Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, quarta-feira, 07 de janeiro de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email

Parcerias

 

 

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Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo)

 

 

Atenção

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NOTA SOBRE O ENVIO DESTE BOLETIM

 

ESTAMOS PRESTES A RESTABELECER O ENVIO DE EMAILS COM TODO CONTEÚDO DO BOLETIM DE NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA ESTAMPADO NO PRÓPRIO CORPO DO EMAIL NA FORMA COMO SEMPRE FIZEMOS. ULTIMAMENTE PASSAMOS POR PROBLEMAS TÉCNICOS DE VÁRIAS ORDENS QUE DE CERTA FORMA PREJUDICARAM O BOM ANDAMENTO DOS  NOSSOS TRABALHOS.  ISMAEL  GOBBO 

 

 

OS ULTIMOS 5 EMAILS ENVIADOS:

 

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06-01-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JANEIRO/06-01-2015.htm

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03-01-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JANEIRO/03-01-2015.htm

02-01-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JANEIRO/02-01-2015.htm

01-01-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JANEIRO/01-01-2015.htm 

 

 

 

 

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo- Cap. XII,  15 - 16

Amai os vossos inimigos

 

 

O duelo

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     15. O homem do mundo, o homem venturoso, que por uma palavra chocante, uma coisa ligeira, joga a vida que lhe veio de Deus, joga a vida do seu semelhante, que só a Deus pertence, esse é cem vezes mais culpado do que o miserável que, impelido pela cupidez, algumas vezes pela necessidade, se introduz numa habitação para roubar e matar os que se lhe opõem aos desígnios. Trata-se quase sempre de uma criatura sem educação, com imperfeitas noções do bem e do mal, ao passo que o duelista pertence, em regra, à classe mais culta. Um mata brutalmente, enquanto o outro o faz com método e polidez, pelo que a sociedade o desculpa. Acrescentarei mesmo que o duelista é infinitamente mais culpado do que o desgraça- do que, cedendo a um sentimento de vingança, mata num momento de exasperação. O duelista não tem por escusa o arrebatamento da paixão, pois que, entre o insulto e a reparação, dispõe ele sempre de tempo para refletir. Age, portanto, friamente e com premeditado desígnio; estuda e calcula tudo, para com mais segurança matar o seu adversário. É certo que também expõe a vida e é isso o que reabilita o duelo aos olhos do mundo, que nele então só vê um ato de coragem e pouco caso da vida. Mas haverá coragem da parte daquele que está seguro de si? O duelo, remanescente dos tempos de barbárie, em os quais o direito do mais forte constituía a lei, desaparecerá por efeito de uma melhor apreciação do verdadeiro ponto de honra e à medida que o homem for depositando fé mais viva na vida futura. – Agostinho. (Bordeaux, 1861.)

 

     16. Nota. Os duelos se vão tornando cada vez mais raros e, se de tempos a tempos alguns de tão dolorosos exemplos se dão, o número deles não se pode comparar com o dos que ocorriam outrora. Antigamente, um homem não saía de casa sem prever um encontro, pelo que tomava sempre as necessárias precauções. Um sinal característico dos costumes do tempo e dos povos se nos depara no porte habitual, ostensivo ou oculto, de armas ofensivas ou defensivas. A abolição de semelhante uso demonstra o abrandamento dos costumes e é curioso acompanhar-lhes a gradação, desde a época em que os cavaleiros só cavalgavam bardados de ferro e armados de lança, até a em que uma simples espada à cinta constituía mais um adorno e um acessório do brasão do que uma arma de agressão. Outro indício da modificação dos costumes está em que, outrora, os combates singulares se empenhavam em plena rua, diante da turba, que se afastava para deixar livre o campo aos combatentes, ao passo que estes hoje se ocultam. Presentemente, a morte de um homem é acontecimento que causa emoção, enquanto noutros tempos ninguém dava atenção a isso.

     O Espiritismo apagará esses últimos vestígios da barbárie, incutindo nos homens o espírito de caridade e de fraternidade.

 

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 (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, FEB.  Texto copiado do site Febnet e da obra citada)

  

O corpo de Heitor sendo levado de volta a Tróia. 

Alto relevo em mármore, detalhe de um sarcófago romano do século II. Museu do Louvre.

Imagem/fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%ADada#mediaviewer/File:Hector_brought_back_to_Troy.jpg

 

 

Nota de Divaldo Pereira Franco sobre a

desencarnação de Dra. Marlene Nobre

 

Querido irmão Ismael

 

sempre em paz.

Ao saber ontem da desencarnação da Dra. Marlene experimentei um choque muito forte.

Servidora fiel da doutrina de Jesus, a existência da nossa irmã é um hino de amor e de sabedoria, difícil de ser substituída.

Faço das suas as minhas palavras, conforme você as exarou no Notícias do Movimento Espírita, desta data.

Peço-lhe permissão para, através deste Orgão da nossa Imprensa, solidarizar-me com a família da querida desencarnada, abraçando os membros das AME/s, seus filhos espirituais.

Seu velho irmão e amigo,

 

Divaldo Franco 

 

 

Informações aqui:

 

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Dra. Marlene Nobre, o esposo Freitas Nobre, Divaldo Pereira Franco e Augusto César Vannucci  na sede do  jornal “Folha Espírita” em reunião que escolheu a comissão nacional pró-indicação de Francisco Cândido Xavier ao Nobel da Paz em 1981.  Foto do Anuário Espírita, IDE, Araras, SP, 1981, pág. 41.

 

 

Por Júlia Nezu, Presidente da USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo:

Desencarnação da Dra. Marlene Rossi Severino Nobre

 

Caros amigos,

Informamos-lhes que a Presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional Dra. Marlene Rossi Severino Nobre, 77, desencarnou hoje pela manhã, vítima de infarto, no litoral norte, em Ilha Bela, onde encontrava-se em descanso com a sua família e retornaria hoje para São Paulo, onde residia. O seu corpo será transladado para São Paulo e o velório acontecerá amanhã, 3a. feira, a partir das 10 horas, no Funeral Home que fica na Rua São Carlos do Pinhal, 376, na cidade de São Paulo e o sepultamento se dará no dia 7/1/2015, 4a. feira, às 10 horas, no Cemitério do Araçá, à Avenida Dr. Arnaldo, 666 - Cerqueira Cesar, SP/SP.

 

Dra. Marlene era a viúva do jornalista, advogado e deputado José de Freitas Nobre e foram fundadores do Lar do Alvorecer, na cidade de Diadema, que vinha sendo presidido por ela; foi fundadora e presidente do Grupo Espírita Cairbar Schutel, no bairro do Jabaquara, em São Paulo e diretora presidente do jornal Folha Espírita, lançado em 18/4/1974, cargo que ocupou desde 1990 quando da desencarnação de José de Freitas Nobre. Foi médica ginecologista, especializada em oncologia.

 

Autora dos livros espíritas: O passe como cura magnética, Obsessão e suas máscaras, Testemunho da Vida de Chico Xavier, Não será em 2012, O dom da Mediunidade, Nossa Vida no além, À Luz do Eterno recomeço, A alma da matéria, Lições de Sabedoria e o recém lançado Chico Xavier - meus pedaços do espelho. Mantinha o programa semanal Diálogos médicos, na Rede Boa Nova de Rádio e o programa de TV Portal de Luz, na TV Mundo Maior..

 

Estivemos com ela numa reunião no último dia 26/12/2014, 6ª feira, juntamente com Eduardo Miyashiro, Ercília Zilli, Neyde Schneider, Antonio Carlos, Kauê Lima e outros. Foi uma das poucas vezes que não levei uma máquina para fotografar e lamento, apesar de tê-la fotografado ao longo desses quase 30 anos de amizade. Vai nos fazer muita falta. Para mim foi um grande exemplo a seguir e recordar.

 

Estamos em oração por essa grande seareira de Jesus que tanto fez em prol da construção de uma sociedade mais feliz. Que os Espíritos mentores confortem o coração de seus filhos, netos e familiares, pois a sua partida foi tão súbita que por certo nem eles e nem seus amigos ainda assimilaram a sua partida, embora tenhamos a certeza de que do lado de lá a recepção deve estar sendo calorosa pelo retorno daquela que trabalhou incansavelmente no campo do bem, minimizando as dores e os sofrimentos dos necessitados de ordem material e espiritual.

 

Querida amiga, leva o nosso abraço de reconhecimento e gratidão. Certamente, o Dr. Bezerra, o seu amigo Chico Xavier desde 1958, os seus queridos pais Sr. Pedro e Dona Ida, entre tantos outros, a amparam, em nome de Jesus!

Fraternalmente,

Julia Nezu - USE-SP

 

 

(Abaixo fotos que Júlia Nezu fez ou pousou ao lado de Dra Marlene Nobre, no dia 16 de abril de 2014, na comemoração do Dia dos Espíritas, no auditório Elis Regina, do centro de Convenções do Anhembi, São Paulo-SP).

Dra. Marlene Nobre

 

 

Edson Sardano, Júlia Nezu, Marlene Nobre, Ercilia Zilli e Pedro Nakano

 

 

Nossas homenagens para

Dra Marlene Nobre

 

A querida amiga de ideal espírita, Dra Marlene Nobre, um dos grandes nomes  do movimento espírita internacional, nos deixou nesta segunda-feira, 05-01-2015, fazendo seu retorno à pátria espiritual.  O velório de Dra. Marlene esta acontecendo no Funeral Home, à rua São Carlos do Pinhal, 376, Sala Roma, Bela Vista, em São Paulo, capital. O sepultamento será na quarta-feira, 7 de janeiro, às 11 hs, no Cemitério do Araçá, à avenida Dr. Arnaldo, 666, Cerqueira César

Abaixo republicamos a entrevista que ela nos concedeu em 2010. Nela os amigos leitores poderão reviver um pouco de sua trajetória como filha, esposa, mãe, avó, médica e, também, alguns lances de sua trajetória espírita, onde deixou sua marca luminosa desde o berço até o último dia de sua existência física.  Doutora Marlene foi uma grande vencedora. Que ela possa colher na espiritualidade os frutos de seu lindo trabalho e prosseguir ajudando a nós todos que aqui permanecemos.  (Ismael Gobbo)

 

PUBLICADA EM 12-04-2010

FOCALIZANDO O TRABALHADOR ESPÍRITA

MARLENE ROSSI SEVERINO NOBRE

 

DRA. MARLENE NOBRE

 

 

 

 

 

A entrevistada Dra Marlene Rossi Severino Nobre é médica, presidente da AME- Associação Médico Espírita do Brasil e também da AME Internacional. É a diretora do jornal Folha Espírita, de São Paulo, capital.  Dra. Marlene é viúva do grande jornalista  Dr. José Freitas Nobre que como Deputado Federal foi um dos mais respeitados parlamentares do país.  Com larga folha de trabalho Dra Marlene continua firme e forte na sua faina de divulgar a Doutrina Espírita pelo Brasil e pelo mundo. É atualmente um dos mais destacados nomes do movimento espírita internacional.

 

 

ISMAEL GOBBO. Caríssima doutora Marlene, poderia nos fazer sua auto apresentação?

 

MARLENE NOBRE   Sou  Marlene Rossi Severino Nobre. Nasci em Severínia, interior do Estado de S. Paulo, em 1937, filha de pais espíritas - Pedro Severino Júnior e Ida Rossi Severino - desde solteiros, já comprometidos com a Causa Espírita. Eles não se casaram na Igreja Católica; reuniram os amigos no Centro Espírita, no dia da bodas, para os abraços de confraternização. Meu pai era de Monte Azul Paulista e minha mãe de Monte Verde Paulista, ambos muito ligados a Cairbar Schutel – o baluarte do Espiritismo da cidade de Matão, que tanta contribuição deu e continua dando à divulgação, ao estudo e à vivência da Doutrina em nosso país e no mundo. E, hoje, segundo Chico Xavier, no outro plano da vida, é o responsável pelo livro espírita no Brasil.

Minha mãe foi, aos 19 anos, ainda solteira, a mais jovem presidente de Centro Espírita do Brasil em uma Casa construída em Monte Verde pelo meu avô – Aristodemo Rossi.  Meu tio Leonardo Severino, irmão de meu pai, trabalhou a vida toda em favor das obras de Matão, viajando para conseguir assinaturas do jornal O Clarim e da Revista Internacional do Espiritismo, ao lado de Giacomo Di Bernardo e de outros pioneiros do interior paulista.

Ainda segundo nosso amado Chico, eu me comunicava com o sr Schutel  em Matão, antes da minha reencarnação, o que se concretizou seis meses antes da desencarnação do nosso amado Bandeirante do Espiritismo.

Casei-me com Freitas Nobre, em maio de 1964; tivemos dois filhos: Marcos e Marcelo. Marcos é professor de Filosofia e Ciência Política na Unicamp e Marcelo é advogado, fazendo parte, no momento,  do CNJ- Conselho Nacional de Justiça. Tenho uma filha pelo coração, Marilia Oliveira Chaves, que está com 21 anos e cursa Direito. Marcelo é casado com  Monica Autran Campos Machado, minha norinha, que é juíza federal. Tenho dois netinhos – Ana Luísa e João Pedro –  duas estrelas a iluminar e aquecer nossas vidas.

 

Qual a sua trajetória acadêmica e profissional?

 

Sou de uma época em que o vestibular de Medicina ainda não era unificado, por isso, tendo ficado entre os dez excedentes do  Vestibular de Medicina da Faculdade de Pinheiros (USP), fui para Ribeirão Preto, na esperança de tentar segunda chamada por lá, mas, em 1957, não houve, porque as vagas tinham sido todas preenchidas na mesma época em que prestei vestibular em São Paulo. Eu já me preparava para voltar para minha casa e fazer Biologia na USP, Curso para o qual eu também havia feito vestibular e passado, quando minha amiga, Maria Emilia Barboni, de Ribeirão, me deu uma sugestão, que mudaria minha vida. Com bastante ênfase, ela disse que eu deveria prestar  vestibular de Medicina em Uberaba, porque o curso médico era o meu ideal e não o de biologia. Para isso, eu não deveria perder tempo, porque os exames estavam para ocorrer por aqueles dias. Se Medicina era o meu ideal – disse ela – eu deveria tentar. E foi de uma bondade inesquecível, facilitando-me em tudo, passagem de ônibus, auxílio financeiro para a pensão onde eu deveria ficar em Uberaba, além do suporte espiritual, que só as grandes almas oferecem aos amigos.

 Foi assim que iniciei o meu curso em Uberaba no final de fevereiro de 1957.

Terminei -o  em dezembro de 1962, e depois fixei residência junto aos meus pais, na Capital paulista. Fiquei de 1963 a 1967,  como estagiária do Prof. Dr. José Medina, no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas de São Paulo, depois, em 1967, estagiei nos Hospitais Broca e Boucicault, ambos em Paris, por indicação do nosso chefe e instrutor do HC.  

Depois, a partir de 1968, fui para o  Instituto de Previdência (Inamps) onde trabalhei cerca de 30 anos na especialidade para a qual fui mais preparada, o serviço de prevenção do câncer em senhoras.

Estou aposentada desde 1994, porque antes da tarefa médica eu trabalhei seis anos como funcionária do Colégio Paes Leme, em S. Paulo, de 1950 a 1956.

Assumi em 1995 a presidência da Associação Médico-Espírita do Brasil, acompanhando-a desde a sua fundação até os dias de hoje. Também tomei parte na primeira Diretoria da Associação Médico-Espírita de São Paulo, fundada em 30 de março de 1968, da qual originaram-se as outras AMEs, inclusive a Brasileira. 

 

Pelo que depreendemos de resposta anterior a senhora é uma espírita de berço...

 

Sim sou espírita desde o berço. Meus pais tiveram um lar muito harmonioso. Sobretudo eles nos ensinaram o amor ao Mestre Jesus e a Kardec. Não tinham ambição material. Eles nos criaram dentro dos padrões da simplicidade e sempre diziam que o único tesouro que deixariam para os oito filhos era O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, interpretado por Allan Kardec. Uma grande herança também que recebemos foi a de valorizar as amizades. Por décadas a fio, meus pais foram fiéis aos amigos, ensinando-nos que os sentimentos de amor devem sobrepujar quaisquer outros interesses.

Certa vez, Chico me disse que, se eu fracassasse, eu não teria perdão, porque tive pais espíritas maravilhosos. Cada vez mais, dou razão ao Chico.

 

 

Como foi o encontro com Freitas Nobre?

 

Encontrei Freitas Nobre em 1962, em Uberaba, nos trabalhos da Comunhão Espírita Cristã, quando ele realizou um grande sonho: conhecer Chico Xavier. Isto foi possível graças ao incentivo de nosso grande amigo, Spartaco Ghilardi, do Grupo Espírita Batuira de São Paulo, que organizava caravanas periódicas para visitar Chico em Uberaba.  Nesta mesma caravana de maio de 1962 estavam, entre outros, o dr Luiz Monteiro de Barros e Apolo Oliva Filho, amigos de longa data.

Na sessão pública da qual tomaram parte, Emmanuel deu uma mensagem especial  chamada Os Pacificadores que faria parte do livro de comemoração dos 100 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ao final dos trabalhos, Chico nos disse que a mensagem era dirigida ao Freitas, e complementou dizendo que o Brasil penderia fortemente para a Esquerda, depois para a Direita, e que, finalmente, iria para o Centro, afirmando também que o Dr.  Nobre – era assim que Chico chamava o Freitas – desempenharia um papel muito importante na pacificação do nosso país.

Acredito, sinceramente, que ele tenha contribuído para isso.

Em 1962, Freitas era vice-prefeito de São Paulo, governando a cidade ao lado de Prestes Maia. Antes ele havia sido vereador da Capital por várias legislaturas.

Casamo-nos em maio de 1964, logo após Freitas ter deixado o cargo, já sob o jugo militar. A partir de então foram muitos os sobressaltos sempre na expectativa da cassação dos seus direitos políticos, o que nunca se concretizou, acreditamos, por interferência do plano espiritual.

Desde que conheceu Chico, toda a vida política do Freitas foi direcionada pelas cartas do Dr.  Bezerra de Menezes, através do médium. Por orientação dele,  exilou-se voluntariamente em Paris de novembro 1966 a novembro de 1967 para fazer curso de pós-graduação em Comunicação na Sorbonne.

Em 1968, em campanha de somente 40 dias, Freitas foi eleito, com enorme votação, deputado federal, tendo desenvolvido um trabalho exemplar ao longo de 4 legislaturas seguidas. Foi muito importante a sua contribuição para o MDB dos Autênticos e para a redemocratização do país.

 

 

Como foi sua experiência como esposa do político Freitas Nobre,  de trajetória brilhante em São Paulo e Brasília?

 

Felizmente, sempre me mantive na retaguarda. Nunca participei da vida social e política de Brasília. Em 16 anos de vida parlamentar, devo ter ido à Capital do país por duas vezes somente. Poucos da esfera política me conheceram ou me conhecem. Freitas nunca desejou que nos mudássemos de São  Paulo e isto veio de encontro ao meu ideal de servir à causa espírita, dentro do pouco que tenho para oferecer. Ele passava os fins de semana conosco, permanecendo mais tempo por aqui nas férias do Parlamento.

Em 1963, iniciamos as tarefas de assistência aos mais carentes em Santo André e São Caetano do Sul, e, em 1966, em Diadema. Conforme instrução do Chico, fundamos o Grupo Espírita Cairbar Schutel. Freitas participou conosco dos primeiros tempos, logo depois, a partir de 1968, ele tinha que estar em Brasília.

 

Embora saibamos ser muito extensa poderia sintetizar sua participação no Movimento Espírita?

 

O Culto do Evangelho em nossa casa, feito com tanta unção por meus pais, é uma referência inesquecível na minha vida, uma vigorosa viga de sustentação de minha alma carente de Espiritualidade.

Também foi um marco fundamental em minha trajetória de vida o Grupo Espírita Conceição-Carolina, do qual participei na minha adolescência na casa de meu avô Aristodemo Rossi, à rua Bela Cintra, em São Paulo, dirigido por meu pai, Pedro Severino Jr., com a participação assídua do meu irmão Paulo Rossi Severino e de alguns conhecidos e parentes, e que depois se transformaria no Grupo Espírita Cairbar Schutel.

De 1957 a 1962, enquanto fiz Medicina na Faculdade Federal do Triângulo Mineiro, estive diretamente ligada ao movimento espírita em Uberaba, particularmente aos trabalhos da Comunhão Espírita Cristã (CEC), junto ao nosso Chico. Além das tarefas nas sessões públicas da CEC, dei aulas de moral cristã na Evangelização infantil do Centro Espírita Uberabense e fiz dois programas de rádio.

De 1963 a 1991 estive mais ligada às tarefas do Grupo Espírita Cairbar Schutel, tanto às doutrinárias quanto às assistenciais, participando principalmente a partir de 1977 da Creche Lar do Alvorecer. Começamos com 30 crianças e hoje temos 230. Quase não fiz palestras nesse período, a não ser em nosso próprio Grupo, em algumas Casas Espíritas dirigidas por amigos e conhecidos, e em Simpósios da AME-SPaulo.

Em abril de 1974, por incentivo do nosso Chico, meu marido fundou o jornal Folha Espírita, com o qual colaborei desde as primeiras horas.

Em 1968, 30 de março, tivemos um marco importante  com a fundação da Associação Médico-Espírita de São Paulo, da qual fui a primeira secretária. Muitos colegas, dentre os quais, Luiz Monteiro de Barros, Adroaldo Modesto Gil, Antonio Ferreira Filho, Eurico Branco Ribeiro , Maria Julia Prieto Peres, Alberto Lyra, Miguel e Luiz Dorgan, uniram-se sob a inspiração de Batuira e Bezerra de Menezes, através do médium Spartaco Ghilardi, para lançar as bases do movimento médico-espírita no Brasil.

Com a desencarnação de meu marido a 19 de novembro de 1990, fui chamada, cerca de quinze dias depois, por Dr Bezerra de Menezes para a tarefa de aglutinar colegas e formar a AME-Brasil. A partir daí começou uma outra etapa na minha vida, porque fiquei mais ligada ao movimento médico-espírita, sem, no entanto, abandonar nenhuma das tarefas a que estava anteriormente vinculada.

 

 

Como surgiram as AME’s no Brasil e no exterior?

 

Em fevereiro de 1990, assumi a presidência da Associação Médico-Espírita de São Paulo, que atravessava naquele momento um período de muita turbulência espiritual. Chico Xavier veio em meu auxílio, por ocasião de uma das minhas visitas a Uberaba, dizendo-me para eu ter paciência, que o Dr.  Bezerra iria me ajudar, porque uma falange negativa havia se postado contra a AME, tentando impedi-la de realizar importante tarefa que lhe estava reservada dentro do movimento espírita.

No começo de 1990, dos nove elementos da Diretoria, ficamos reduzidos a apenas dois e a freqüência não passava de meia dúzia de colegas, se tanto. Chico foi nosso grande sustentáculo nessa fase difícil. No final de 1990, como já me referi, dia 19 de novembro, meu marido partiu, aos 68 anos, vítima de câncer. No início de dezembro, Dr Bezerra de Menezes conclamou-me para a tarefa mais ampla a que Chico se referira e que só a partir de então tomei conhecimento, a de chamar os colegas para a fundação da Associação Brasileira que aglutinaria todas as AMEs. E que eu deveria me empenhar para a fundação das AMEs nos Estados, porque era chegada a hora. Disse-me o nosso Patrono que a Associação já estava formada no coração de Jesus e que nós precisávamos materializá-la na Terra. E assim foi feito. Iniciamos, em 1991, com vistas à concretização desse projeto, o primeiro Congresso da AME-São Paulo, no Anhembi, conclamando os colegas de todos os Estados para a fundação das AMEs. No Terceiro Congresso, em 1995, dia 17 de junho, com 9 AMEs já formadas, fundamos a AME-Brasil. Estamos completando, em 2010, 15 anos de fundação com 40 AMEs em funcionamento.Além do nosso site (www.amebrasil.org.br) trabalhamos agora em nossa Revista virtual, que será lançada em comemoração aos 15 anos. Vários livros foram publicados e outros estão sendo planejados para publicação em breve. A cada dois anos temos o MEDNESP – o congresso nacional que congrega todas as AMEs. O de 2011 será em Belo Horizonte, no feriado de Corpus Christi.

Em junho de 1999, com representantes de seis países – Argentina, Brasil, Colômbia, Guatemala, Panamá e Portugal – fundamos a AME-Internacional.

Desde 2001, eventos são realizados com a participação dos médicos da AME que integram os diferentes países. Hoje, além das AMEs fundadoras, temos AME-EUA, AME-Cuba, AME-Suiça. E outras mais em vias de fundação.

 

 

No Brasil e no exterior como vão as atividades dessas associações?

As AMEs do exterior têm procurado realizar eventos e manter sites.

No Brasil, cada AME tem sua característica própria e se dedica com mais afinco a determinadas tarefas. Mas todas elas são dinâmicas e tem produzido muitos eventos, cursos, seminários, livros, visando difundir o paradigma médico-espírita.

Em alguns Estados, há também parcerias muito interessantes entre os centros espíritas e as AMEs com vistas às pesquisas da Terapêutica Complementar Espírita e também em tarefas de auxílio aos irmãos carentes.

 

O trabalho tem sido reconhecido pela comunidade cientifica?

 

Já avançamos muito, mas a mudança de paradigma se faz de maneira lenta, gradual. Ela é, no entanto, inevitável.

A construção da Espiritualidade na Medicina veio para ficar.

Aos poucos, os preconceitos vão sendo vencidos e os novos conceitos passam a ser incorporados pela maioria das instituições de saúde, beneficiando em muito a vida no planeta. Mas é preciso paciência. E, sobretudo, tolerância e compreensão, porque, como dizia Einstein, é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito.

 

De que forma tem se organizado para dar conta de tantas atividades?

 

Tenho dois filhos maravilhosos, que respeitam o meu ideal de vida. E o mesmo posso dizer da minha norinha e dos meus netos. O nosso entendimento familiar me permite, hoje, ampla liberdade de agir. Aliás, sempre usufruí de liberdade, desde que meu marido estava entre nós, mas com a sua desencarnação, em 1990, e a emancipação de meus filhos, é natural que eu tenha muito mais tempo hoje para dedicar-me ao que considero meu ideal de vida.

De 1963 a 1990 dediquei-me inteiramente ao exercício da Medicina, à minha família e às atividades do Grupo Espírita Cairbar Schutel (GECS), tanto em Diadema como em São Paulo, Nesse mesmo período, estive envolvida com as tarefas da Associação Médico-Espírita de São Paulo e as da Folha Espírita, mas nestas duas instituições, até 1990, minhas obrigações eram menores.

A partir da desencarnação do meu marido, em 1990, passei a ser inteiramente responsável pela Folha Espírita, até que em 2004 um grupo de companheiros do GECS, de grande garra e competência, assumiu comigo o ideal do nosso jornal. Também foi a partir de 1990 que fui chamada pela Espiritualidade, em particular pelo Dr.  Bezerra de Menezes, para a formação da AME-Brasil, o que veio a se tornar realidade em 1995. Em 2000, o Dr.  Sergio Felipe de Oliveira assumiu a AME-São Paulo, e, em 2006, foi a vez do colega Rodrigo Bassi, que a tem dirigido com grande competência, desde então.

Tudo se tornou bem mais amplo para mim a partir de 1999 com a fundação da AME-Internacional e as idas freqüentes ao exterior, desde 2.001.

Tento me organizar para prosseguir com as tarefas do GECS, do Lar do Alvorecer, da Folha Espírita, da AME-Brasil e Internacional.

E também cumprir a minha parte  nos programas da rádio Boa Nova – Diálogos Médicos – e da TV, Portal de Luz.

Como é natural, só posso dirigir essas instituições com a contribuição da comunicação cibernética. Tenho de dar conta de dezenas de e-mails por dia, entrevistas, gravações semanais, e tudo isso costurado com as minhas freqüentes viagens de divulgação do ideal médico-espírita.

Para isso, não tiro férias, trabalho muito nos feriados, e raramente tenho outra atividade que não seja doutrinária. Não creio, no entanto, que esteja fazendo algo que me distinga dos demais companheiros de ideal espírita, sinceramente, acho que faço pouco; deveria me empenhar mais. Sempre gostei de trabalhar e agora me sinto muito feliz, porque estou ligada ao que realmente gosto de fazer. 

 

Como tem sido a aceitação do trabalho da AME no exterior?

 

Creio que a linguagem médico-espírita está mais voltada ao braço científico da Doutrina, por isso tem sido bem aceita por nossos irmãos do exterior. Todos nós sabemos a dificuldade que é divulgar o Espiritismo em outros países, e isto se dá principalmente porque não há aceitação do movimento da forma como é organizado no Brasil. Temos de compreender que são culturas diferentes. Os europeus, por exemplo, tem desgostos profundos com seitas e religiões, por isso são arredios a quaisquer apelos nesse sentido. E, infelizmente, incluíram também nessa rejeição as lições do Cristo, daí a dificuldade de aceitar o modo brasileiro de viver o Espiritismo. Eles não gostam de pregação no velho estilo, daquele que lhes pareçam lavagem cerebral,  imposição de idéias sem discussão. O  modo como os médicos das AMEs apresentam as palestras tem agradado, porque primeiramente nós levamos a argumentação científica, chamando à razão, e depois tiramos a conclusão religiosa. Há também um gosto apurado para pesquisas e estas são muito diferentes das que foram realizadas no século XIX. E é justamente nelas que as nossas AMES tem procurado se esmerar.

Nós temos de compreender que a cultura brasileira não é assimilada por eles, é muito diferente. Se levarmos isto em consideração o sucesso da Doutrina será bem maior, porque a fé raciocinada é algo imperativo para as outras culturas. E nós devemos fazer de tudo para respeitar.

  

 

Quais as atividades programadas para 2010?

 

Iniciamos com a comemoração dos 100 anos de Chico, em Lisboa, no dia 2 de abril, em parceria com o Grupo Espírita Batuira, de Algés.

Dias 29 e 30 de maio teremos as Vas Jornadas de Medicina e Espiritualidade em Lisboa, dias 5 e 6 de junho, o 3º. Congresso Francofônico em Liège, Bélgica, e dias 11,12, 13 de junho, o 3º. Congresso de Medicina e Espiritualidade dos EUA, em Washington.

No segundo semestre: 29 e 30/10 em Amsterdam, I Congresso de Medicina e Espiritualidade da Holanda, dias 6 e 7 de novembro, o III Congresso de Medicina e Espiritualidade da Suíça, e  dias 13 e 14 de novembro, em Bonn, teremos o III Congresso Alemão.

 

E o dia-dia da senhora na Casa Espírita?

 

Sempre que estou em São Paulo, procuro estar presente às nossas atividades no Grupo Espírita Cairbar Schutel. Faço atendimento fraterno às segundas-feiras, breve explanação de textos de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos, como aprendi com o Chico em Uberaba. Há também neste dia o trabalho de  psicografia; às terças-feiras  temos cursos, às quartas-feiras desobsessão, e às quintas cursos. Outros irmãos e irmãs de ideal auxiliam também com outras atividades nos mesmos dias e nos demais dias da semana. Só não temos tarefas na Casa aos domingos.

Neste ano, completo 50 anos de exercício das faculdades mediúnicas de psicofonia e psicografia, mas na minha cabeça parece que iniciei ontem .

 

 

Poderia nos falar de sua convivência com Chico Xavier?

 

Conheci Chico em outubro de 1958, às vésperas da sua mudança para Uberaba, o que veio a ocorrer em janeiro de 1959. Ele pediu ao meu colega de Faculdade, Waldo Vieira, que me levasse até ele, porque precisava conversar comigo. Durante a entrevista, como não o conhecia, apenas havia lido suas obras, fiquei muito admirada com o convite que me fez, o de trabalhar com ele nas sessões públicas da Comunhão Espírita Cristã, a partir de janeiro, quando ele já estivesse instalado definitivamente em Uberaba. E foi o que aconteceu. Durante cerca de quatro anos, de janeiro de 1959 a dezembro de 1962, trabalhei com ele, dando minha pequena parcela de contribuição na interpretação dos textos de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo, obras que eram estudadas nos dias de sessão pública.

Neste encontro, em 1958, ele me deu detalhes de um trabalho assistencial que fazíamos, às quartas-feiras, nos arredores do bairro da Abadia em Uberaba. Éramos um pequeno grupo – Ligia Alonso Andrade, “seu” Lázaro, de saudosa memória, que segurava o lampião no ombro para nos iluminar, porque na parte do bairro que visitávamos não havia luz elétrica, e mais um ou dois companheiros esporádicos. Como não conhecia bem de perto a mediunidade de Chico, fiquei espantada com os detalhes que ele me deu da nossa peregrinação das quartas-feiras. Ele só podia ter acompanhado em espírito para saber de tanta coisa.

 Mesmo tendo me mudado para São Paulo, em 1963, nossa amizade permaneceu sempre a mesma, até a sua desencarnação, em 2002. Como somos imortais, com certeza perdurará por toda a eternidade. Guardo deste período da minha vida, as mais gratas lembranças. Fui profundamente marcada por sua bondade, por sua humildade genuína. Por isso mesmo, reconheço a enorme distância que nos separa do ponto de vista espiritual e a grande responsabilidade que assumi por ter trabalhado com ele e tomado conhecimento de sua obra.

Qual a dimensão que enxerga na obra psicográfica de Chico Xavier no contexto da Doutrina Espírita?

 

A produção psicográfica de Chico Xavier ampliou os ensinamentos de Allan Kardec, acrescentando as revelações que não poderiam ser feitas no século XIX. Com Emmanuel, nós temos os desdobramentos das lições abordadas pelo Mestre Jesus e Seus Discípulos, comentadas pelo Codificador no importante livro de sua autoria - O Evangelho Segundo o Espiritismo -, obra monumental que se constitui em uma estaca profunda na construção do edifício do Reino dos Céus na Terra.  Como Emmanuel fez parte da plêiade de espíritos que trabalhou à época de Kardec, ele continuou no século XX a analisar os ensinamentos evangélicos e trouxe também algo muito importante - revelações no campo da ciência. Apenas para citar, veja-se o quanto há de ciência nos livros Pensamento e Vida e A Caminho da Luz.

André Luiz devassou o mundo espiritual. Trouxe os desdobramentos já antevistos por Kardec no livro O Céu e o Inferno e na coleção da Revista Espírita com os inúmeros depoimentos de desencarnados, que ele colecionou em sua pesquisa criteriosa, aplicada no século XIX.

Junto com as informações sobre a vida no além, André Luiz trouxe também as inúmeras revelações científicas que estão sendo comprovadas depois de décadas de informação. Os livros de sua coletânea trazem revelações científicas importantes quanto à natureza da luz e de sua participação na formação dos corpos físicos e sutis; informa sobre o funcionamento das células e dentro delas o papel das mitocôndrias; do mesmo modo expõe o papel neuroendócrino da glândula pineal; traz indicações importantes quanto ao funcionamento do nosso cérebro; desvenda a ação da mente – pensamentos e sentimentos – sobre o nosso organismo; o modo como a mente pode atuar sobre o genoma e modificar a conta do nosso destino para o bem ou para o mal; elucida a evolução do ser humano em dois mundos – o material e o espiritual – ao longo de bilhões de anos, etc, etc.

   A revelação espiritual tanto na obra de Kardec quanto na de Chico Xavier – Emmanuel é dedicada ao ser humano integral. Em ambas  a ciência vem imbricada à fé. Não há como separar.

   Assim, encontramos as revelações científicas nas obras de André Luiz, integradas, perfeitamente, às descrições das paisagens e vivências no mundo espiritual. Há muitas revelações científicas a serem estudadas nesta obra magnífica. Muitas delas feitas há 50 ou 60 anos, mas que somente agora a ciência está comprovando, através de pesquisas. E há muitas mais a serem constatadas, conforme vem investigando os membros das Associações Médico-Espíritas do Brasil.

 

A AME tem alguma programação alusiva à comemoração do Centenário de Nascimento de Chico Xavier?

 

Já tivemos a primeira comemoração nos dias 2 e 3 de abril, em Lisboa, dois dias inteiramente dedicados às lembranças de Chico e de Isabel de Aragão, sua protetora.

O programa Portal de Luz nas 4 edições de abril também foi inteiramente dedicado a Chico. O mesmo  fizemos – Dr Marco Antonio Palmieri e eu mesma -  nos programas da Radio Boa Nova – Diálogos Médicos, durante o mês de abril.

O III Congresso de Medicina e Espiritualidade de Alagoas, que se realizará em Maceió, de 14 a 16 de maio, sob a direção de Ricardo Santos, nosso colega, presidente da AME-Alagoas, será inteiramente dedicado ao Centenário de Nascimento de Chico Xavier.

Assim também, teremos em S.Paulo, nos dias 4 e 5 de dezembro, as Jornadas de Medicina e Espiritualidade da AME-SPaulo, em homenagem ao querido Chico.

 

ISMAEL GOBBO . Algo mais que queira acrescentar?

 

MARLENE NOBRE. Gostaria de dizer que relutei muito em abrir o coração e responder tantas perguntas sobre mim mesma, porque estou muito longe de merecer o carinho e a confiança dos amigos da seara espírita. Somente me decidi, quando me fixei no título da entrevista: Trabalhador Espírita. Sim, isto eu quero ser. Não vejo em mim nenhum mérito, mas há algo que eu luto por alcançar, ser servidora do Mestre Jesus e de Kardec, dentro do pouco que posso oferecer.

Agradeço a paciência dos que leram os meus singelos arrazoados até aqui. Que Jesus, nosso Mestre de Amor e Bondade, a todos nos ilumine e abençoe.

 

FOTOS: CONGRESSO MEDICINA E ESPIRITUALIDADE EM BONN, ALEMANHA , 2008; A PARTIR DA ESQUERDA FERNANDA MARINHO GOBEL,  DRA MARLENE NOBRE E ELSA ROSSI, BONN, ALEMANHA,  2008; VISITA À CASA DE BEETHOVEN, EM 2008, COM PARTICIPANTES DO CONGRESSO; PALESTRA NO I ENCONTRO DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER, EM UBERABA, 2008;  EM PEIRÓPOLIS POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DO FILME DE EURIPEDES BARSANULFO;  COM HEIGORINA CUNHA, EM SACRAMENTO; DR. FREITAS NOBRE, PRIMEIRO A DIREITA, PARTICIPANDO DO I SIMPÓSIO JURIDICO ESPÍRITA, NA OAB-SP, PRESIDIDO POR DRA. MARILIA DE CASTRO , NO CENTRO (FOTO ACERVO MARILIA DE CASTRO).  FREITAS NOBRE E MARLENE NOBRE NA CAMPANHA DO PRÊMIO NOBEL DA PAZ PARA CHICO XAVIER;  CHICO XAVIER E MARLENE NOBRE; FREITAS NOBRE, CHICO XAVIER E MARLENE NOBRE (FOTOS MARLENE NOBRE); FOTOS DA ALEMANHA, FERNANDA  MARINHO GOBEL; AS DEMAIS FOTOS NO BRASIL ISMAEL GOBBO.

 

 

Palestra no Centro Espírita Capitão Vendramini

Três Corações, MG

 

 

(Informação recebida em email de Centro Espírita Capitão Vendramini [cevendramini@gmail.com])

 

 

Palestra com Silvio Garcia na U.E. João de Camargo

Marília, SP

 

 

(Informação recebida em email de Donizete Pinheiro)

 

 

Curso de Expositor no SEJA – Seara Espírita Joanna de Ãngelis

Campinas, SP

 

 

(Informações recebidas em email de SEJA-Divulgação [divulgacao@searajoannadeangelis.org.br])

 

 

Palestra no G.E. Joanna de Cuza

São Paulo, SP

 

Circular: GEJC - 001/2.015
                                    
São  Paulo,  05  de  Janeiro de  2015
 

PALESTRA

 
               Dia 18 próximo no Grupo Espírita JOANNA DE CUZA, às 16:00 horas,

com o tema:  EVANGELHO NO LAR  –  uma oportunidade para se ter a

visita de entes queridos desencarnados.     

Palestrante: Luiz Cláudio da Silva de Stº André/SP.             
Local:  Rua Antônio Comenale 159,  Pq Cocaia-GRAJAÚ/SP-SP,
CEP: 04850-010   joannadecuza@terra.com.br –  Tel.:  982.50.5820-Tim.
  
 Sorteio de brindes para quem chegar até às 16:00 horas.

 

 

(Informação recebida em email de "G. E. Joanna de Cuza" [joannadecuza@terra.com.br])

 

 

Palestra no C.E. Francisco Cândido Xavier

São José do Rio Preto, SP

 

Meus amigos,

Convidamos para a palestra de 

 

MARINI PANTALEÃO,

 

de Mirassol, no Centro Espírita Francisco Cândido Xavier, situado à Av. Alfredo Theodoro de Oliveira, 2195 - Solo Sagrado, São José do Rio Preto - SP, nesta quarta-feira, 07 de janeiro, 20:00 h, e também para o cafezinho fraterno.

Abraços.

 

Navarro
São José do Rio Preto - SP
(17) 3228-0111 e 99702-7066


Conheça o Esperanto (www.esperanto.org.br)

 

 

(Informação recebida em email de Antonio Carlos Navarro)

 

 

Palestra programada para o C.E. Francisco de Assis

Avanhandava, SP

 

CONVITE de PALESTRA

Centro Espirita Francisco de Assis - Avanhandava

Rua Tibiriçá nº 522

convida a todos para assistirem a palestra que o

MARGARETE  APARECIDA  BORGHI.

DA CIDADE DE

AVANHANDAVA

Fará  nesta quarta-feira dia 07-01-2015

Às  20,00  horas

Tema:

" LIVRE "

 

(Informação recebida em emails de Luiz Antonio da Silva e João Marchesi Neto)

 

 

Programação de aniversario da SEJA

Santo Antonio de Jesus, BA

 

 

(Informação recebida em email de Rose Moliterno)

 

 

Seminário com Wellerson Santos

Serra do Cipó, MG

 

 

(Informação recebida em emails de Wellerson Santos e de Renê Magalhães [reneadolfo@demagalhaesgomes.com.br])

 

 

Paz no lar

 

 

Naquela noite, Simão Pedro tinha o coração amargurado e entristecido.

Aborrecera-se com parentes rudes e de difícil trato.

O velho tio o acusara de dilapidar os bens da família e um primo o ameaçara esbofetear.

Guardava, por isso, o semblante carregado e austero.

Procurou o Mestre e desabafou.

Ao término do longo relato, o Mestre indagou:

E que fizeste, Simão, ante a conduta de teus familiares incompreensivos?

Reagi como devia. – Respondeu apressadamente. – Coloquei cada um no seu lugar, anunciando em alto e bom tom as más qualidades de que são portadores.

Meu tio é raro exemplar de sovinice e meu primo é mentiroso contumaz.

Provei, perante numerosa assistência, que ambos são hipócritas, e não me arrependo do que fiz. – Disse Pedro, de forma veemente.

O Mestre refletiu por longos minutos e falou calmamente: - Pedro, o que faz um carpinteiro na construção de uma casa?

Trabalha, naturalmente. – Respondeu o discípulo irritadiço.

Com o quê? – Tornou a perguntar o Celeste Amigo.

Usando ferramentas. – Disse Pedro, sem entender aonde o Mestre pretendia chegar.

Após um breve momento de silêncio, Jesus continuou:

As pessoas com as quais vivemos na Terra são os primeiros e mais importantes instrumentos que recebemos do Pai, para a edificação do reino do céu em nós mesmos.

Os parentes difíceis, na maioria das vezes, são o martelo ou o serrote que podemos utilizar a benefício da nossa reforma íntima.

Em todas as ocasiões, o ignorante representa para nós um campo de benemerência espiritual; o mau é desafio que nos põe a bondade à prova; o ingrato é um meio de exercitarmos o perdão; o doente é uma lição à nossa capacidade de socorrer.

Calou-se Jesus e, talvez porque Pedro tivesse ainda os olhos cheios de questionamentos, acrescentou serenamente:

Se não ajudamos ao necessitado de perto, como auxiliaremos os aflitos distantes? Se não amamos o irmão que respira conosco os mesmos ares, como nos consagraremos a Deus que está no céu?

Depois dessas perguntas, pairou na modesta sala um expressivo silêncio que ninguém ousou interromper.

*   *   *

A família constitui o núcleo mais notável de aprendizagem nas atividades de renovação espiritual.

Busquemos não agredir com palavras agressivas ou com silêncios gelados aqueles que estão à nossa volta na luta doméstica.

Aprendamos a dialogar para solucionar problemas, conversando equilibradamente.

Não cobremos afeição dos amores, nem reclamemos consideração que, talvez, ainda não tenhamosfeito, nem estejamos fazendo nada por merecer.

Agradeçamos mesmo as mínimas coisas, sendo gentis e alegres, sem hipocrisia.

Trabalhando com discernimento, burilando nossas próprias imperfeições, alcançaremos, pouco a pouco, a paz no lar, que há de nos propiciar, por consequência, alegria e renovação em nossa caminhada.

 

Redação do Momento Espírita, com base no
cap. 6, do livro 
Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lúcio, psicografia 
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no cap. 4, do livro 
Vereda familiar, 
pelo Espírito Tereza de Brito, psicografia de José Raul Teixeira, ed. FRÁTER.
Em 6.1.2015.

 

 

(Copiado do site Feparana)

 

Informações na entrada da vila de Cafarnaum. Segundo a tradição Jesus aqui centralizou suas atividades

de divulgação do Evangelho;  Simão Pedro tinha sua residência e  onde havia uma Sinagoga.

Restos arqueológicos divulgados como sendo os da casa de São Pedro, em Cafarnaum, Israel. Foto Ismael Gobbo

 

 

Queiramos ou não, evoluímos mais é nas nossas idéias sobre Deus

 

José Reis Chaves

Belo Horizonte, MG

 

    O autor de Hebreus (5: 13 e 14) fala-nos, figuradamente, da nossa evolução cultural, demonstrando-nos a nossa imaturidade de crianças, que se alimentam de leite, e a nossa maturidade de adultos, cujo alimento é sólido. (Ver também Efésios 4: 13).

  Assim como a criança tem sua fase dos “porquês”: “por que, hoje, está chovendo?”, a Humanidade teve também sua infância cultural e de perguntas, principalmente sobre Deus. Até se fala na infância terrena. E as revelações? Houve-as e muitas, mas ora elas foram mal interpretadas, ora receberam acréscimos de ideias teológicas imaturas, com as quais, por exemplo, transformam Deus em gente.

   Pela Bíblia, o Messias, o Enviado, é um homem, jamais o próprio Deus, mas O divinizaram, transformando-O em outro Deus igual ao Deus absoluto, o Pai, o “Enviador”, que é maior do que o Enviado. (João 14: 28).

  Jesus, o Messias, é Deus relativo, de cuja natureza humana todos nós somos também. (Salmo 82: 6; e João 10: 34). O Messias é o Verbo de Deus (Palavra de Deus), mas não é o próprio Deus como a nossa palavra não é nós mesmos! Deus tem sua própria identidade, e Jesus tem também a sua própria. Os dois são um sim, mas na sintonia. E Jesus existiu antes de Abraão, por ser um Espírito mais velho do que o de Abraão, como o seu espírito, leitor, pode ser também mais velho do que o meu e vice-versa.

  Elucubrações sobre Deus sempre a Humanidade pode e deve fazer, pois Deus, por ser um Ser infinito, de acordo com nossa evolução cultural, sempre será objeto de nossa inteligência finita, sem nunca chegarmos a um conhecimento do que Ele seja realmente. E isso jamais será um mal para nós, pois foi Ele próprio que nos deu o intelecto para fazermos reflexões (meditações?). E por que não sobre Ele, se Nele existimos, vivemos e nos movemos? (Paulo).

  Epicuro expôs suas dificuldades sobre a existência de Deus e do mal, que vamos sintetizar: Se Deus é contra o mal, mas não é capaz de evitá-lo, então Deus seria fraco; se Ele pode evitar o mal, mas não o quer, então, Ele seria mau; se Deus não quer eliminar o mal e não tem poder para evitá-lo, então, Deus seria mau e sem poder, pelo que não poderia ser Deus; e se Deus pode eliminar o mal e pode fazê-lo, por que o mal existe e por que Deus não o extingue? Com essas reflexões, Epicuro justificava seu ateísmo.

 São Tomás de Aquino apresenta-nos sobre a existência do mal o argumento chamado “Defesa do propósito desconhecido”, ou seja, a nossa ideia de que o nosso conhecimento sobre Deus jamais poderá ser completo ou perfeito. De fato, nosso intelecto é limitado e não poderá jamais compreender completamente os desígnios de Deus. Outro argumento desse santo filósofo é que não está claro que o mundo seria melhor sem a existência do mal. Realmente, pois, um mal que é feito contra mim pode ser um bem, já que pode me estar fazendo pagar um mal que eu fiz. Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo (Mateus 5: 26). E diz a teologia: “Deus sabe tirar do mal o bem.”

 De tudo isso e com o nosso melhor e inevitável conhecimento de hoje, se conclui que não podemos crer como verdades intocáveis tudo o que os teólogos do passado, ainda pouco evoluídos, ensinaram, pois, hoje, seus espíritos imortais,  inevitavelmente mais adiantados no conhecimento infinito sobre Deus, mesmo incompleto, é outro, como o atestam a sua eterna evolução e as suas comunicações mediúnicas!

 

 

(Publicado em coluna do jornal O Tempo, de BH, de 5-1-2015.)

 

(Texto recebido em email de José Reis Chaves)

 

Epicuro. Busto em bronze da  “Villa dei Papiri”,  Herculano, Itália.

Do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles,  em exposição  no

Coliseu. Foto Ismael Gobbo. Roma,  23-12-2012

 

 

Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo,  SP.

Envio: Ismael Gobbo, SP, e, Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba, SP

 

 

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