Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, sexta-feira, 17 de julho de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email

Parcerias

 

 

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Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo)

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:

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Os últimos 5 emails enviados:

 

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16-07-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JULHO/16-07-2015.htm

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13-07-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JULHO/13-07-2015.htm

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PUBLICAREMOS EM SEQUENCIA

O Livro dos Espíritos

 

 

 

 

 

 

 

(Copiado do site Febnet)

Neve em Farellones, próximo de Santiago, Chile. Foto Ismael Gobbo

 

 

Paciência antes da crise

 

 

O homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a paciência, na condição de medicamento preventivo contra inúmeros males que o espreitam.

De certo modo, vitimado pelas circunstâncias da vida ativa em que se encontra, sofre desgaste contínuo que o leva, não raro, a estados neuróticos e agressivos ou a depressões que o aniquilam.

A paciência é-lhe reserva de ânimo para enfrentar as situações mais difíceis sem perder o equilíbrio.

A paciência é uma virtude que deve ser cultivada e cuja força somente pode ser medida, quando submetida ao teste que a desafia, em forma de problema.

O atropelo do trânsito; a agitação geral; a competição desenfreada; o desrespeito aos espaços individuais; a compressão das horas...

Além disso, as limitações financeiras; os conflitos emocionais; as frustrações e outros fatores decorrentes do modo de vida dito moderno e do relacionamento social, levam o homem adesequilíbrios que a paciência pode evitar.

Exercitando-a nas pequenas ocorrências, sem permitir-se a irritação ou o agastamento, adquirirá força e enfrentará com êxito as situações mais graves.

Todas as criaturas em trânsito pelo mundo são vítimas de ciladas intencionais ou não.

Manter-se atento e saber enfrentá-las com cuidado é a única forma de superá-las com êxito.

*   *   *

Se te sentes provocado pelos insultos que te dirigem, atua com serenidade e segue adiante.

Se erraste em alguma situação que te surpreendeu, retorna ao ponto inicial e corrige o equívoco.

Se te sentes injustiçado, reexamina o motivo e disputa a honra de não desanimar.

Se a agressão de alguma forma te ofende, guarda a calma e a verás desmoronar-se.

A convivência com as criaturas é o grande desafio da evolução porque resulta, de um lado, da situação moral deles, e de outro, do seu estado emocional.

O amor ao próximo, no entanto, só é legítimo quando não se desgasta nem se converte em motivo de censura ou queixa, em relação às pessoas com quem se convive.

É fácil amar e respeitar aqueles que vivem fisicamente distantes.

O verdadeiro amor é o que se relaciona sempre bem com as demais criaturas.

*   *   *

Você já se propôs a ser mais paciente? Já colocou isso como meta na vida, alguma vez?

É importante ter metas claras. É importante dizer a si mesmo: Estou mais paciente agora. Não vou deixar que isto ou aquilo me abale com facilidade.

Começamos assim um processo de autopreservação, de automonitoramento e, toda vez que uma situação crítica se apresentar, poderemos voltar a dizer: Não vou deixar que isto me tire do sério.

Cada um poderá desenvolver seu método, sua forma de atuar, porém, a essência deste trabalho está em começar já, imediatamente.

Quem antes inicia, antes colhe os benefícios.

 

 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10,
do livro 
Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
 psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 16.7.2015.

 

 

(Texto Copiado do site Feparana)

 

Estátua de Khalil Gibran na bela cidade de Vinã Del Mar, Chile. Foto Ismael Gobbo

 

“Quando você levantar o braço para bater em seu filho, ainda com o braço no ar, pense se não seria mais educativo se você descesse esse braço de forma a acariciá-lo, em vez de machucá-lo”.

Khalil Gibran

 

 

Anete Guimarães no IV Seminário Ceecal

Florianópolis, SP

 

 

(Informação recebida em email de Renê Magalhães [reneadolfo@demagalhaesgomes.com.br])

 

 

AME – 1ª. Jornada de Saúde e Espiritualidade

Mogi das Cruzes, SP

 

 

(Informação recebida em email de Giovana Campos)

 

 

Publicação da Coluna Espírita do

Diário de Taubaté (SP)

 

 

(Recebido em email de Giovana Campos)

 

 

Palestra no GETAL com J. Rivera

Santos, SP

 

 

(Informação recebida em email de Rose Moliterno)

 

 

Palestra programada para o Centro Espírita “Jesus”

Salto, SP

 

 

(Informação recebida em email de sonia [sonia-radica@uol.com.br])

 

 

Palestra no Centro Espírita Cairbar Schutel

Assis, SP

 

 

(Informação recebida em email de Francisco Atilio Arcoleze [atilio.arcoleze@gmail.com])

 

 

Palestra programada no Obreiros do Amor e Misericórdia – OAM

Embu das Artes, SP

 

PALESTRA " A MORTE NA VISÃO DO ESPIRITISMO "

 

O Obreiros do Amor e Misericórdia - OAM, promoverá palestra sobre o Tema "A Morte na Visão do Espiritismo", com o sr. Alexandre Caldini Neto.

O Sr. Caldini, espírita, é presidente da Editora Abril e tem os seguintes livros publicados pela Editora Bella Letra:

   -  A Morte na Visão do Espiritismo e

   -  Espiritismo

No dia do Evento os livros do sr. Caldini estarão sendo comercializados por R$ 30,00 e poderão ser autografados pelo autor.

Data do Evento     -    18/Julho/15 - Sábado

Horário             -    08:00h

Local                -    Obreiros do Amor e Misericórdia - OAM

                                Estrada José Mathias de Camargo, 1.290 - Embu das Artes - SP

                                tels. 11   4704 4599  e  4704 3125

                                Site - www.obreirosamoremisericordia.com.br

Entrada Franca

 

 

(Informação recebida em email de Norberto Fátima [norbertoefatima@gmail.com])

 

 

CONEAN 2015- Confraternização Espírita da Alta Noroeste

Penápolis, SP

 

 

(Informação recebida em emails de Sirlei Nogueira, Vera Filgueira, João Marchesi Neto)

 

 

Encontro de Trabalhadores da Educação Espírita Infanto-Juvenil. Araçatuba, SP

 

 

(Informação recebida de Maria Luzia Almeida Rosa)

 

 

8º. Congresso Alemão de Medicina da Alma- AME Internacional

Bad Honnef, Alemanha

 

 

 

 

 

 

 

(Informações recebidas em email de Fernanda Marinho Gobel)

 

 

Informes do 3º. Congresso Sudamericano

Santiago, Chile

 

Estimados hermanos en las lides Espíritas:

 

¡Bendiciones y lindo día de trabajo!

Tenemos en la WebPag del 3er Congreso Espirita Sudamericano www.3congresoespiritasudamericano.com dos novidades que queremos compartir con todos:

 

1-- Presentamos la sección de Inscripción de Extranjeros también en Portugués
2-- Tenemos numero WhatsApp que es +56 9 59045857

 

Aprovechamos de pedir a todos que vayan al facebook del congreso y dejen su "me gusta" www.facebook.com/3ercongresoespiritasudamerica


¡Muchas Gracias!

 

Por favor divulgar a sus contactos!!

 

 

CEEBN Centro de Estudios Espirita Buena Nueva

www.espiritismo.cl

espiritismo@espiritismo.cl

Comisión Organizadora del 3er Congreso Espirita Sudamericano

 

 

(Informações  recebidas em emails de Congreso Espirita 2015 [contacto@3congresoespiritasudamericano.com] e de Simoni Privato Goidanich)

 Museu de Belas Artes de Santiago, Chile. Foto Ismael Gobbo

 

 

Palestra na Associação Espírita Fraternal

Nova Friburgo, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Giovana Campos)

 

 

Informativo Elo Fraterno

Editado por Décio Bressanin. Acesse nos links abaixo

 

INFORMATIVO ELO FRATERNO PANORÂMICO 309

18 a 20/julho/2015 - Envie eventos: decio.bressanin@gmail.com

 

EVENTOS DA SEMANA E FUTUROS VEJA EM: 

http://www2.quatromaosdeluz.com.br/

ESTE INFORMATIVO ESTÁ NA ÍNTEGRA EM:

http://www.infopanespirita.wordpress.com

 

 

 

Carta à minha mãe

 

Do livro “Crônicas de Além-Túmulo”

Autor espiritual Humberto de Campos

Psicografia de Francisco Cândido Xavier

FEB

 

 

Hoje, mamãe, eu não te escrevo daquele gabinete cheio de livros sábios, onde o teu filho, pobre e enfermo, via passar os espectros dos enigmas humanos, junto da lâmpada que, aos poucos, lhe devorava os olhos, no silêncio da noite. A mão que me serve de porta-caneta é a mão cansada de um homem paupérrimo, que trabalhou o dia inteiro buscando o pão amargo e cotidiano dos que lutam e sofrem. A minha secretária é uma tripeça tosca à guisa de mesa e as paredes que me rodeiam são nuas e tristes, como aquelas da nossa casa desconfortável em Pedra do Sal. O telhado sem forro deixa passar a ventania lamentosa da noite e desse remanso humilde, onde a pobreza se esconde exausta e desalentada, eu te escrevo sem insônias e sem fadigas, para contar-te que ainda estou vivendo para amar e querer a mais nobre das mães. Quereria voltar ao mundo que deixei, para ser novamente teu filho, desejando fazer-me um menino, aprendendo a rezar com o teu espírito santificado nos sofrimentos. A saudade do teu afeto leva-me constantemente a essa Parnaíba das nossas recordações, cujas ruas arenosas, saturadas do vento salitroso do mar, sensibilizam a minha personalidade e, dentro do crepúsculo estrelado da tua velhice cheia de crença e de esperança, vou contigo, em espírito, nos retrospectos prodigiosos da imaginação, aos nossos tempos distantes. Vejo-te com os teus vestidos modestos, em nossa casa de Miritiba, suportando com serenidade e devotamento os caprichos alegres de meu pai. Depois, faço a recapitulação dos teus dias de viuvez dolorosa, junto da máquina de costura e do teu “terço” de orações, sacrificando a mocidade e a saúde pelos filhos, chorando com eles a orfandade que o destino lhes reservara, e, junto da figura gorda e risonha da Midoca, ajoelho-me aos teus pés e repito: - “Meu Senhor Jesus-Cristo, se eu não tiver de ter uma boa sorte, levai-me deste mundo, dando-me uma boa morte.” Muitas vezes o destino te fez crer que partirias antes daqueles que havias nutrido com o beijo das tuas caricias, demandando os mundos ermos e frios da Morte. Mas, partimos e tu ficaste. Ficaste no cadinho doloroso da saudade, prolongando a esperança numa vida melhor no seio imenso da Eternidade. E o culto dos filhos é o consolo suave do teu coração. Acariciando os teus netos, guardas com o mesmo desvelo o meu cajueiro, que aí ficou, como um símbolo plantado no coração da terra parnaibana, e, carinhosamente, colhes das suas castanhas e das suas folhas fartas e verdes, para que as almas boas conservem uma lembrança do teu filho, arrebatado no turbilhão da Dor e da Morte. Ao Mirocles, mamãe, que providenciou quanto ao destino desse irmão que aí deixei, enfeitado de flores e passarinhos, estuante de seiva, na carne moça da terra, pedi velasse pelos teus dias de insulamento e velhice, substituindo-me junto do teu coração. Todos os nossos te estendem as suas mãos bondosas e amigas e é assombrada que, hoje, ouves a minha voz, através das mensagens que tenho para quantos me possam compreender. Sensibilizam-me as tuas lágrimas, quando passas os olhos cansados sobre as minhas páginas póstumas e procuro dissipar as dúvidas que torturam o teu coração, combalido nas lutas. Assalta-te o desejo de me encontrares, tocando-me com a generosa ternura de tuas mãos, lamentando as tuas vacilações e os teus escrúpulos, temendo aceitar as verdades espíritas, em detrimento da fé católica, que te vem sustentando nas provações. Mas, não é preciso, mãe, que me procures nas organizações espíritas e, para creres na sobrevivência do teu filho, não é preciso que abandones os princípios da tua fé. Já não há mais tempo para que teu espírito excursione em experiências no caminho vasto das filosofias religiosas. Numa de suas páginas, dizia Coelho Neto que as religiões são como as linguagens. Cada doutrina envia a Deus, a seu modo, o voto de súplica ou de adoração. Muitas mentalidades entregam-se, aí no mundo, aos trabalhos elucidativos da polêmica ou da discussão. Chega, porém, um dia em que o homem acha melhor repousar na fé a que se habituou, nas suas meditações e suas lutas. Esse dia, mamãe, é o que estás vivendo, refugiada no conforto triste das lágrimas e das recordações. Ascendendo às culminâncias do teu Calvário de saudade e angústia, fixas os olhos na celeste expressão do Crucificado e Jesus, que é a providência misericordiosa de todos os desamparados e de todos os tristes, te fala ao coração dos vinhos suaves e doces de Caná, que se metamorfosearam no vinagre amargoso dos martírios, e das palmas verdes de Jerusalém, que se transformaram na pesada coroa de espinhos. A cruz, então, se te afigura mais leve e caminhas. Amigos devotados e carinhosos te enviam de longe o terno consolo dos seus afetos e, prosseguindo no teu culto de amor aos filhos distantes, esperas que o Senhor, com as suas mãos prestigiosas, venha decifrar para os teus olhos os grandes mistérios da Vida. Esperar e sofrer têm sido os dois grandes motivos, em torno dos quais rodopiaram os teus quase setenta e cinco anos de provações, de viuvez e de orfandade. E eu, minha mãe, não estou mais aí para afagar-te as mãos trêmulas e os cabelos brancos que as dores santificaram. Não posso prover-te de pão e nem guardar-te da fúria da tempestade, mas, abraçando o teu Espírito, sou a força que adquires na oração, como se absorvesses um vinho misterioso e divino. Inquirido, certa vez, pelo grande Luiz Gama sobre as necessidades da sua alforria, um jovem escravo observou: - “Não, meu senhor!... a liberdade que me oferece me doeria mais que o ferrete da escravidão, porque minha mãe, cansada e decrépita, ficaria sozinha nos misteres do cativeiro.” Se Deus me perguntasse, mamãe, sobre os imperativos da minha emancipação espiritual, eu teria preferido ficar, não obstante a claridade apagada e triste dos meus olhos e a hipertrofia que me transformava num monstro, para levar-te o meu carinho e a minha afeição, até que pudéssemos partir juntos, desse mundo onde tudo sonhamos para nada alcançar. Mas, se a Morte parte os grilhões frágeis do corpo, é impotente para dissolver as algemas inquebrantáveis do espírito. Deixa que o teu coração prossiga, oficiando no altar da saudade e da oração; cântaro divino e santificado. Deus colocará dentro dele o mel abençoado da esperança e da crença, e um dia, no portal ignorado do mundo das Sombras, eu virei, de mãos entrelaçadas com a Midoca, retrocedendo no tempo, para nos transformarmos em tuas crianças bem-amadas. Seremos agasalhados, então, nos teus braços cariciosos, como dois passarinhos minúsculos, ansiosos da doçura quente e suave das asas maternas, e guardaremos as nossas lágrimas nos cofres de Deus, onde elas se cristalizam como as moedas fulgurantes e eternas do erário de todos os infelizes e desafortunados do mundo. Tuas mãos segurarão ainda o “terço” das preces inesquecidas e nos ensinarás, de joelhos, a implorar, de mãos postas, as bênçãos prestigiosas do Céu. E, enquanto os teus lábios sussurrarem de mansinho – “Salve Rainha... mãe de misericórdia...” começaremos juntos a viagem ditosa do Infinito, sob o dossel luminoso das nuvens claras, tênues e alegres do Amor.

 

 

(Texto copiado do site http://luzdoespiritismo.com/wp-content/uploads/2013/04/04-cronicas-de-alem-tumulo.pdf)

Praça Cel Fernando Prestes e Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. São Paulo, SP. Foto Ismael Gobbo  

 

 

Matéria da Revista Espírita – abril 1860

Considerações sobre o objetivo e o caráter da Socidade

 

 

CONSIDERAÇÕES SOBRE O OBJETIVO E O CARÁTER DA SOCIEDADE

      Revista espírita — Ano III — Abril de 1860

 

SEXTA-FEIRA, 9 DE MARÇO
(Sessão Particular)

Leitura do projeto de modificações a ser introduzido no regulamento da Sociedade. A respeito, o Sr. Allan Kardec apresenta as seguintes observações:

CONSIDERAÇÕES SOBRE O OBJETIVO E O CARÁTER DA SOCIEDADE

“Senhores,

“Algumas pessoas parecem equivocadas quanto ao verdadeiro objetivo e o caráter da Sociedade. Permiti-me relembrá-los em poucas palavras.

“O objetivo da Sociedade está claramente definido em seu título e no preâmbulo do regimento atual. Esse objetivo é, essencialmente e, pode-se dizer, com exclusividade, o estudo da ciência espírita. O que queremos, antes de tudo, não é nos convencer, pois já o estamos, mas instruir-nos e aprender o que não sabemos. Para tanto, queremos nos colocar nas mais favoráveis condições. Como esses estudos exigem calma e recolhimento, queremos evitar tudo quanto seja causa de perturbação. Tal é a consideração que deve prevalecer na apreciação das medidas que vamos adotar.

“Partindo deste princípio, a Sociedade não se apresenta absolutamente como uma Sociedade de propaganda. Sem dúvida, cada um de nós deseja a difusão das ideias que julgamos justas e úteis, contribuindo no círculo de suas relações e na medida de suas forças; entretanto, será erro pensar que para isso seja necessário estar reunidos em sociedade e, mais falso ainda, crer que a Sociedade seja a coluna sem a qual o Espiritismo estaria em perigo. Estando regularmente constituída, nossa Sociedade procede com mais ordem e método do que se marchasse ao acaso; mas, abstração disso, ela não é mais preponderante do que os milhares de sociedades livres ou reuniões particulares, existentes na França e no estrangeiro. Ainda uma vez, o que ela quer, é instruir-se; eis por que só admite em seu seio pessoas sérias e animadas do mesmo desejo, porque o antagonismo de princípios é uma causa de perturbação. Falo de um antagonismo sistemático sobre as bases fundamentais, porquanto não poderia ela, sem se contradizer, afastar a discussão sobre as questões de detalhe. Se adotou certos princípios gerais, não o fez por espírito de estreito exclusivismo. Ela tudo viu, tudo estudou, tudo comparou, e somente depois disso é que firmou uma opinião, baseada na experiência e no raciocínio. Só o futuro pode encarregar-se de lhe dar ou não razão. Mas, enquanto espera, não procura nenhuma supremacia e somente os que não a conhecem podem supor-lhe a ridícula pretensão de absorver todos os partidários do Espiritismo ou de fazer-se passar como reguladora universal. Se ela não existisse, cada um de nós instruir-se-ia por seu lado e, em vez de uma única reunião, talvez formássemos dez ou vinte: eis toda a diferença.

“Não impomos nossas ideias a ninguém. Os que as adotam é porque as consideram justas. Os que vêm a nós é porque pensam aqui encontrar oportunidade de aprender, mas não se trata de uma filiação, pois não formamos nem seita, nem partido. Reunimo-nos para estudar o Espiritismo, como outros se reúnem para estudar a frenologia, a história ou outras ciências. E como nossas reuniões não se baseiam em nenhum interesse material, pouco nos importa se outras se formam ao nosso lado. Na verdade, seria atribuir-nos ideias bem mesquinhas, bem estreitas e bem pueris crer que as veríamos com olhos ciumentos; os que pensassem em nos criar rivalidades mostrariam, por isso mesmo, quão pouco compreendem o verdadeiro espírito da doutrina. Só lamentamos uma coisa: que nos conheçam tão mal, a ponto de nos suporem acessíveis ao ignóbil sentimento do ciúme. Compreende-se que empresas mercenárias rivais, que podem prejudicar-se pela concorrência, se vejam com maus olhos. Mas se essas reuniões não tiverem em vista, como deveriam ter, senão um interesse puramente moral, e a elas não se misturarem nenhuma consideração mercantil, pergunto: Em que poderiam ser prejudicadas pela multiplicidade? Dirão, sem dúvida, que se não existe interesse material, há o do amor-próprio, o direito de destruir o crédito moral de seu vizinho. Mas talvez esse móvel fosse mais ignóbil ainda. Se é assim – que Deus não permita – apenas lamentaremos os que forem movidos por semelhantes pensamentos. Queremos sobrepujar os vizinhos? Tratemos de fazer melhor que eles; eis aí uma luta nobre e digna, desde que não seja ofuscada pela inveja e pelo ciúme.

“Eis, pois, senhores, um ponto essencial, que não deve ser perdido de vista: não formamos uma seita, nem uma sociedade de propaganda, nem uma corporação com interesse comum; se deixássemos de existir, o Espiritismo não sofreria nenhum prejuízo, formando-se, de nossas ruínas, vinte outras sociedades. Portanto, os que buscassem destruir-nos com o objetivo de entravar o progresso da ideias espíritas, nada ganhariam com isso; é necessário saberem que as raízes do Espiritismo não estão em nossa Sociedade, mas no mundo inteiro. Existe algo mais poderoso que eles, mais influente que todas as sociedades: é a doutrina, que vai ao coração e à razão dos que a compreendem e, sobretudo, dos que a praticam.

“Esses princípios, senhores, indicam-nos o verdadeiro caráter do nosso regimento, que nada tem em comum com os estatutos de uma corporação. Nenhum contrato nos liga uns aos outros; fora de nossas sessões não temos outras obrigações recíprocas que não sejam as de nos comportarmos como gente bem-educada. Os que nessas reuniões não encontrarem aquilo que nelas esperam achar, têm toda liberdade de retirar-se; eu mesmo não compreenderia que permanecessem, desde que não lhes convenha o que aqui se faz. Não seria racional que viessem perder tempo.

“Em toda reunião é preciso uma regra para a manutenção da boa ordem. Falando claramente, nosso regulamento nada mais é que uma instrução destinada a estabelecer ordem em nossas sessões, a manter, entre os assistentes, as relações de urbanidade e de conveniência que devem presidir a todas as assembleias de pessoas educadas, abstração feita das condições inerentes à especialidade de nossos trabalhos. Porque não tratamos apenas com homens, mas com Espíritos que, como sabeis, não são igualmente bons, e contra a velhacaria dos quais é preciso que nos resguardemos. Nesse número, alguns são muito astuciosos e podem mesmo, por ódio ao bem, impelir-nos a uma vida perigosa. Cabe a nós ter bastante prudência e perspicácia para frustrá-los, o que nos obriga a tomar precauções particulares.

“Lembrai-vos, Senhores, da maneira pela qual se formou a Sociedade. Eu recebia em minha casa algumas pessoas em pequeno comitê. Com o crescimento do grupo, acharam que era preciso um local maior. Para consegui-lo, teríamos de pagar; tivemos, portanto, que nos cotizar. Disseram mais: é preciso ordem nas sessões; não se pode admitir o primeiro que chegar; é necessário, portanto, um regulamento. Eis toda a história da Sociedade. Como vedes, é bem simples. Não entrou na cabeça de ninguém fundar uma instituição, nem se ocupar do que quer que seja fora dos estudos; eu próprio declaro, de maneira muito formal, que se um dia a Sociedade quiser ir além, não a acompanharei.

“O que fiz, outros são mestres em fazê-lo, ocupando-se à vontade, conforme seus gostos, suas ideias, seus pontos de vista particulares. E esses diferentes grupos podem perfeitamente entender-se e viver como bons vizinhos. A menos que utilizemos uma praça pública como local de assembleia, considerando-se que é impossível reunir num mesmo lugar todos os partidários do Espiritismo, esses diversos grupos devem ser fração de um grande todo, mas não seitas rivais. E o mesmo grupo, tornado muito numeroso, pode subdividir-se, como os enxames de abelhas. Estes grupos já existem em grande número e se multiplicam todos os dias. Ora, é precisamente contra essa multiplicidade que a má vontade dos inimigos do Espiritismo virá quebrar-se, porque os entraves teriam como efeito inevitável, pela própria força das coisas, a multiplicação das reuniões particulares.

“Entretanto, é preciso convir que em certos grupos há uma espécie de rivalidade ou, antes, de antagonismo. Qual a causa? Meu Deus! esta causa está na fraqueza humana, no espírito de orgulho que quer impor-se; está, sobretudo, no conhecimento ainda incompleto dos verdadeiros princípios do Espiritismo. Cada um defende os seus Espíritos, como outrora as cidades da Grécia defendiam seus deuses que, seja dito de passagem, não passavam de Espíritos mais ou menos bons. Essas dissidências só existem porque há pessoas que querem julgar, antes de terem visto tudo, ou que julgam do ponto de vista de sua personalidade. Elas se apagarão, como muitas outras já se apagaram, à medida que a ciência se reformular; porque, em última análise, a verdade é uma só, e sairá do exame imparcial das diferentes opiniões. Esperando que a luz se faça sobre todos os pontos, qual será o juiz? Dir-se-á que é a razão. Mas quando duas pessoas se contradizem, cada uma invoca a sua razão. Que razão superior decidirá entre as duas?

“Sem nos determos sobre a forma mais ou menos imponente da linguagem, forma que os Espíritos impostores e pseudo-sábios sabem muito bem tomar para seduzir pelas aparências, partimos do princípio de que os bons Espíritos não podem aconselhar senão o bem, a união e a concórdia; que sua linguagem é sempre simples, modesta, marcada pela benevolência, isenta de acrimônia, de arrogância e de fatuidade. Numa palavra, tudo neles respira a mais pura caridade. Caridade – eis o verdadeiro critério para julgar os Espíritos e julgar-se a si próprio, Quem quer que, sondando o foro íntimo de sua consciência, encontrar um germe de rancor contra o próximo, mesmo um simples desejo do mal, pode dizer a si mesmo, sem sombra de dúvida, que é solicitado por um mau Espírito, porque esquece estas palavras do Cristo: “Sereis perdoados como vós mesmos houverdes perdoado.” Portanto, se houvesse rivalidade entre dois grupos espíritas, os Espíritos verdadeiramente bons não poderiam estar ao lado daquele que lançasse anátema ao outro, pois jamais um homem sensato poderia acreditar que a inveja, o rancor, a malevolência, numa palavra, todo sentimento contrário à caridade, pudesse emanar de uma fonte pura. Procurai, então, de que lado há mais caridade prática, e não de palavras, e reconhecereis sem dificuldade de que lado estão os melhores Espíritos e, consequentemente, de quais deles temos mais razão de esperar a verdade.

“Estas considerações, senhores, longe de nos afastar do nosso objetivo, colocam-nos no verdadeiro terreno. Encarado desse ponto de vista, o regimento perde completamente seu caráter de contrato, para revestir aquele, bem mais modesto, de uma simples regra disciplinar.

“Todas as reuniões, seja qual for o seu objetivo, deverão premunir-se contra um escolho: o dos caracteres trapalhões, que parecem nascidos para semear a perturbação e a cizânia, onde quer que se encontrem. A desordem e a contradição são o seu elemento. As reuniões espíritas, mais que as outras, devem pôr-se em guarda contra eles, porque as melhores comunicações só são obtidas na calma e no recolhimento, incompatíveis com sua presença e com os Espíritos simpáticos que os conduzem.

“Em resumo, o que devemos buscar é remover todas as causas de perturbação e de interrupção; manter entre nós as boas relações, de que os espíritas sinceros, mais que outros, devem dar exemplo; opor-nos, por todos os meios possíveis, ao afastamento da Sociedade de seus objetivos, à abordagem de questões que não são de sua alçada, e que degenere em arena de controvérsias e de personalismo. O que devemos buscar, ainda, é a possibilidade de execução, simplificando o mais possível as engrenagens. Quanto mais complicadas forem estas engrenagens, maiores serão as causas de perturbação. O relaxamento seria introduzido pela força das coisas, e deste à anarquia não há mais que um passo.

Allan Kardec

 

 

(Texto recebido em email de César Perri)

 

 

Allan Kardec (1804- 1869) Codificador do Espiritismo

 

 

Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo,  SP.

Envio: Ismael Gobbo, SP, e, Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba, SP

 

 

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