.

O seminário foi realizado em três módulos e dois intervalos.

Tomando por base a obra "O Cavaleiro da Armadura Enferrujada", de autoria de Robert Fisher, Divaldo propôs uma análise da problemática do ego e da necessidade de a criatura humana alterar a sua conduta moral para melhor.

Para que fosse possível realizar essa viagem de estudo sobre o autodescobrimento e a autoiluminação mais facilmente, foram apresentados ao público alguns conceitos da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, tais como o consciente, o inconsciente coletivo e o individual, os arquétipos, o ego, o Self, a sombra.

Em seguida, o orador passou à análise específica da estória contida no livro referido.

Tratava-se de um cavaleiro que, ao longo de muitos anos, habituou-se a manter-se vestido com sua armadura de ferro, a qual acabou por  se enferrujar. Ele era casado e tinha um filho, mas o seu relacionamento com a família era muito distante e difícil. Após uma discussão com a esposa, aborrecido, decidiu o cavaleiro afastar-se do domicílio e realizar uma viagem. Nesta viagem, ele passou a ter contato com alguns outros personagens, com os quais se relacionou e que o ajudaram a refletir sobre a própria existência. Por fim, o cavaleiro considerou que deveria retirar a armadura, o que não conseguiu de imediato, uma vez que ela já se encontrava muito enferrujada. Um dos personagens disse-lhe que seria necessário atravessar uma determinada trilha, onde encontraria três castelos: o do silêncio, o do conhecimento e o da vontade e ousadia. Seria-lhe necessário permanecer um certo tempo em cada um deles, para se lhes aprender as lições, a fim de que  ele pudesse seguir para o seguinte.Nesse processo, passando por cada castelo, o cavaleiro foi introjetando os diferentes ensinamentos, refletindo sobre a própria vida, conhecendo mais de si mesmo, ao tempo em que ele passou a mudar de pensamentos, de comportamentos, e , com isso, a armadura, de parte em parte, começou a cair de seu corpo, até que ele viu-se totalmente liberado dela.

Divaldo esclareceu que a viagem do cavaleiro pela trilha, visitando cada um daqueles castelos, é bem a viagem de autodescobrimento e de autoiluminação de todos nós, que trazemos as nossas máscaras, as personas a que se referia Carl Gustav Jung.

Ao longo de nossa jornada evolutiva, criamos em nós condicionamentos negativos, que tornaram-se uma segunda natureza em nós, passamos a usar máscaras que compõem a nossa personalidade, que usamos para agradar as convenções sociais. E assim, perdemos o contato com o nosso ser profundo, a nossa realidade espiritual.

Conforme afirmou o orador, é necessário que façamos a viagem interior, em busca do conhecimento da Verdade, dessas leis divinas que estão escritas em nós, para que tomemos consciência de que somos Espíritos imortais e de que a nossa meta psicológica profunda deve ser amar, vencendo os nossos medos e dúvidas, eliminando as nossas imperfeições morais e estabelecendo-se, assim, a conexão entre o ego e o Self.

Divaldo encerrou o seminário afirmando que o amor - a si mesmo e aos outros-, é a única solução para os nossos problemas e que, ao expandirmos a nossa visão espiritual, por meio dos processos de autoconhecimento e autoiluminação, passaremos a perceber o mundo maravilhoso em que vivemos e todas as bênçãos divinas de que somos beneficiários, de modo que as nossas queixas diminuirão e um profundo sentimento de gratidão à vida e a Deus extravasará  de nossos corações.

 

Texto: Júlio Zacarchenco

Fotos: Luismar Ornelas de Lima

 

 

(Informação recebida em email de Jorge Moehlecke)

 

 

Palestra no Seara Espírita Joanna de Ângelis

Campinas, SP

 

 

(Informação recebida em email de SEJA-Divulgação [divulgacao@searajoannadeangelis.org.br])

 

 

Programação de palestras com Manolo Quesada

Setembro/2015

 

 

(Informação recebida em emails de Manolo Quesada e de Regina Bachega)

 

 

Programação da 38ª Jornada Espírita de

Assis, SP

 

 

Local: Instituto de Difusão Espírita 

Praça Nicolau Carpentieri, 50 - Vila Xavier - Assis - SP

 

Aos sábados, às 20 horas

 

As palestras serão precedidas por apresentações musicais



​Haverá, no local, a Mini Feira ​do Livro Espírita e a Banca de Trocas de livros usados

 

 

Dia 5/09  :   JOSÉ LÁZARO BOBERG, de Jacarezinho (PR)

Tema      :   "Peça e receba - o universo conspira a seu favor"

 

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Dia 12/09 :   MICHELE RIBEIRO DE MELO, de Tupã (SP)

Tema       :   "Eurípedes Barsanulfo - apóstolo do Amor"

 

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Dia 19/09 :   JOSÉ MARIA SOUTO, de Marília (SP)

Tema       :   "Elucidações doutrinárias"

 

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Dia 26/09 :   DÁRIO BONFIM, de Santo Anastácio (SP)

Tema       :   "O Céu e o Inferno - 150 anos"

 

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Dia  3/10  :  3º ENCONTRO DE CORAIS

Local: CINEMA MUNICIPAL DE ASSIS

            Rua Brasil, 15 – esquina com a Rua Floriano Peixoto

 

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Realização: União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo-Intermunicipal de Assis

 

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(Informação recebida em email de Francisco Atilio Arcoleze [atilio.arcoleze@gmail.com])

 

 

Palestra no Centro Espírita Francisco de Assis

Avanhandava, SP

 

CONVITE de PALESTRA

Centro Espirita Francisco de Assis - Avanhandava

Rua Tibiriçá nº 522

convida a todos para assistirem a palestra que a

 

 

NILVA  ZAMBOM.

 

DA CIDADE DE

PROMISSÃO

 

Farão  nesta quarta-feira dia 02-09-2015

Às  20,00  horas

Tema:

"  VIVEMOS DE APARÊNCIAS "

 

(Informação recebida em email de Luiz Antonio da Silva [luizsilva.ava@hotmail.com])

 

 

Programação do Centro Espírita Allan Kardec

Penápolis, SP

 

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Se não desejar receber este Boletim Semanal, envie-nos a palavra "Cancelar" para allankardecpenapolis@gmail.com , pelo que agradecemos.​


--

 

Centro Espírita Allan Kardec

Avenida Luís Osório, 1262

Penápolis - SP

allankardecpenapolis@gmail.com

https://www.facebook.com/allankardecpenapolis

 

2015, 150 anos do livro O Céu e o Inferno

 

(Informação recebida em emails de João Marchesi Neto e de Centro Espírita Allan Kardec)

 

 

Ciclo de palestras Lizst Rangel

Região dos Lagos, RJ

 

 

(Informação recebida em emails de Nelio Luzze e  de Renê Magalhães [reneadolfo@demagalhaesgomes.com.br])

 

 

Informações e programações do

“Light and peace spiritist centre”Adelaide, Austrália.

 

Acesse:

http://www.lightandpeace.org/

 

 

 

 

Revista eletrônica semanal “O Consolador”

Londrina, PR

 

Acesse:

www.oconsolador.com.br

 

 

 

 

Informativo Elo Fraterno

Editado por Décio Bressanin

 

INFORMATIVO ELO FRATERNO PANORÂMICO 322

TRÊS LAGOAS/MS – 1º a 4/setembro/2015

Envie eventos: decio.bressanin@gmail.com

 

 

EVENTOS DA SEMANA E FUTUROS VEJA EM:

http://www2.quatromaosdeluz.com.br/

 

ESTE INFORMATIVO ESTÁ NA ÍNTEGRA EM:

http://www.infopanespirita.wordpress.com

 

 

 

 

Kardec rádio (em inglês)

Baltimore, EUA

 

Acesse:

www.kardecradio.com

 

 

 

 

Bons frutos

Adelvair David

Jales, SP

 

Reclama o homem a sua liberdade, a de fazer e expressar-se como bem entende e de assim ser respeitado.

É necessário analisar com cuidado este pensamento, pois que, o homem tende a conduzir para os seus interesses tudo o que lhe massageia o orgulho e a vaidade.

A mediocridade costuma erguer um altar de culto a si mesma, acredita-se na direção certa e expõe-se a situações que podem trazer grandes comprometimentos futuros, assim, onde deveria haver satisfação colhe-se aborrecimentos e rechaços. No templo, em Delfos, a inscrição conhece-te a ti mesmo traduz uma das sagradas virtudes a se alcançar, o autoconhecimento.

Asseverou Jesus que: “uma arvore má não pode produzir bons frutos”. Antes de enveredar-se pelos caminhos que a ambição propõe melhor refletir se já se está capacitado ou se se possui o carisma que a posição almejada exige, do contrário, as reações, muito naturais das pessoas e os insucessos, mergulharão o candidato num clima de dissabores e desentendimentos.

Geralmente, aquele que não possui as qualidades ideais para este ou aquele empreendimento pessoal, sente-se perseguido pela opinião alheia, acha sempre que todos ou alguns estão contra seus desejos, lhe boicotando a caminhada. Mesmo que assim seja, é prudente não se lançar a qualquer realização antes de meditar, refletir... É muito comum que para que a árvore produza ela sofra “antes” a poda, para que os novos ramos surjam com todo o vigor e o viço necessário, e possam suportar o peso dos possíveis frutos que virão. Galhos velhos e defeituosos não aguentam o peso do desafio que os frutos propõem.

Por isso, pessoas despreparadas não suportam críticas e não possuem valores suficientes para manterem de pé o que estão tentando construir. Ao espelhar-se em quem está a caminho e acertando, bom lembrar que ao desejar imitar os seus feitos, não se lhe pode copiar os bons sentimentos. A sinceridade de propósitos e a verdade nas ações é que estão dando vida ao que eles estão produzindo.

Melhor trabalhar e aguardar o tempo próprio para florescer, pois ser livre não é atirar-se a fazer de tudo, mas a fazer bem e melhor o que se está fazendo, para que a vida propicie novos convites ao candidato ao sucesso.

EXEMPLIFICANDO A VERDADEIRA GRANDEZA, JESUS SE FEZ PEQUENO, SIGAMO-LO.

 

Narciso. Óleo sobre tela de Michelangelo Caravaggio.  Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Narciso#mediaviewer/File:Michelangelo_Caravaggio_065.jpg

 

 

A lição a Nicodemos

 

Do livro Boa Nova;

ditado pelo espírito Humberto de Campos;

pela psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Editora FEB

 

 

     Em face dos novos ensinamentos de Jesus, todos os fariseus do templo se tomavam de inexcedíveis cuidados, pelo seu extremado apego aos textos antigos. O Mestre, porém, nunca perdeu ensejo de esclarecer as situações mais difíceis com a luz da verdade que a sua palavra divina trazia ao pensamento do mundo. Grande número de doutores não conseguia ocultar o seu descontentamento, porque, não obstante suas atividades derrotistas, continuavam as ações generosas de Jesus beneficiando os aflitos e os sofredores. Discutiam-se os novos princípios, no grande templo de Jerusalém, nas suas praças públicas e nas sinagogas. Os mais humildes e pobres viam no Messias o Emissário de Deus, cujas mãos repartiam em abundância os bens da paz e da consolação. As personalidades importantes temiam-no.

     É que o profeta não se deixava seduzir pelas grandes promessas que lhe faziam com referência ao seu futuro material. Jamais temperava a sua palavra de verdade com as conveniências do comodismo da época. Apesar de magnânimo para com todas as faltas alheias, combatia o mal com tão intenso ardor, que para logo se fazia objeto de hostilidade para todas as intenções inconfessáveis. Mormente em Jerusalém que, com o seu cosmopolitismo, era um expressivo retrato do mundo, as idéias do Senhor acendiam as mais apaixonadas discussões. Eram populares que se entregavam à apologia franca da doutrina de Jesus, servos que o sentiam com todo o calor do coração reconhecido, sacerdotes que o combatiam abertamente, convencionalistas que não o toleravam, indivíduos abastados que se insurgiam contra os seus ensinos.

     Todavia, sem embargo das dissensões naturais que precedem o estabelecimento definitivo das idéias novas, alguns espíritos acompanhavam o Messias, tomados de vivo interesse pelos seus elevados princípios. Entre estes, figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da inteligência. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios, procurou a Jesus, em particular, seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora. O Messias estava acompanhado apenas de dois dos seus discípulos e recebeu a visita com a sua bondade costumeira.

     Após a saudação habitual e revelando as suas ânsias de conhecimento, depois de fundas meditações, Nicodemos dirigiu-se-lhe respeitoso:

     —  Mestre, bem sabemos que vindes de Deus, pois somente com a luz da assistência divina poderíeis realizar o que tendes efetuado, mostrando o sinal do céu em vossas mãos. Tenho empregado a minha existência em interpretar a lei, mas desejava receber a vossa palavra sobre os recursos de que deverei lançar mão para conhecer o Reino de Deus!

     O Mestre sorriu bondosamente e esclareceu:

     — Primeiro que tudo, Nicodemos, não basta que tenhas vivido a interpretar a lei. Antes de raciocinar sobre as suas disposições, deverias ter-lhe sentido os textos. Mas, em verdade devo dizer-te que ninguém conhecerá o Reino do Céu, sem nascer de novo.

     — Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? - interrogou o fariseu, altamente surpreendido. - Poderá, porventura, regressar ao ventre de sua mãe?

     O Messias fixou nele os olhos calmos, consciente da gravidade do assunto em foco, e acrescentou:

     — Em verdade, reafirmo-te ser indispensável que o homem nasça e renasça, para conhecer plenamente a luz do reino!...

     —  Entretanto, como pode isso ser? — perguntou Nicodemos, perturbado.

     — És mestre em Israel e ignoras estas coisas? — inquiriu Jesus, como que surpreendido. — É natural que cada um somente testifique daquilo que saiba; porém, precisamos considerar que tu ensinas. Apesar disso, não aceitas os nossos testemunhos. Se falando eu de coisas terrenas sentes dificuldades em compreendê-las com os teus raciocínios sobre a lei, como poderás aceitar as minhas afirmativas quando eu disser das coisas celestiais? Seria loucura destinar os alimentos apropriados a um velho para o organismo frágil de uma criança.

      Extremamente confundido, retirou-se o fariseu, ficando André e Tiago empenhados em obter do Messias o necessário esclarecimento, acerca daquela lição nova.

 

***

 

     Jerusalém quase dormia sob o véu espesso da noite alta. Silêncio profundo se fizera sobre a cidade. Jesus, no entanto, e aqueles dois discípulos continuavam presos à conversação particular que haviam entabulado. Desejavam eles ardentemente penetrar o sentido oculto das palavras do Mestre. Como seria possível aquele renascimento? Não obstante os seus conhecimentos, também partilhavam da perplexidade que levara Nicodemos a se retirar fundamente surpreendido.

     — Por que tamanha admiração, em face destas verdades? — perguntou- lhes Jesus, bondosamente. — As árvores não renascem depois de podadas? Com respeito aos homens, o processo é diferente, mas o espírito de renovação é sempre o mesmo. O corpo é uma veste. O homem é seu dono. Toda roupagem material acaba rota, porém, o homem, que é filho de Deus, encontra sempre em seu amor os elementos necessários à mudança do vestuário. A morte do corpo é essa mudança indispensável, porque a alma caminhará sempre, através de outras experiências, até que consiga a imprescindível provisão de luz para a estrada definitiva no Reino de Deus, com toda a perfeição conquistada ao longo dos rudes caminhos.

     André sentiu que uma nova compreensão lhe felicitava o espírito simples e perguntou:

     — Mestre, já que o corpo é como que à roupa material das almas, por que não somos todos iguais no mundo? Vejo belos jovens, junto de aleijados e paralíticos..

     — Acaso não tenho ensinado — disse Jesus — que tem de chorar todo aquele que se transforma em instrumento de escândalo? Cada alma conduz consigo mesma o inferno ou o céu que edificou no âmago da consciência. Seria justo conceder-se uma segunda veste mais perfeita e mais bela ao espírito rebelde que estragou a primeira? Que diríamos da sabedoria de nosso Pai, se facultasse as possibilidades mais preciosas aos que as utilizaram na véspera para o roubo, o assassínio, a destruição? Os que abusaram da túnica da riqueza vestirão depois as dos flâmulos e escravos mais humildes, como as mãos que feriram podem vir a ser cortadas.

     — Senhor, compreendo agora o mecanismo do resgate — murmurou Tiago, externando a alegria do seu entendimento. — Mas observo que, desse modo, o mundo precisará sempre do clima do escândalo e do sofrimento, desde que o devedor, para saldar seu débito, não poderá fazê-lo sem que outro lhe tome o lugar com a mesma dívida.

     O Mestre apreendeu a amplitude da objeção e esclareceu os discípulos, perguntando:

     — Dentro da lei de Moisés, como se verifica o processo da redenção?

     Tiago meditou um instante e respondeu:

     — Também na lei está escrito que o homem pagará “olho por olho, dente por dente".

     — Também tu, Tiago, estás procedendo como Nicodemos — replicou Jesus com generoso sorriso. — Como todos os homens, aliás, tens raciocinado, mas não tens sentido. Ainda não ponderaste, talvez, que o primeiro mandamento da Lei é uma determinação de amor. Acima do "não adulterarás", do "não cobiçarás", está o "amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração e de todo o entendimento". Como poderá alguém amar o Pai, aborrecendo-lhe a obra? Contudo, não estranho a exigüidade de visão espiritual com que examinaste o texto dos profetas. Todas as criaturas hão feito o mesmo. Investigando as revelações do céu com o egoísmo que lhes é próprio, organizaram a justiça como o edifício mais alto do idealismo humano. E, entretanto, coloco o amor acima da justiça do mundo e tenho ensinado que só ele cobre a multidão dos pecados. Se nos prendemos à lei de talião, somos obrigados a reconhecer que onde existe um assassino haverá, mais tarde, um homem que necessita ser assassinado; com a lei do amor, porém, compreendemos que o verdugo e a vítima são dois irmãos, filhos de um mesmo Pai. Basta que ambos sintam isso para que a fraternidade divina afaste os fantasmas do escândalo e do sofrimento.

 

***

 

     Ante as elucidações do Mestre, os dois discípulos estavam maravilhados. Aquela lição profunda esclarecia-os para sempre.

     Tiago, então, aproximou-se e sugeriu a Jesus que proclamasse aquelas verdades novas na pregação do dia seguinte. O Mestre dirigiu-lhe um olhar de admiração e interrogou:

     — Será que não compreendeste? Pois, se um doutor da lei saiu daqui sem que eu lhe pudesse explicar toda a Verdade, como queres que proceda de modo contrário, para com a compreensão simplista do espírito popular? Alguém constrói uma casa iniciando pelo teto o trabalho? Além disso, mandarei mais tarde o Consolador, a fim de esclarecer e dilatar os meus ensinos.

     Eminentemente impressionados, André e Tiago calaram as derradeiras interrogações. Aquela palestra particular, entre o Senhor e os discípulos, permaneceria guardada na sombra leve da noite em Jerusalém; mas, a lição a Nicodemos estava dada. A Lei da Reencarnação estava proclamada para sempre, no Evangelho do Reino

 

Crepúsculo em Jerusalém, Israel. Foto Ismael Gobbo

Teto dourado na Igreja da Flagelação com uma coroa de espinhos entrelaçada por flores.

Jerusalém, Israel. Foto Ismael Gobbo

Jesus e Nicodemus em aquarela de James Tissot.

Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Brooklyn_Museum_-_Interview_between_Jesus_and_Nicodemus_%28Entretien_de_J%C3%A9sus_et_de_Nicod%C3%A8me%29_-_James_Tissot.jpg

Estrada de Jerusalém para Belém. Foto Ismael Gobbo

 

 

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