Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, sábado, 07 de fevereiro de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

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Parcerias

 

 

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Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo)

 

 

Atenção

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NOTA SOBRE O ENVIO DESTE BOLETIM

 

ESTAMOS PRESTES A RESTABELECER O ENVIO DE EMAILS COM TODO CONTEÚDO DO BOLETIM DE NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA ESTAMPADO NO PRÓPRIO CORPO DO E  MAIL NA FORMA COMO SEMPRE FIZEMOS. ULTIMAMENTE PASSAMOS POR PROBLEMAS TÉCNICOS DE VÁRIAS ORDENS QUE DE CERTA FORMA PREJUDICARAM O BOM ANDAMENTO DOS  NOSSOS TRABALHOS.  ISMAEL  GOBBO 

 

 

OS ULTIMOS 5 EMAILS ENVIADOS:

 

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06-02-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/FEVEREIRO/06-02-2015.htm

05-02-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/FEVEREIRO/05-02-2015.htm    

04-02-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/FEVEREIRO/04-02-2015.htm    

03-02-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/FEVEREIRO/03-02-2015.htm

02-02-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/FEVEREIRO/02-02-2015.htm

 

 

 

 

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo- Cap. XVI,  1 - 2

Não se pode servir a Deus e a Mamon

 

 

Salvação dos ricos

 

     1. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (Lucas, 16:13.)

     2. Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: “Bom Mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna?” — Respondeu-lhe Jesus: “Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos.” “Que mandamentos?” — retrucou o mancebo. Disse Jesus: “Não matarás; não cometerás

adultério; não furtarás; não darás testemunho falso. Honra a teu pai e a tua mãe e ama a teu próximo como a ti mesmo.” O moço lhe replicou: “Tenho guardado todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade. Que é o que ainda me falta?” — Disse Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me.” Ouvindo essas palavras, o moço se foi todo tristonho, porque possuía grandes haveres. Jesus disse então a seus discípulos: “Digo-vos em verdade que bem difícil é que um rico entre no Reino dos Céus. Ainda uma vez vos digo: É mais fácil que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no Reino dos Céus.”15 (Mateus, 19:16 a 24; Lucas, 18:18 a 25; Marcos, 10:17 a 25.)

 

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, FEB.  Texto copiado do site Febnet e da obra citada)

 

A adoração de Mamon. Pintura de Evelyn de Morgan.

Imagem/fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Matthew_6:24#mediaviewer/File:The_worship_of_Mammon.jpg

 

 

 

Muitas formas de louvar ao Senhor

 

Louvar a Deus pode significar o ato de glorificar, adorar ao Criador. Também a demonstração de reverência e amor ao Todo Poderoso.

De um modo geral, quando se menciona louvor a Deus, a mente nos remete a religiosos enclausurados em conventos e mosteiros, que dedicam sua vida a cantar hinos, à meditação e preces.

Entretanto, ao nos reportarmos à prece, verificamos que é louvor, pedido e agradecimento.

Será possível ao homem comum, com família, profissão, tantos deveres a atender, externalizar louvor ao seu Criador?

Recordamos de um criado que vivia na abadia de Whitby, na Inglaterra, no século VII.

Era um homem dócil, silencioso e desajeitado. De canto, por exemplo, não tinha a menor noção. Quando chegava a hora de cantar, nos dias de festa, temeroso de que o convidassem, deixava o recinto e ia se trancar no seu quartinho.

Certo dia em que a abadessa convidou as freiras para os cânticos sagrados, o humilde servidor se afastou, tímido, do refeitório e se dirigiu ao estábulo da abadia...

Sentou-se em um monte de feno, pensando na sua incapacidade para cantar os hinos sacros. Entristecido com a própria insignificância, adormeceu e sonhou.

Sonhou que um homem, formoso e imponente, lhe aparecia no estábulo. Olhava-o com ternura, e, sorrindo, insistia para que ele cantasse.

Tu podes, Cedmon! – Dizia o homem. Canta a obra da Criação!

Cedmon começou a cantar, como jamais fizera. Quando estava para terminar, acordou. Impressionado com o que sonhara, lembrando-se de todos os detalhes, terminou o hino.

Com toda a simplicidade, procurou a abadessa e lhe contou o ocorrido, repetindo-lhe a composição.

Ao ouvi-lo, a abadessa lhe disse que ele recebera de Deus um dom especial para a poesia.

E lhe deu algumas passagens da Bíblia para que ele compusesse versos. Tão bem ele se desincumbiu da tarefa, ao fim do dia, que ela o colocou num mosteiro, como monge, para que se desse ao estudo das escrituras.

Cedmon se tornou o autor das mais antigas poesias escritas em língua inglesa. Seus versos eram de uma força desconhecida. A doçura, mais o poder de expressão, davam-lhe um toque celestial.

Ele encontrara uma forma diferente de louvar ao Senhor.

*   *   *

Há muitas formas de louvar ao Criador de todas as coisas. Pode-se orar, enaltecendo as tantas bênçãos ofertadas, diariamente, pelo Pai de bondade.

Pode-se compor versos expondo a beleza da natureza; ou peças musicais, que embevecerão corações, unindo-os ao louvor.

Pode-se gravar em uma tela, com a maestria de quem domina a arte da pintura, o encanto de uma paisagem, um pôr de sol em cores laranja, vermelho e ouro.

Pode-se utilizar a arte da fotografia para deter digitalmente o alvorecer de um dia de luz, um pinheiro solitário à beira do caminho, distribuindo pinhas a aves e homens.

Pode-se servir da cinematografia e oferecer ao mundo êxtases de beleza, unindo fotografia, animação, música.

Sim, há muitas formas de louvar ao Criador incriado, ao Pai de todos nós.

Louvar é divulgar, mostrar, anunciar, propagar, publicar o que é belo, grandioso no mundo: plantas, árvores, animais, seres humanos. A grandiosidade da vida.

Pensemos nisso e optemos pela melhor forma de louvarmos a Deus, nosso Pai, gratos pela vida que nos foi dada a viver.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11, 
do livro 
Mediunidade dos santos, de Clóvis Tavares, 
ed. IDE.
Em 5.2.2015
.

 

 

(Copiado do site Feparana)

 

Amanhecer na região de Carambeí, PR.  Foto:  Ismael Gobbo

 

 

16º. Congresso Estadual de Espiritismo da USE/SP

Santos, SP

 

ACESSE TODAS AS INFORMAÇOES AQUI:

http://congressousesp.com.br/

 

 Fonte Luminosa  9 de Julho, Praça das Bandeiras, Praia do Gonzaga. Santos, SP

Foto Ismael Gobbo

 

 

Palestra com Gerson Simões Monteiro

Rio de Janeiro, RJ

 

Dia 8 de fevereiro de 2015.

ANIVERSÁRIO 94 ANOS DO

Centro Espírita Amor à Verdade - Rua Felipe Cardoso, nº 922 - Santa Cruz – RJ

 

(Informação recebida em email de vicepresidente@radioriodejaneiro.am.br)

 

 

Cursos no Centro Espírita “Casa do Caminho”

São Paulo, SP

 

Olá, amigos.

 

 

Convidamos todos para os cursos da professora Eduarda  Toscano e do doutor Benedito Figueiredo que serão realizados amanhã, sábado, dia 7, no Centro Espírita Casa do Caminho, Rua Itapeva 131, Bela Vista, São Paulo.

 

O primeiro:

PAULO E ESTEVÃO À LUZ DO ESPIRITISMO

das 09h00 às 10h30

 

 

O segundo: 

EDUCAÇÃO À LUZ DO EVANGELHO

das 11h00 às 13h00

 

Esperamos todos com muita alegria.

 

Abraços.

ethome

 

**********************

CURSO: PAULO E ESTEVÃO À LUZ DO ESPIRITISMO

Dia: 07 de fevereiro (sábado)

Duração: das 09h00 às 10h30

Professor: Dr. Benedito Figueiredo

 

 

Público Alvo: Curso livre, dirigido à todos os interessados em conhecer a história, os feitos e a

 caminhada de PAULO e ESTEVÃO.

 

 

******************************

 

 

CURSO: EDUCAÇÃO À LUZ DO EVANGELHO

Dia: 07 de fevereiro (sábado)

Duração: 2 horas, das 11h00 às 13h00

Professora: Eduarda Toscano

 

Público Alvo: Trabalhadores da Casa do Caminho, professores e alunos que

 se interessam em estudar os acontecimentos atuais à luz de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

 

 

(Informações recebidas em email de Eliana Thomé)

 

 

Palestra programada para o C.E. Capitão Vendramini

Três Corações, MG

 

 

(Informação recebida em email de Centro Espírita Capitão Vendramini [cevendramini@gmail.com])

 

 

Você pode e deve

 

 “... Tudo é possível ao que crê.” (Marcos – 9:23)

 

       Você desejaria ser um pomar. Ante a dificuldade de consegui-lo, torne-se uma árvore frondosa e acolhedora, florida e frutescente.

*

       Você gostaria de ser uma fonte refrescante. Não o logrando, transforme-se num vaso de água fria e aplaque  sede de alguém.

*

       Você anelaria ser a montanha altaneira a apresentar horizontes infinitos ao homem que a conquistasse. Diante da impossibilidade, seja um degrau humilde para a ascensão de quem ambiciona a glória estelar.

*

       Você pretendia possuir um Sol emboscado no coração, a fim de clarear os viandantes da noite. Em face do impedimento, acenda uma lâmpada de esperança no caminho de um desalentado.

*

       Você programa um jardim de bênçãos para o enriquecimento da paisagem dos homens. Não o conseguindo, converta-se numa flor abençoando, erecta e perfumosa, o chavascal dos desesperados.

*

       Você ambicionava as gemas preciosas da madre da Terra, a  fim de diminuir a dor e a miséria dos caminhos da aflição. Não as possuindo, distenda a palavra de renovação como pérola de inimaginável valor, soerguendo quem se recusa a levantar para prosseguir na luta.

*

       Você pensava em escrever poemas de engrandecimento à vida, enriquecendo as mentes e os corações com painéis de luz e sabedoria. Impedido de fazê-lo por lhe faltarem os requisitos essenciais, redija uma carta singela com expressões de amor, a quem se encontra na curva da queda e perdeu a confiança na afeição dos outros.

*

       Você esperava a melhoria das criaturas e do mundo. Decepcionado por não haver lobrigado alcançar essa difícil meta, erija no altar dos sentimentos um santuário à fraternidade e ao dever superior.

*

       Não desista do bem, não desfaleça no bem, não duvide da vitória do bem.

       Insculpa-o no imo da vida e seja uma expressão do bem em triunfo, convertido, embora, num “grão de mostarda” que, todavia, produzirá estímulos vigorosos para o bem de todos.

Obra: “Momentos de Decisão”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Marco Prisco

(Texto recebido em email da divulgadora Ana Maria Spranger Luiz, RJ)

Parque del Prado, Montevidéu, Uruguai. Foto Ismael Gobbo

 

 

Homenagem

Auta de Souza

12-09-1876 / 07-02-1901

 

 

Auta de Souza.

Imagem http://pt.wikipedia.org/wiki/Auta_de_Souza

 

"Auta de Souza nasceu em Macaíba, pequena cidade do Rio Grande do Norte, em 12 de setembro de 1876; educou-se no colégio "São Vicente de Paula", em Pernambuco, sob a direção de religiosas francesas; e faleceu em 7 de fevereiro de 1901, na cidade de Natal. Uma biografia simples como os seus versos e o seu coração...

 

Ela não conheceu os obstáculos que encheram de tormento a existência de Marcelline Desborde-Valmore. Desde muito cedo, porém, sentiu todo o horror da morte. Aos quatorze anos, quando lhe apareceram os primeiros sintomas do mal que a vitimou, não havia senão sombras em seu espírito; era já órfã de pai e mãe, tendo assistido ao espetáculo inesquecível do aniquilamento de um irmão devorado pelas chamas, numa noite de assombro.

 

Assim, desde a infância, o destino lhe apareceu como um enigma sem a possibilidade de outra decifração que o luto.

 

Salvaram-na do desespero a fé religiosa e o resignado exemplo da ignorada heroína para quem escreveu o soneto A minha Avó, publicado neste volume.

 

Horto é, pois, a história de uma grande dor. Formou-o a autora recordando, sentindo, penando.

 

Em casa, o luto sucessivo; no colégio, as litanias da Igreja; mais tarde, no campo, onde passou o melhor tempo da atormentada existência, a paisagem triste do sertão nos longos meses de seca, a compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia, a saudade dos diversos lugares em que esteve em busca de melhoras aos padecimentos físicos...

 

Tudo isso concorreu muitíssimo para agravar a maravilhosa sensibilidade, de seu temperamento de mulher; e essa sensibilidade, à medida que a doença aumentava, se ia tornando mais profunda, fazendo de um ser fragílimo o intérprete de inúmeros corações desolados.

 

A primeira edição do Horto, publicada em 1900, esgotou-se em dois meses. O livro foi recebido com elogios pela melhor crítica do país; leram-no os intelectuais com avidez; mas a verdadeira consagração veio do povo, que se apoderou dele com devoto carinho, passando a repetir muitos de seus versos ao pé dos berços, nos lares pobres e, até, nas igrejas, sob a forma de "benditos" anônimos.

 

Auta, sem pensar e sem querer, reproduzira a lápis, na chaise longue onde a prostrara a doença, as emoções mais íntimas de nossa gente: encontrará no próprio sofrimento a expressão exata do sofrimento alheio.

 

E antes de finar-se ouviu da boca de centenas de infelizes muitos dos versos que traçara com os olhos lacrimosos, não raro para esquecer o desgosto de se sentir vencida em plena mocidade.

 

Não teve cultura literária vasta.

 

Recordando cenas da meninice, vejo-a neste momento, aos oito anos, curvada sobre as paginas da História de Carlos Magno, outrora muito popular nas fazendas do Norte, livro cheio de façanhas inverossímeis, sem medida, sem arte, escrito no pior dos estilos, - mas delicioso para quem o conheceu na infância.

 

Lia-o Auta no campo, os olhos ingenuamente maravilhados, para o mais ingênuo dos auditórios, composto de mulheres do povo e de velhos escravos, todos filhos d'esse formoso sertão que exerceu em seu espírito tão salutar influência.

 

Depois, chegou a vez das Primaveras, de Casimiro de Abreu.

 

Um pouco mais tarde, no colégio, não leu outra cousa que os compêndios de estudo e as obras de prêmio, de feição religiosa e sentimental.

 

Nesse tempo, o seu livro predileto foi um romance profundamente triste, Tebsima, episódio lendário da primeira Cruzada.

 

Ao sair do internato, onde aprendera bem as línguas francesa e inglesa e adquirira boas noções de música e de desenho, começou a ler alguns autores brasileiros, especialmente Gonçalves Dias e Luiz Murat.

 

Estes dois grandes sonhadores, porém, não tiveram ação decisiva sobre seu espírito. Não sei mesmo como ela, que detestava a feitura clássica de certos estilos, podia ler com satisfação crescente o poeta dos Tymbiras. Nunca me explicou também o motivo por que os versos tumultuosos de Luiz Murat constituíam verdadeiro encanto para a sua alma tão meiga, tão cheia de religiosa ternura.

 

Nos últimos anos, as horas que podia dispensar ao convívio dos autores, consagrava-as aos místicos, a Th. de Kempis, a Lamartine, a S. Theresa de Jesus. A estes, associava Marco Aurélio, cujos Pensamentos muito concorreram para aumentar a tolerância e a simpatia com que encarava os seres e as cousas.

 

Tal é a história da sua formação intelectual.

 

Pode-se, entretanto, dizer sem exagero que o sofrimento foi o seu melhor guia.

 

A influência das Irmãs de "São Vicente de Paula" é visível em todo o livro.

 

O próprio estilo, simples e claro desde as primeiras poesias, parece-me um produto do esforço das mestras que lhe corrigiram os temas escolares, com o bom senso e a medida dos franceses.

 

Mas, sem a dor que lhe requintou a fé, Auta certamente não teria encontrado a forma com que deu cor e relevo às visões de seu misticismo. Assim, o Horto, em vez de uma coleção didática de salmos católicos, encerra, com a tristeza de um pobre ser cruelmente ferido pelo destino, perturbado em face do mistério da vida, a queixa universal do sofrimento humano.

 

Nos últimos versos, nota-se a estranha serenidade espiritual a que chegou nos derradeiros dias, inspirando aos que a visitavam a mais religiosa veneração.

 

Via-se-lhe, então, a alma através os olhos brilhantes sem torturas, sem lágrimas.

 

Naquele corpo desfeito, tão leve que uma criança pudera conduzir, havia agora um coração resignado de mártir, sentindo profundamente o nada da vida, mas sem horror à morte. Realizaram-se o seu desejo:

 

"Não vês? Minh'alma é como a pena branca
"Que o vento amigo da poeira arranca
"E vai com ela assim, de ramo em ramo,
"Para um ninho gentil de gaturamo...
"Leva-me, ó coração, como esta pena
"De dor em dor até à paz serena."

A tormenta se desfizera ao pé do túmulo; e do naufrágio em que se abismou esta singular existência, resta o Horto, livro de uma santa."

 

HENRIQUE CASTRICIANO
Paris, 4 de Agosto de 1910.


(Extraida da 3ª edição do livro HORTO, 1936)

 

Auta de Souza
do livro Auta de Souza

 

Nasceu em Macaíba, então Arraial, depois cidade do Rio Grande do Norte a 12 de setembro de 1876, era magrinha, calada, de pele clara, um moreno doce à vista como veludo ao tato. Era filha de ELOI CASTRICIANO DE SOUZA, desencarnado aos 38 anos de idade e de Dona HENRIQUETA RODRIGUES DE SOUZA, desencarnada aos 27 anos, ambos tuberculosos. Antes dela ter completado 3 anos ficou órfã de mãe e aos 4 anos de pai. A sua existência, na terra foi assinalada por sofrimentos acerbos. Muito cedo conheceu a orfandade e ainda menina, aos dez anos, assistiu a morte de seu querido irmão IRINEU LEÃO RODRIGUES DE SOUZA, vitimado pelo fogo produzido pela explosão de um lampião de querosene, na noite de 16 de fevereiro de 1887.

 

Auta de Souza e seus quatro irmãos foram criados em Recife no velho sobrado do Arraial, na grande chácara, pela avó materna Dona SILVINA MARIA DA CONCEIÇÃO DE PAULA RODRIGUES, vulgarmente chamada Dindinha e seu esposo FRANCISCO DE PAULA RODRIGUES, que desencarnou quando Auta tinha 6 anos.

 

Antes dos 12 anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Estância, onde recebeu carinhosa acolhida por parte das religiosas francesas que o dirigiam e lhe ofereceram primorosa educação: Literatura, Inglês, Música, Desenho e aprendeu a dominar também o Francês, o que lhe permitiu ler no original: Lamartine, Victor Hugo, Chateubriand, Fénelon.

 

De 1888 a 1890, a jovem Auta estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé, na leitura constante do Evangelho.

 

Aos 14 anos, ainda no Educandário Estância, em 1890, manifestaram-se os primeiros sintomas da enfermidade que lhe roubou, em plena juventude, o viço e foi a causa de sua morte, ocorrida na madrugada de 7 de fevereiro de 1901 - Quinta-feira à uma hora e quinze minutos, na cidade de Natal, exatamente com 24 anos, 4 meses e 26 dias de idade. Os médicos nada puderam fazer e Dindinha retornou com todos para a terra Norte-Rio Grandense. Ei-los todos em Macaíba. Foi sepultada no cemitério do Alecrim e em 1906, seus restos mortais foram transladados para o jazigo da família, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua terra natal.

 

O forte sentimento religioso e mesmo a doença não impediram de ter uma vida absolutamente normal em sociedade.

 

Era católica, mas não submissa ao clero. Ela não se macerou, não sarjou de cilícios a pele, não jejuou e jamais se enclastou. Era comunicativa, alegre, social. A religiosidade dela era profunda, sincera, medular, mas não ascética, mortificante, mística. Seu amor por Jesus Cristo, ao Anjo da Guarda, não a distanciaram de todos os sonhos das donzelas: Amor, lar, missão maternal. Com 16 anos, ao revelar o seu invulgar talento poético, enamorou-se do jovem Promotor Público de Macaíba, João Leopoldo da Silva Loureiro, com a duração apenas de um ano e poucos meses. Dotada de aguda sensibilidade e imaginação ardente dedicava ao namorado amor profundo, mas a tuberculose progredia e seus irmãos convenceram-na a renunciar. A separação foi cruel, mas apenas para Auta. O Promotor não demonstrou a menor reação.... É verdade que gostava de ouvi-la nas festas caseiras a declamar com sua belíssima voz envolvente, aveludada e com ela dançar quadrilhas, polcas e valsas, mas não era o homem indicado para amar uma alma tão delicada e sonhadora como Auta de Souza. Faltava-lhe o refinamento espiritual para perceber o sentimento que extravasava através dos olhos meigos da grande Poetisa.

 

Essa sucessão de golpes dolorosos, marcou profundamente sua alma de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma fé ardente e um profundo sentimento de compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia. Era vista lendo para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos, as páginas simples e ingênuas da "História de Carlos Mágno", brochura que corria os sertões, escrita ao gosto popular da época.

 

A orfandade da Poetisa ainda criança, o desencarne trágico de seu irmão, a moléstia contagiosa e a frustração no amor, esses quatro fatores amalgamados à forte religiosidade de Auta, levaram-na a compor uma obra poética singular na História da Literatura Brasileira "Horto", seu único livro, é um cântico de dor, mas, também, de fé cristã. A primeira edição do Horto saiu do prelo em 20 de Junho de 1900.

 

O sofrimento veio burilar a sua inata sensibilidade, que transbordou em versos comovidos e ternos, ora ardentes, ora tristes, lavrados à sombra da enfermidade, no cenário desolador do sertão de sua terra.

 

Em 14 de novembro de 1936, houve a instalação da Academia Norte-Rio Grandense de Letras, com a poltrona XX, dedicada a Auta de Souza.

 

Livre do corpo, totalmente desgastado pela enfermidade, Auta de Souza, irradiando luz própria, lúcida e gloriosa alçou vôo em direção à Espiritualidade Maior. Mas a compaixão que sempre sentira pêlos sofredores fez com que a poetisa em companhia de outros Espíritos caridosos, visitasse, constantemente a crosta da terra. Foi através de Chico Xavier, que ela, pela primeira vez revelou sua identidade, transmitindo suas poesias enfeixadas em 1932, na primeira edição do "PARNASO DE ALÉM TÚMULO", lançado pela Federação Espírita Brasileira.

 

Em sua existência física, Auta de Souza foi a AVE CATIVA que cantou seu anseio de liberdade; o coração resignado que buscou no Cristo o consolo das bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra. Além do túmulo, é o pássaro liberto e feliz que, tornado ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à FÉ e a CARIDADE, indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.

 

 

(Textos Copiado do site Feparana)

 

 

O Senhor Vem...

 

Auta de Souza

Auta de Souza

 

E eis que Ele chega sempre de mansinho.

Haja sol, faça frio ou tempestade;

Veste o manto do amor e da verdade,

E percorre o silêncio do caminho.

 

Vem ao nosso amargoso torvelinho,

Traz às sombras da vida a claridade,

E os próprios sofrimentos da impiedade,

São as bênçãos de luz do seu carinho.

 

Como o Sol que dá vida sem alarde,

Vem o Senhor que nunca chega tarde,

E protege a miséria mais sombria.

 

Ele chega. E o amor se perpetua...

É por isso que o homem continua,

Ressurgindo da treva a cada dia.

 

Do livro “Parnaso do Além Túmulo”. Psicografado por Francisco Cândido Xavier)

 

(Copiado do site:

(http://www.autoresespiritasclassicos.com/Chico%20Xavier/1/Chico%20Xavier%20%28Esp%C3%ADritos%20Diversos%29%20-%20Parnaso%20de%20Al%C3%A9m-T%C3%BAmulo.pdf)

 

A escritora Rita Lavoyer declama a poesia de Auta de Souza “O Senhor Vem...”

Do livro “Parnaso de Além Túmulo” psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Homenagem no Centenário de Chico Xavier, Araçatuba, SP, 11/04/2010. Foto Ismael Gobbo

 

 

Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo,  SP.

Envio: Ismael Gobbo, SP, e, Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba, SP

 

 

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