17 de abril de 2016
TEXTO: Maria Rachel Coelho Pereira
FOTOS: Luismar Ornelas de Lima
O 12º Seminário Beneficente do MAP
O 12º Seminário Beneficente do MAP – Movimento de Amor
ao Próximo – foi realizado no dia 17 de abril de 2016 na Casa de
Espetáculos, Metropolitan, no Rio de Janeiro, e recebeu um público de mais
de 4.300 pessoas, além dos que assistiram pela TV FEB e Rádio Rio de
Janeiro.
O Seminário também teve uma especial importância porque
deu início às comemorações do centenário do nosso irmão, Dr. Jorge
Andréa. Foi anunciado um grande Encontro no dia 13 de agosto do corrente
ano com o CEJA-Barra , às 14h , onde se fará oficialmente a comemoração desses
100 anos e o lançamento do livro “ O Outro Lado da Matéria” desse
grande cientista pioneiro da medicina do futuro.
No início do Seminário foi
transmitido um vídeo em homenagem aos irmãos recém desencarnados Jorge
Viana e Heráclito.
Com o tema: “Conquista da
Imortalidade”, o maior médium e orador espírita da atualidade, Divaldo
Pereira Franco abriu o Seminário, dividido em dois módulos.
Referindo-se ao Professor e
Doutor Harry Price, de Oxford, que estabeleceu a parapsicologia como sendo
a maior pesquisa da humanidade, pela audácia de penetrar nos escaninhos da
vida transcedental, um dos mais notáveis pesquisadores na área dos
fenômenos parapsíquicos, a humanidade estava saindo inevitavelmente das
doutrinas mais avançadas para aquela que diz respeito ao ser verdadeiramente
integral. Poderíamos dizer que o ser contemporâneo está saindo da
astronáutica para a psiconáutica, através do nosso pensamento, na fonte
geradora diretriz da vida, que é o cérebro, o grande decodificador, estamos
diante de um desafio que faz parte do processo antroposociopsicológico da
nossa evolução.
Divaldo Franco, recordou que
desde os tempos mais remotos que a criatura humana se pergunta: A morte
mata a vida? Num período remoto, onde a vida apresentava-se apenas no seu
aspecto biológico, onde a criatura humana vivia dos três extintos básicos:
comer, dormir e procriar até passarmos pelo nascimento da emoção e o medo
que acercou o cérebro humano, para estabelecer os paradigmas da melhor
maneira de viver, a interrogação procurava uma resposta que ainda não
se adequava a realidade. E hoje, graças as doutrinas mais avançadas das
neurociências vamos constatar que a vida é de natureza imortal.
Divaldo citou que a
Organização Mundial de Saúde há quatro anos que definia a saúde como
estado de bem estar fisiológico, emocional e mental, acrescentou o bem
estar espiritual e há dois anos a Academia de Psiquiatria dos EUA, fazendo
uma revisão no Código das doenças internacionalmente reconhecido constatou
que o transe, até então, considerado de natureza patológica, na
esquizofrenia, na epilepsia, e outros estados traumáticos, merece hoje
estudos apurados da ciência, porque a vida não se restringe a massa
cerebral.
O mesmo, Dr. Price,
estabeleceu que a matéria não é tudo. Que muito do que nós constatamos não
é de natureza material e que a maioria das coisas em que nós acreditamos
não é visível. Desta forma, existe um grande enigma entre a apresentação
material e a realidade transcendente do ser. Divaldo relembra, então, o
pensamento do notável filósofo latino Cícero, “ A história é a pedra de
toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade”. O que levaria
dezesete séculos depois, o notável cientista Lord Bacon, afirmar que uma filosofia superficial leva a mente humana ao
materialismo, mas uma filosofia profunda conduz a mente humana a verdadeira
religião.
E elucidando diversos
fatos mediúnicos ocorridos na História, o orador, demonstra que em todas as
épocas da humanidade, os espíritos se comunicaram com os que se encontravam
reencarnados.
Recorrendo a Heródoto de
Halicarnasso, narrou a primeira pesquisa parapsicológica a respeito da
imortalidade da alma, no século VII a.C. na Lídia, país que hoje
corresponde à Turquia, o homem mais rico do mundo, Creso, teve a
idéia de reunir os embaixadores no palácio e mandá-los a diferentes países
para que entrassem nos templos, adquirissem intimidade com os sacerdotes e
dentro de 100 dias apartir da data da saída de Sardes consultassem os
deuses. A consulta era para saber se aqueles deuses eram autênticos ou não
e sobre uma prática exótica realizada por Creso e impossível de se
advinhar. Os embaixadores foram voltando e narrando ao rei as
respostas dos deuses. Somente os que voltaram do Templo de Delfos lograram
obter dos deuses a resposta certa, coincidindo com o que fez o rei. Este é
o primeiro fato paranormal da história.
O conferencista continuou
discorrendo sobre a mediunidade e descreveu o assassinato do Imperador Tito
Lívio Domiciano, em Roma e o desencarne de Dante Aliguieri, em 1321. Fez um
pequeno histórico sobre fatos mediúnicos ocorridos com relação à sua obra
“A Divina Comédia”, quando um mês depois seu filho mais jovem, dormindo em
outra cidade e lhe apareceu em sonho, seu pai, pedindo que fosse a
casa em que ele desencarnara e na parede encontraria um cofre onde estava a
parte mais bela da Divina Comédia, quando, de fato, seu filho se deparou
com os 13 cantos da Obra.
Outra ocorrência
mediúnica destacada pelo emérito orador foi a previsão do Papa Pio V no dia
5 de outubro de 1571 sobre a Batalha de Lepanto, considerada a mais notável
Batalha de toda a humanidade até a 1ª Guerra Mundial. Os mouros que são
vencidos e expulsos perpetuamente da Europa e agora os vemos retornando à
Europa, pela Lei de Causa e Efeito. Se a causa é boa o efeito é edificante
mas aquilo que fez o Papa Pio V gerou um carma do ocidente em relação
ao oriente. Roma entra em festa e só chegam notícias da vitória, 20 dias
depois. A Batalha de Lepanto foi no porto de Corinto na Grécia e o papa
estava em Roma. A Igreja Católica Apostólica Romana é que noticia o fato
demonstrando a imortalidade da alma e a paranormalidade da criatura
humana.
Mas se não fosse
suficiente, em setembro de 1756, Emanuel Swedenborg, cientista sueco vê um
incêndio devorando Estocolmo e as multidões desesperadas gritando em
chamas. E ele estava na cidade de Gotemburgo, distante de Estocolmo
508 km. O que se confirmou dois dias depois, pelos correios, a grande
tragédia que quase destruiu Estocolmo. E apartir desse fato, Swedenborg
transforma-se em clarividente e funda uma religião, a Nova Jerusalém.
Não há na história quem
possa duvidar, inclusive, Kant, grande filósofo, pesquisa arduamente para
ver se não havia uma interpretação falsa e chega a conclusão que existem
realidades que nos escapam e que há muita coisa que nós ignoramos em nosso
conhecimento superficial da vida.
Divaldo lembra, ainda, que o
Presidente americano Abraham Lincoln teve um sonho sobre sua própria morte
e a visão que teve o Cardeal Eugênio Paccelli, do Papa Pio X, que lhe
disse: venho em nome de Deus dizer-lhe que vais ser papa dentro de dias e
se tornaria, por unanimidade de votos, o Papa Pio XII.
Fatos notáveis, históricos,
incontestáveis. E ignorados pelo Professor Price.
Divaldo passa a analisar a
importância das crises e da dor, necessárias para as grandes
transformações. Para que sobre elas edifique-se novos prédios de
esperanças. Recorda dos danos que seu pai sofreu da grande crise de Wall
Street, de 1929. Embora tenha nascido dois anos antes, seu pai era
exportador da folha de tabaco e foi vítima da crise de Nova Iorque,
de uma hora para outra foi quase reduzido à miséria mas gerou uma família
de lutadores: ...” aqui estou há 88 anos, lutando, porque a luta fortalece!
O coqueiro que não quer ser arrancado pela ventania, dobra-se, a ventania
passa e ele recupera a postura! É necessário sabermos dobrar-nos para
permanecermos vivos!”...
E concluindo o 1º
módulo do Seminário, destacou que no dia 18 de abril de 1857 nasce a
nova aurora do mundo novo, e Allan Kardec, cientista emérito, porque
realizou experiências com aproximadamente mais de mil médiuns, que
não dispunham de watsapp, telefone celular, nenhum meio de comunicação. Ele
mandava a mesma pergunta a 50 médiuns e depois cotejava as 50
respostas constatando a originalidade e a causa fundamental de onde venha
aquela contestação, declarando que a morte não mata a vida e que o
Espiritismo é uma ciência, que estuda a natureza, o destino dos espíritos e
as relações que mantemos com eles aparece para enfrentar a crítica da cultura
de então.
Essa
ciência extraordinária, traz em seu bojo a investigação de laboratório e
Allan Kardec foi um eminente e frio investigador, não se deixando
ludibriar pela astúcia dos mistificadores ou pela tendência daqueles que
querem aparecer para satisfazerem seus egos. Ele omitiu seu nome, como
grande educador, discípulo de Johann Heinrich Pestalozzi, para no anonimato
apresentar a ciência que um dia uniria as pessoas na psiconáutica, na
mediunidade que é uma faculdade que todos nós somos portadores em graus
levemente diferenciados. Nasce a Filosofia Espírita que vai além da
parapsicologia, que não tem uma filosofia de comportamento ético. A
Filosofia Espírita diz: ao analisarmos o fato e constatarmos a origem, nós
temos uma conseqüência filosófica, ético moral, que é a vida. Qual é o
sentido da vida? Porque estamos aqui? Como escreveu o notável Dostoiewski, na sua obra, O Idiota: A
beleza salvará o mundo! Então Allan Kardec trouxe a beleza para o mundo
colocando essa mensagem no Evangelho Segundo o Espiritismo: A dor é a
benção que Deus reserva aos seus eleitos! Temos que agradecer as dores, das
noites não dormidas, da incompreensão, do desgaste material, do dia a dia
porque viver é desgastar o combustível, é gastar esse fluído cósmico
que nos dá beleza e sem qualquer masoquismo, ser feliz na dor!
Divaldo
termina contando ao público que semana passada estava aplicando um passe
numa senhora portadora de neoplasia maligna com metástase e ela chorava de
dor quando lhe apareceu o filho desencarnado, pedindo-lhe: fale para mamãe
que seja feliz agora sem os cravos da cruz, os cravos da cruz pertenceram a
Jesus por nós e nós vamos nos encontrar e Divaldo lhe disse: a senhora
chorou tanto pelo filho que viajou e agora que ele lhe espera com um
ramalhete de flores, porque os cravos da cruz? Retire-os. E parta, alegre,
pois que ele está aqui esperando pela senhora. Seja feliz! E ela
desencarnou, e ele lhe estendeu as mãos e feliz foi com o filho.
Não
deixemos que os cravos da cruz, as recordações negativas perturbem a beleza
da nossa dor. Que soframos integralmente, que nos alegremos integralmente,
que tenhamos altivez de viver integralmente, porque é nisso que consiste a
vida. A Filosofia Espírita veio trazer essa marca: não existe um Deus em
punição mas existe um Deus que é todo amor, que vela por nós. A dor é um
fenômeno de desgaste. A dor física. O mal que fizemos a outrem, a nós
próprios nos fizemos. E esse mal está vivo em nós como culpa que nos faz
reencarnar com timidez, melancolia, transtorno do pânico que são os
mecanismos expurgatórios. Quem de nós não sabe que a Lei é de amor, então,
para quê o ressentimento? Para quê valorizar quem não nos quer bem? Nós
nascemos para sermos felizes, então a proposta do Espiritismo é a proposta
do Cristianismo primitivo, a volta do Homem de Nazaré, esse homem
extraordinário que dividiu a história, que a filosofia espírita nos
proporciona nos dias de hoje. A nossa meta não é ganhar dinheiro, isso é um
meio de chegar a nossa meta. A nossa meta é a imortalidade. Aqueles que nos
anteciparam, voltam, vem ter conosco, esperam-nos, choram com nossas
lágrimas, sorriem com o nosso bem estar e acima de tudo interferem junto a
Deus para que a plenitude tome conta de nossas vidas.
Na segunda parte do
seminário, o Semeador de Estrelas, iniciou mencionando as experiências do
Dr. Michael Persinger, com tomografias computadorizadas, emissões de ondas
eletromagnéticas, de pósitrons, nos lobos temporais. As pessoas submetidas
a essas experiências teriam tido “visões” e sentiram presenças espirituais.
O Dr. Persinger, descobriu, a existência de peculiar luminosidade, de um
ponto de luz no interior do cérebro. O investigador resolveu, então,
convidar o Dr. Vilayanur Ramachandran, pesquisador indiano, radicado nos
EUA para fazer as suas experiências visando confirmar e ampliar o
conhecimento até aquele momento sobre o ponto luminoso. Constatou o Dr.
Ramachandran que ao pronunciar a palavra, Oh, my God, ou Deus, no idioma
que fosse, aquele ponto luminoso fazia-se mais expressivo. Existe no cérebro
humano, numa área próxima a glândula pineal uma certa luminosidade que
oscila e deu a essa área o nome de “ O ponto de Deus ou ponto de luz no
cérebro”. Dean Hamer, pesquisando a origem da vida humana, descobriu que
uma das causas é a presença de Deus.
Nesse momento do
Seminário, Divaldo convida a todos a sonhar e menciona momentos
emocionantes da vida de Francisco de Assis, destacando sua abnegação, seu
amor ao próximo e à natureza, sua autoiluminação, suas dores. Que não era
masoquismo, não era prazer em sofrer mas era prazer em amar, comove o mundo
com palavras simples: Senhor, faze de mim um instrumento da tua paz ... e
mudou os séculos XII e XIII e a humanidade até hoje. E ao falar da Úmbria
fez a ternura tomar todo o auditório: ...” Oh, irmãs aves, não vedes que
estou falando sobre Jesus”... E diz a tradição que as aves se calaram...
Sentimos a doçura do Cristo!
Ao final do Seminário,
o embaixador da paz no mundo discorreu sobre buscarmos o estado
luminoso, que Jesus colocou de outra forma: O reino de Deus está dentro de
vós! A solução do problema está dentro e não fora e não adianta fugir, mas
amarmos, abrir-nos, vivermos intensamente mesmo diante da dor.
Desenvolvermos o Cristo interno. Abordando a empatia sugeriu-nos que
devemos realizar o bem ao próximo, nós cristãos, que sabemos da
imortalidade da alma devemos buscar e enxergar nossos irmãos
invisíveis, aqueles que são desconsiderados e marginalizados pelos outros,
para lhes tornarmos socialmente visíveis e dignificados. Devemos cuidar dos
doentes e dos convalescentes. E a imortalidade da alma nos convida a todos
a vivermos esse mundo novo, de uma nova Úmbria, da solidariedade, do
respeito humano e do amor e é por isso que a Doutrina Espírita é uma
religião, porque religa a criatura ao criador de quem está momentaneamente
afastado. Não precisamos abandonar nossos postos para amarmos uns aos
outros sempre e em qualquer circunstância. Nunca te arrependerás do bem que
fizeres mas se arrependerá do bem que deixar de fazer e que não lhe
custa nada fazer. Após recitar o Poema da Gratidão, Divaldo foi ovacionado
pelo público que se postou de pé.
TEXTO: Maria Rachel
Coelho Pereira
FOTOS: Luismar Ornelas de Lima
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