Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

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Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo, SP.

Envio: Ismael Gobbo (SP) e Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba (SP)

 

 

Notas

1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo).

 

 

Atenção

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Os últimos 5 emails enviados:

 

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16-09-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/SETEMBRO/16-09-2015.htm

15-09-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/SETEMBRO/15-09-2015.htm

 

 

 

 

Publicação em sequência

O Livro dos Espíritos

 

 

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(Texto Copiado do site Febnet)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Texto Copiado do site Febnet)

 

Joana D’Arc. Quadro de Jules Bastien Lepage

Imagem/fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Jules_Bastien-Lepage#/media/File:BastienLepage_Jules_Joan_Of_Arc.jpg

 

 

Fazer o bem para ser feliz

 

 


Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br


            “Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. Assim quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, recompensará.” (Mateus, 6:1 a  4). (1)
            Ao principiar a análise desse texto, considera Allan Kardec: ” Em fazer o bem sem ostentação há grande mérito. Ainda mais meritório é ocultar a mão que dá. Constitui marca incontestável de grande superioridade moral, porquanto, para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo, mister se torna abstrair da vida  presente e identificar-se com a vida futura; numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação que advém do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Àquele que prefere ao de Deus o sufrágio dos homens prova que mais fé deposita nestes do que na Divindade e que mais valor dá à vida presente do que à futura. Se diz o contrário, procede como se não cresse no que diz.” conforme O evangelho segundo o espiritismo, Cap. XIII, item 3). (2)
            Esclarecendo Jesus como se deve exercitar o bem, Ele é bem claro em revelar que o bem deve ser exercitado pelo Bem, e não por uma forma que revela o desejo de ser admirado pelas pessoas que dele tomem conhecimento.
            Nesse caso, a pessoa está preocupada com as aparências da vida material, e não sentindo a essência do amor como manifestação espiritual a expressar a compaixão.
            Jesus exprobra de maneira clara e veemente aqueles que agem dessa forma e, ainda, dissimulam a conduta vaidosa como algo de valor moral ou espiritual. O Mestre define-os de maneira clara e contundente a falsidade do comportamento chamando-os de hipócritas.
            Por sua vez, Allan Kardec comenta a importância em se fazer o bem sem ostentação e isso remete à uma visão e vivência da vida em seu profundo aspecto espiritual que ressalta a compaixão e a solidariedade como valores essenciais para a convivência das pessoas em sociedade.
            Obviamente, que o tempo corre em sua esteira interminável e o conceito de esmola mudou muito desde os tempos de Jesus, do século XVIII, com Allan Kardec  aos dias atuais.
            Leis justas, ao rolar dos anos, foram estabelecendo direitos ao invés das distribuições de migalhas expressas nas esmolas individuais, ao sabor dos sentimentos
de mais ou menos misericórdia.
            Atualmente as pessoas materialmente mais pobres contam com o apoio de leis de amparo nos aspectos da saúde, da educação, da alimentação, da habitação.
            Não são ainda leis perfeitas ou plenamente eficazes em sua aplicação, mas transformaram dó, piedade, compaixão em direitos do cidadão e dever do Estado: à saúde, ao salário digno, à educação, à habitação, ao descanso remunerado e outros mais.
            Isso não eliminou, mesmo nas sociedades mais avançadas, pessoas que vagam, pelas ruas, paradas nos faróis de sinalização,presentes nas aglomerações, estendo as mãos nos doloridos pedidos de:” uma esmola pelo amor de Deus”   ou “tio dá um dinheiro aí “.
            Hoje, geralmente, são dependentes químicos, pessoas com transtornos mentais e pelos dois motivos sem vínculo familiar.
            As sociedades estatais do planeta avançaram muito, mas estes últimos também “são filhos de Deus” e para eles devem existir direitos que respeitem e acolham a sua “dignidade humana”.
            E não valem providências paliativas e demagógicas por parte de administradores públicos, em todos os níveis. Para eles a verberação de Jesus: “... hipócritas nas sinagogas e nas ruas” e as providências legais para corrigir engodos e falsidades com a aplicação avaliativa e punitiva dos tribunais.
            O bem deve ser o Bem!
Referência:
            (1) O Novo testamento.
            (2) O evangelho segundo o espiritismo, Allan Kardec – Ed. FEB.

Jesus curando o  paralítico do Tanque de Betesda. Óleo sobre tela de Bartolomé Esteban Murillo.

Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/Curacin_del_paraltico_Murillo_1670.jpg

 

 

Palestras de Divaldo Franco e Haroldo Dutra Dias –

 Conheça o canal

 


 

 

Evangelho e Espiritismo - Parceria SER / LEAL

Inscreva-se: www.youtube.com/evangelhoeespiritismo

 

Abraços,

Lucas Milagre

 

(Informação recebida em email de Lucas Milagre)

 

 

Curso “Gestão de Crises”

Marília, SP

 

 

(Informação recebida em email de Donizete Pinheiro)

 

 

Palestra em comemoração aos 75 anos do Lar da Irmã Celeste

Guarulhos, SP

 

 

(Informação recebida em emails de Luiz Gouveia [lggouveia@yahoo.com]  de locutor - FEAL [locutor@feal.com.br])

 

 

Seminário sobre Passe com Aparecido Carvalho

Pereira Barreto, SP

 

SEMINÁRIO

 

O PASSE

 

 

 D:\Aparecido\Pictures\Jesus Curando 10 Leprosos Aquarela James Tissot.jpg

Aparecido Augusto de Carvalho

Sábado - 03 de Outubro - 14:30h

 

 

Centro Espírita Amor e Caridade

 

Rua Dermival Franceschi, 1701

(Próximo à Igreja Matriz)

 

PEREIRA BARRETO - SP

 

Promoção: USE Regional de Ilha Solteira -  USE Intermunicipal de Pereira Barreto e C. E. Amor e Caridade

 

 

(Informação recebida em email de Aparecido Carvalho)

 

 

UMEN- Semana de Allan Kardec – 2015

Niterói, RJ

 

 

(Informação recebida em email de José Passini)

 

 

Programação do Centro Espírita Allan Kardec

Penápolis, SP

 

 

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--

 

Centro Espírita Allan Kardec

Avenida Luís Osório, 1262

Penápolis - SP

allankardecpenapolis@gmail.com

https://www.facebook.com/allankardecpenapolis

 2015, 150 anos do livro O Céu e o Inferno

 

 

(Informação recebida em email de Centro Espírita Allan Kardec [allankardecpenapolis@gmail.com])

 

 

Palestra no C.E. Francisco de Assis

Avanhandava, SP

 

CENTRO  ESPIRITA FRANCISCO DE ASSIS

RUA TIBIRIÇÁ Nº522 - AVANHANDAVA

 

 

 

CONVIDA A TODOS PARA ASSISTIREM  A PALESTRA QUE O

 

 

DR. LUIZ  AUGUSTO  MACEDO.

DA CIDADE  DE

GUARARAPES

 

 

FARÁ NESTA QUARTA-FEIRA DIA 23-09-2015

ÀS 20,00 HORAS

 

TEMA:

"   LIVRE "

 

 

(Informação recebida em email de Luiz Antonio da Silva)

 

 

XVIII Mês Espírita G.E. João Batista

Macaé, RJ

 

XVIII MÊS ESPÍRITA GRUPO ESPÍRITA JOÃO BATISTA
Para: Você


Queridos Irmãos,

Convidamos todos  os amigos para participar das palestras do  XVIII Mês Espírita do Grupo João Batista que acontecerão aos sábados e domingos do Mês de Setembro nas sedes da Rua Allan Kardec (aos sábados às 17:30hs) e Rua dos Advogados (aos domingos, às 9:00hs)  para estudarmos sobre o tema:

EDUCAÇÃO EVANGÉLICA DOS FILHOS NO MUNDO MODERNO (CRIANÇAS E ADOLESCENTES)

Paz e Luz!

GEJB

 

(Informação em email de aldenisebarreto@terra.com.br> repassado por Renê Magalhães [reneadolfo@demagalhaesgomes.com.br])

 

 

CEDAJ- XXIX Semana Espírita –

Ampliando a Consciência de Imortalidade.  Salvador, BA

 

 

CEDAJ

 Centro Espírita Deus, Amor e Justiça

 Endereço: Rua Professor Pinto de Aguiar,11 - Boca do Rio, Salvador – BA

Ponto de referência: Em frente à Distribuidora Brasilgás

Contato e-mail:

c.e.deusamorejustica@gmail.com

(Informação recebida em emails de Edward Junior 1 [mailto:edwardnmjr1@gmail.com] e de Renê Magalhães [reneadolfo@demagalhaesgomes.com.br])

 

 

Reuniões de Fraternidade – 2015

Macaé, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Renê Magalhães [reneadolfo@demagalhaesgomes.com.br])

 

 

Revista eletrônica semanal “O Consolador”

Londrina, PR

 

Acesse

 aqui: www.oconsolador.com.br

 

 

 

 

 

Informativo CEECAL

Florianópolis, SC

 

 

Ceecal Informativo

 

Nossos agradecimentos  aos que participaram e nos apoiaram na realização do IV Seminário CEECAL, vocês são a energia de amor que nos impulsionam na realização desta tarefa de divulgação.  Que possamos sempre contar que esse apoio carinhoso que nos move nesta jornada.

Lembre-se: "A maior caridade que podemos fazer para a doutrina Espírita é a sua divulgação."

 

Já esta no ar na TV CEECAL  todas as palestras realizadas pela oradora Anete Guimarães

 

Façam sua inscrições na TV CEECAL e nos ajude na Divulgação desta Doutrina de amor. Repassem esse link ao seus amigos

 

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Grupo CEECAL

"Divulgando a doutrina Espírita com Arte"  

 

 

 

 

 

PALAVRAS AOS ENFERMOS

 

Toda enfermidade do corpo é processo educativo para a alma.

Receber, porém, a visitação benéfica entre manifestações de revolta é o mesmo que recusar as vantagens da lição, rasgando o livro que no-la transmite.

A dor física, pacientemente suportada, é golpe de buril divino realizando o aperfeiçoamento espiritual.

Tenho encontrado companheiros a irradiarem sublime luz do peito, como se guardassem lâmpadas acesas dentro do tórax.

Em maior parte, são irmãos que aceitaram, com serenidade, as dores longas que a Providência lhes destinou, a benefício deles mesmos.

Em compensação, tenho sido defrontado por grande numero de ex-tuberculosos e ex-leprosos, em lamentável posição de desequilíbrio, afundados muitos deles em charcos de treva, porque a moléstia lhes constituiu tão somente motivo à insubmissão.

O doente desesperado é sempre digno de piedade, porque não existe sofrimento sem finalidade de purificação e elevação.

A enfermidade ligeira é aviso.

A queda violenta das forças é advertência.

A doença prolongada é sempre renovação de caminho para o bem.

A moléstia incurável no corpo é reajustamento da alma eterna.

Todos os padecimentos da carne se convertem, com o tempo, em claridades interiores, quando o enfermo sabe manter a paciência, aceitando o trabalho regenerativo por bênção da Infinita Bondade.

Quem sustenta a calma e a fé nos dias de aflição, encontrará a paz com brevidade e segurança, porque a dor, em todas as ocasiões, é a serva bendita de Deus que nos procura, em nome d´Ele, a fim de levar a efeito, dentro de nós, o serviço da perfeição que ainda não sabemos realizar.

Neio Lúcio
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

 

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III FÓRUM CEECAL - NOVEMBRO 2015

 

Programação:

 

Data: 21/11/2015 – 14h 

Palestra: Dificuldades de relacionamento: o amor pede passagem

Palestrante - Alberto Almeida 

 

Data: 21/11/2015 – 16h 15min 

Palestra: A PAZ NO EU, NA FAMÍLIA E NO MUNDO

Palestrante - Luiz Melo

 

 

Local: Centro Multiuso de São José

 

Beira Mar de São José  - São José - SC 

 

Informações: (48) 9991-6075 – (48) 99690386 -

 

 Site www.ceecal.com 

 

e Email – contato.ceecal@gmail.com

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Para assistir as palestras do canal selecione Vídeo

 

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Ceecal agradece a todos pela confiança

ao trabalho na divulgação da Doutrina Espírita.

Doações para que este trabalho continue:

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Muita Paz a Todos
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Depto de Comunicação - ceecal

 
"A Maior Caridade que se Pode Fazer a Doutrina Espírita é sua Divulgação"

 

 

(Informação recebida em email de espiritas-local-2012@googlegroups.com; em nome de; Ceecal [ceecal@hotmail.com])

 

 

Kardec Rádio (em inglês)

Baltimore, EUA

 

Acesse:

www.kardecradio.com

 

 

 

 

Informações do Light and Peace Spiritist Centre

Adelaide, Austrália

 

Acesse:

http://www.lightandpeace.org/

 

 

 

A negação de Pedro

 

Do livro Boa Nova

Ditado pelo espírito Humberto de Campos

Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Editora FEB

 

 

     O ato do Messias, lavando os pés de seus discípulos, encontrou certa incompreensão da parte de Simão Pedro. O velho pescador não concordava com semelhante ato de extrema submissão. E, chegada a sua vez, obtemperou, resoluto:

     — Nunca me lavareis os pés, Mestre; meus companheiros estão sendo ingratos e duros neste instante, deixando-vos praticar esse gesto, como se fôsseis um escravo vulgar.

     Em seguida a essas palavras, lançou à assembléia um olhar de reprovação e desprezo, enquanto Jesus lhe respondia:

     — Simão, não queiras ser melhor que os teus irmãos de apostolado, em nenhuma circunstância da vida. Em verdade, assevero-te que, sem o meu auxílio, não participarás com meu espírito das alegrias supremas da redenção.

     O antigo pescador de Cafarnaum aquietou-se um pouco, fazendo calar a voz de sua generosidade quase infantil.

     Terminada a lição e retomando o seu lugar à mesa, o Mestre parecia meditar gravemente. Logo após, todavia, dando a entender que sua visão espiritual devassava os acontecimentos do futuro, sentenciou:

      — Aproxima-se a hora do meu derradeiro testemunho! Sei, por antecipação, que todos vós estareis dispersados nesse instante supremo. É natural, porquanto ainda não estais preparados senão para aprender. Antes, porém, que eu parta, quero deixar-vos um novo mandamento, o de amar-vos uns aos outros como eu vos tenho amado; que sejais conhecidos como meus discípulos, não pela superioridade no mundo, pela demonstração de poderes espirituais, ou pelas vestes que envergueis na vida, mas pela revelação do amor com que vos amo, pela humildade que deverá ornar as vossas almas, pela boa disposição no sacrifício próprio.

     Vendo que Jesus repetia uma vez mais aquelas recomendações de despedida, Pedro, dando expansão ao seu temperamento irriquieto, adiantou-se, indagando:

     — Afinal, Senhor, para onde ides?

     O Mestre lhe lançou um olhar sereno, fazendo-lhe sentir o interesse que lhe causava a sua curiosidade e redargüiu: 

     — Ainda não te encontras preparado para seguir-me. O testemunho é de sacrifício e de extrema abnegação a somente mais tarde entrarás na posse da fortaleza indíspensável.

      Símão, no entanto, desejando provar por palavras aos companheiros o valor da sua dedicação, acrescentou, com certa ênfase, ao propósito de se impor à confiança do Messias:

      — Não posso seguir-vos? Acaso, Mestre, podereis duvidar de minha coragem? Então, não sou um homem? Por vós darei a minha própria vida.

     O Cristo sorriu e ponderou:  

     — Pedro, a tua inquietação se faz credora de novos ensinamentos. A experiência te ensinará melhores conclusões, porque, em verdade, te afirmo que esta noite o galo não cantará sem que me tenhas negado por três vezes.

     — Julgai-me então, um espírito mau e endurecido a esse ponto? — indagou o pescador, sentindo-se ofendido

     — Não, Pedro — adiantou o Mestre, com doçura —, não te suponho ingrato ou indiferente aos meus ensinos. Mas vais aprender, ainda hoje, que o homem do mundo é mais frágil do que perverso.

 

***

 

     Pedro não quis acreditar nas afirmações do Messias e tão logo se verificara a sua prisão, no pressuposto de demonstrar o seu desassombro e boa disposição para a defesa do Evangelho do Reino, atacou com a espada um dos servos do sumo-sacerdote de Jerusalém, compelindo o Mestre a mais severas observações. Consoante as afirmativas de Jesus, o colégio dos apóstolos se dispersara naquele momento de supremas resoluções. A humildade com que o Crísto se entregava desapontara a alguns deles, que não conseguiam compreender a transcendência daquele Reino de Deus, sublimado e distante.

     Pedro e João, observando que a detenção do Mestre pelos emissários do Templo era fato consumado, combinaram, entre si, acompanhar, de longe, o grupo que se afastava, conduzindo o Messias. Debalde, procuraram os demais companheiros que, receosos da perseguição,  haviam debandado.

     Ambos, no entanto, desejavam prestar a Jesus o auxílio necessário.  Quem sabe poderiam encontrar um recurso de salvá-lo? Era mister certificar-se de todas as ocorrências. Recorreriam às suas humildes relações em Jerusalém, a favor do Mestre querido.  Compreendiam a extensão do perigo e as ameaças que lhes pesavam sobre a fronte. De instante a instante, eram surpreendidos por homens do povo que, em palestra de caminho, acusavam a Jesus de feiticeiro e herético.

     A noite caíra sobre a cidade.

     Os dois discípulos observaram que a expedição de servos e soldados chegava à residência de Caifás, onde o Cristo foi recolhido a uma cela úmida, cujas grades davam para um pátio extenso.

     O prisioneiro fora trancafiado, por entre zombarias e impropérios. Ao grupo reduzido, juntava-se agora a massa popular, então em pleno alvoroço festivo, nas comemorações da Páscoa. O pátio amplo foi invadido por uma aluvião de pessoas alegres.

     Pedro e João compreenderam que as autoridades do Templo imprimiam caráter popular ao movimento de perseguição ao Messias, vingando-se de sua vitória na entrada triunfal em Jerusalém, como uma nova esperança para o coração dos desalentados e oprimidos.

     Depois de ligeiro entendimento, o filho de Zebedeu voltou a Betânia, a fim de colocar a mãe de Jesus ao corrente dos fatos, enquanto Pedro se misturava à aglomeração, de maneira a observar em que poderia ser útil ao Messias.

     O ambiente estava já preparado pelo farisaísmo para os tristes acontecimentos do dia imediato. Em todas as rodas, falava-se do Cristo como de um traidor ou revolucionário vulgar. Alguns comentadores mais exaltados o denunciavam como ladrão. Ridicularizava-se o seu ensinamento, zombava-se de sua exemplificação e não faltavam os que diziam, em voz alta, que o Profeta nazareno havia chegado à cidade chefiando um bando de salteadores.

     O velho pescador de Cafarnaum sentiu a hostilidade com que teria de lutar para socorrer o Messias, e experimentou um frio angustioso no coração. Sua resolução parecia vencida. A alma ansiosa se deixava dominar por dúvidas e aflições. Começou a pensar nos seus familiares, em suas necessidades comuns, nas convenções de Jerusalém, que ele não poderia afrontar sem pesados castigos. Com o cérebro fervilhando de expectativas e cogitações de defesa própria, penetrou no extenso pátio, onde se adensava a multidão.

     Para logo, uma das servas da casa se aproximou dele e exclamou, surpreendida:

     — Não és tu um dos companheiros deste homem? — indagou, designando a cela onde Jesus se achava encarcerado.

     O pescador refletiu um momento e, reconhecendo que o instante era decisivo, respondeu, dissimulando a própria emoção:

     — Estás enganada. Não sou.

     O apóstolo ponderou aquela primeira negativa e pôs-se a considerar que semelhante procedimento, aos seus olhos, era o mais razoável, porquanto tinha de empregar todas as possibilidades ao seu alcance, a favor de Jesus.

     Fingindo despreocupação, o irmão de André se dirigiu a uma pequena aglomeração de populares, onde cada qual procurava esquivar-se ao frio intenso da noite, aquentando-se junto de um braseiro. Novamente um dos circunstantes, reconhecendo-o, o interpelou nestes termos:

     — Então, vieste socorrer o teu Mestre?

     — Que Mestre? — perguntou o pescador de Cafarnaum, entre receoso e assustado. — Nunca fui discípulo desse homem.

     Fornecida essa explicação, todo o grupo se sentiu á vontade para comentar a situação do prisioneiro. Longas horas passaram-se para Simão Pedro, que tinha o coração a duelar-se com a própria consciência, naqueles instantes penosos em que fora chamado ao testemunho. A noite ia adiantada, quando alguns servidores vieram servir bilhas de vinho. Um deles, encarando o discípulo com certo espanto, exclamou de súbito:

      —  È este!... É bem aquele discípulo que nos atacou a espada, entre as árvores do horto!...

     Simão ergueu-se, pálido, e protestou:

     — Estás enganado, amigo! Vê que isso não seria possível!...

     Logo que pronunciou sua derradeira negativa, os galos da vizinhança cantaram em vozes estridentes, anunciando a madrugada.

     Pedro recordou as palavras do Mestre e sentiu-se perturbado por infinita angústia. Levantou-se cambaleante e, voltando-se instintivamente para a cela em que o Mestre se achava prisioneiro, viu o semblante sereno de Jesus a contemplá-lo através das grades singelas

 

***

     Presa de indizível remorso, o apóstolo retirou-se, envergonhado de si mesmo. Dando alguns passos, alcançou os muros exteriores, onde se deteve a chorar amargamente. Ele, que fora sempre homem ríspido e resoluto, que condenara invariavelmente os transviados da Verdade e do bem, que nunca conseguira perdoar às mulheres mais infelizes, ali se encontrava, abatido como uma criança, em face de sua própria falta. Começava a entender a razão de certas experiências dolorosas de seus irmãos em Humanidade.  Em seu espírito como que desabrochava uma fonte de novas considerações pelos infortunados da vida. Desejava, ansiosamente, ajoelhar-se ante o Messias e suplicar-lhe perdão para a sua queda dolorosa.

     Através do véu de lágrimas que lhe obscurecia os olhos, Simão Pedro experimentou uma visão consoladora e generosa. Figurou-se-lhe que o Mestre vinha vê-lo, em espírito, na solidão da noite, trazendo nos lábios aquele mesmo sorriso sereno de todos os dias. Ante a emoção confortadora e divina, Pedro ajoelhou-se e murmurou:

      —  Senhor, perdoai-me!

     Mas, nesse instante, nada mais viu, na confusão de seus angustiados pensamentos. Luar alvíssimo enfeitava de luz as vielas desoladas. Foi aí que o antigo pescador refletiu mais austeramente, lembrando as advertências amigas de Jesus, quando lhe dizia: “Pedro, o homem do mundo é mais frágil do que perverso!...“.

 

Jesus prestes a ser atingido em frente ao Sumo Sacerdotes Anás. Obra de José de Madrazo Agudo.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jes%C3%BAs_en_casa_de_An%C3%A1s_Museo_del_Prado_Jos%C3%A9_de_Madrazo.jpg

Jesus diante de Caifás. Óleo sobre tela de Matthias Stom

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mattias_Stom,_Christ_before_Caiaphas.jpg

Ecce homo. “Eis o homem”. Pilatos apresenta Jesus à multidão.

Quadro de Antonio Ciseri. Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eccehomo1.jpg

A negação de Pedro. José de Ribera.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La_negaci%C3%B3n_de_San_Pedro.jpg

O arrependimento de Pedro. Detalhe na fachada da Catedral Sagrada Família, Barcelona, Espanha.

Foto Ismael Gobbo

Mesquita de Omar no Monte do Templo em Jerusalém, Israel. No local da mesquita

ficava o famoso templo judeu da época de Jesus. Foto ismael Gobbo

 

 

Ilusões do mundo material

 

Adélia sempre tivera uma vida social muito intensa. Desde criança, a mãe a estimulara a participar de concursos de beleza infantil.

Mais tarde, foram os concursos juvenis e a busca pela atuação como modelo.

Ela concorreu ao título de Miss em sua cidade, pois a mãe sonhava com o destaque social para sua única filha.

Algumas vezes, a moça tentara se rebelar àquilo tudo, que não lhe agradava. Sempre em vão.

De fato, era muito bonita. Seus cabelos cor de ouro, encaracolados, davam-lhe um encanto especial. Os olhos cor de mel e o sorriso encantador pareciam portadores de magnetismo, quando se dirigiam aos demais.

Entretanto, os compromissos eram tantos que Adélia mal tinha tempo para si mesma. Queria ser como suas amigas, ter uma vida comum, porém, temia magoar a mãe.

Os meses e os anos foram passando e a deixaram desgastada, inconformada, permitindo-se enredar em grave quadro depressivo.

A mãe, desesperada, começou a busca pela saúde da filha.

Somente então, Adélia ousou desabar em lágrimas e confessar ao terapeuta que não suportava aquele tipo de vida .

Disse que desejava, intensamente, esvaziar-se de tudo.

Não era feliz e nunca fora. Não pretendia magoar sua mãe, não sabia como resolver o problema. Desejava ser livre para decidir o que verdadeiramente queria para sua vida.

*   *  *

Como é importante que, na qualidade de pais e mães, nos conscientizemos de que nossos filhos são, como nós, indivíduos.

Trazem consigo seus sonhos, provas, expiações e mesmo, missões a cumprir.

Precisamos lhes dar liberdade de escolha, preparando-os para viver no mundo.

Vivemos cercados de ilusões materiais, e ainda não aprendemos a lidar com essa realidade.

Quantas vezes sentimos uma vontade imensa de mudar de vida, buscando novas e mais atraentes atividades?

Quantas oportunidades de crescimento interior perdemos, por medo ou por não termos tempo?

Quantos de nós, chamados para uma atividade de voluntariado, dispensamos o convite?

Tudo em função de ilusões materiais, escolhidas ou impostas.

A inconformação que nos bate às portas do coração, gerando tristeza e caminhando para a depressão, muitas vezes tem sua raiz em situações semelhantes à que descrevemos.

Deixamos de atender ao nosso eu interior, vivemos conforme a moda que o mundo dita, sem coragem para buscar aquilo que nos seja de real valor.

Existe sempre a necessidade de faxinarmos nosso íntimo e, se for o caso, mudarmos nossa forma de vida.

É comum nos esquecermos de que somos um Espírito vivendo no corpo, e que, como Espíritos, precisamos de manutenção, de alimento condizente.

Alimentamos o corpo. E o Espírito?

Orações, boas leituras, boa música, meditação, conversas construtivas, programas culturais enobrecedores são alimentos especiais para a alma.

Deixemos sempre um espaço em nossa agenda para essas pequenas grandes coisas que fazem a diferença em nossa vida. 

Redação do Momento Espírita.
Em 19.9.2015.

 

 

(Copiado do site Feparana)

 

Busto de mulher jovem.Mármore de Josepe Reynés.

Museu Nacional de Arte da Catalunha, Barcelona, Espanha.

Foto Ismael Gobbo

 

 

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