Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, sábado, 13 de maio de 2017

Compiladas por Ismael Gobbo

 

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Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo, SP.

Envio: Ismael Gobbo (SP) e Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba (SP)

 

 

Notas

1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas. 

 

3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).

 

 

 

Atenção

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Publicação em sequência

Obras Póstumas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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(Texto copiado de Febnet)

 Escravos no império romano representados em mármore. De Esmirna, atual Turquia.

Coleção do Museu Ashmolean, Oxford, Reino Unido.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roman_collared_slaves_-_Ashmolean_Museum.jpg

Largo da Glória por Henry Chamberlain.

Exposto na Pinacoteca do Estado de São Paulo. São Paulo, Brasil. Foto Ismael Gobbo

Estudo para Libertação dos Escravos em óleo sobre tela de Pedro Américo.

Exposto na Pinacoteca do Estado de São Paulo. São Paulo, Brasil. Foto Ismael Gobbo.

 

Mãe...

 

De Mário Quintana

 

São três letras apenas,
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais…
E nelas cabe o infinito
E palavra tão pequena-confessam mesmo os ateus-
És do tamanho do céu
E apenas menor do que Deus!

 

http://pensata.ig.com.br/index.php/2014/05/11/5-poemas-em-homenagem-ao-dia-das-maes/

 

 

Publicação do jornal Momento Espírita- CEAC Bauru, SP

Especial- Dia das Mães

 

 

 

(Recebido em email de Leopoldo Zanardi)

 

Nossas mães africanas

 

Eis aqui a escrava do Senhor, cumpra-se em mim segundo a sua palavra.

Esta é a forma com a qual Maria, a mãe de Jesus, responde ao mensageiro celeste que lhe vem anunciar a concepção da criança.

Estranho se posicionar como escrava quem foi escolhida para ser a excelsa mãe de Jesus. Basta uma pequena reflexão, no entanto, para verificarmos como a expressão está adequada.

Recordamos de tantas escravas, ao longo da História, que se transformaram em auxiliares indispensáveis dos seus senhores.

Escravas cujos nomes acabaram associados aos seus próprios senhores.

No Brasil, lembramos das escravas africanas que serviram ao homem branco. Muitas delas não somente carregaram o sinhozinho nos braços mas o alimentaram com o próprio seio.

Tornaram-se suas segundas mães, acompanhando-os mesmo depois de crescidos, na formação do novo lar, a atender-lhes os filhos, como uma avó.

Avó de cor. Avó de amor.

Amas de leite que, por vezes, tinham seu próprio rebento afastado dos braços, a fim de que sobrasse mais alimento dos seus seios para o filho branco.

E, por não terem o seu bebê nos braços, por terem a saudade a lhes magoar a alma, por sentirem falta do seu filhinho, drasticamente afastado de seu carinho, dedicavam-se ao filho da alheia carne.

O filho do sinhô, o filho da sinhá.

Quem poderá esquecer como essas mães alimentaram, não somente o corpo, mas a imaginação e a mente das crianças sob sua guarda?

Quantas histórias das suas longínquas terras, das tradições de sua gente povoaram as noites daqueles meninos e meninas atentos, ao redor do fogo, no terreiro...

Ou no aconchego da casa grande, ao pé do fogão.

Quantos mingaus, cozidos, temperos foram acrescentados ao cardápio diário.

Aprendendo a língua de quem as tinha sob seus serviços, introduziram palavras diferentes no vocabulário dos pequenos.

E para os acalmar, nas noites de medo, elas cantavam as melodias com que foram elas próprias acalentadas em sua infância.

E, enquanto a saudade as consumia intimamente, também lembravam em versos das riquezas de sua terra natal, de melodias, de danças, de cantorias.

Recordavam dos dias de alegria, quando a liberdade lhes sorria e o futuro era sonhado, nas tardes quentes e nas noites mornas.

Escravas mães. Mães escravas.

Benditas sejam por todos os cuidados dispensados ao homem branco, por sua capacidade de amar o filho alheio.

Benditas sejam por sua grandeza, por sua dedicação, pela contribuição à cultura do povo que as escravizou.

Que nunca esqueçamos o quanto devemos a essas criaturas pois se a escravidão as mantinha presas a tarefas determinadas, foi de forma voluntária que entregaram em holocausto ao amor o próprio coração.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 22 e
 no livro Momento Espírita, v. 11, ed. FEP.
Em 11.5.2017.

 

 

 

 

Monumento à “Mãe Preta” com os versos de Cyro Costa. Bronze de Júlio Guerra.

Largo do Paissandú, São Paulo, Brasil. Fotos Ismael Gobbo.

 

 

Mãe Preta – O símbolo exalta a figura da babá negra, que criou os filhos dos senhores de engenho, nos tempos coloniais. O monumento de Júlio Guerra, inaugurado no aniversário de São Paulo em 1955, é uma homenagem à raça negra radicada no Brasil. http://www.monumentos.art.br/monumento/mae_preta

 

À Mãe

 

Ismael Gobbo 

Mãe, vaso da vida, medianeira abençoada, 
louvado o dia assinalado a que faz jus, 
lembra Maria, a mensageira agraciada, 
que trouxe à terra a grandeza de Jesus. 

Jamais olvides a tarefa a que te lanças, 
em meio às lutas, preconceitos, vendavais, 
és o cadinho em renovadas esperanças, 
dos pequeninos que acolheste triunfais. 

Mãe, cultive o eito, generosa, destemida, 
tal como Ísis saciando o doce infante, 
farol sublime a clarear por toda vida, 
o amado filho, a cada dia, a cada instante. 

Mas, se de ingrato te restar a impiedade, 
e ter por cetro a fome, o frio e os desalinhos, 
não sucumbas, eis à frente a claridade, 
é Deus surgindo prá cessar os torvelinhos.

 

 

Emília Santos. Uma mulher solteira e mãe de centenas de “Filhos do coração”

Foto de arquivo de Ismael Gobbo

 

 

Leia biografia de Emilia Santos:

http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultos/emilia_santos.htm

 

 

Dona Emilia Santos ministrando evangelização na Instituição Nosso Lar, em Araçatuba, SP,

 ao lado do trabalhador e auxiliar Abílio Fernandes da Silva. Arquivo Nosso Lar.

 

Biografia:Benedita Fernandes

(27/06/1883 – 09/10/1947)

 

 

Autor:

Antonio César Perri de Carvalho

 

beneditafernandesnoticias

Benedita Fernandes

 

 

Benedita Fernandes nasceu aos 27/6/1883 em Campos Novos de ­Cunha (SP) e desencarnou em Araçatuba aos 9/10/1947.

O ingresso de Benedita Fernandes nas ações espíritas foi muito pecu­liar. Portadora de atroz obsessão, autêntica subjugação, Benedita perdeu o contacto com a família e perambulava sem rumo.

Certa feita, causava tantos incômodos à população que foi recolhida à Cadeia Pública da cidade de Penápolis. Àquela época não existiam hospitais ou atendimentos para tal fim. O carcereiro Padial e depois o sr. Marcheze deram assistência à mulher doente, principalmente com passes. Ela recobrou a consciência e resolveu rumar para Araçatuba.

Como gratidão pelo benefício, a mulher simples, negra e semi-analfabeta, juntamente com outras lavadeiras começou a erguer casinhas de madeira no então Bairro Dona Ida (hoje Santana), nos idos de 1927.

Benedita transformou-se em pioneira da assistência social espírita em toda a região Noroeste do Estado de São Paulo, ao fundar a Associação das Senhoras Cristãs, aos 6/3/1932, em Araçatuba. Como esta obra originou o Sanatório; ela é também, provavelmente, uma das pioneiras dos Hospitais Psiquiátricos Espíritas.

A reunião para fundação da Associação ocorreu nas dependências do Centro Espírita “Paz, Amor e Caridade”, no mesmo bairro. Entre os presentes, destacamos o pioneiro do movimento espírita araçatubense, o sr. Gedeão Fernandes de Miranda.

A ação assistencial se desdobrou com inauguração do prédio próprio em 1933. Por exigência dos órgãos governamentais, o trabalho foi desdobrado em duas ações específicas, de atendimento a doentes mentais e a crianças órfãs e carenciadas. Assim, surgia a “Casa da Criança” e o Asilo “Dr.Jaime de Oliveira”. Estas instituições foram, respectivamente, desativada e transformado em Sanatório que homenageia Benedita, nos anos 50, após a desencarnação da fundadora.

Benedita Fernandes também oferecia uma classe de aula em convênio com a Prefeitura Municipal e mantinha um albergue noturno.

Além da obra assistencial atuou como médium, principalmente passista, e deixou muitos exemplos nobilitantes. Inclusive Benedita Fernandes atendeu, com passes, a nossa bisavó materna.

Benedita Fernandes tornou-se igualmente uma das pioneiras do atual movimento de unificação dos espíritas quando fundou aos 30/8/1940 a União Espírita Regional da Noroeste, sendo eleita sua presidente. Todavia, este movimento, na realidade, somente vicejou com a fundação da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, em 1947.

Assim, Benedita atuava no movimento espírita da cidade, fazia visitas e campanhas na região. Mantinha correspondência com Cairbar Schutel, que sempre publicava notícias sobre o trabalho dela no histórico jornal “O Clarim”. Era visitada por lideranças expressivas como João Leão Pitta e por Leopoldo Machado. Inclusive a este acompanhou até uma histórica confraternização espírita na cidade de Cruzeiro, SP. O pioneiro dr. Tomaz Novelino (de Franca, SP) também se refere a reunião que participou com Benedita, a propósito de doentes mentais.

Emília Santos, igualmente biografada, e muitos líderes da época foram colaboradores de Benedita. Ela contava com o apoio de autoridades municipais e estaduais, dos espíritas, da maçonaria e do povo em geral.

Há muitos episódios enobrecedores sobre sua dedicação à causa do bem, entremeados da interação com a comunidade.

Atualmente, suas antigas obras restringem-se ao Sanatório “Benedita Fernandes”. Como homenagem, a rua do Sanatório, no Bairro Santana, também tem seu nome. Temos localizado inúmeras instituições espíritas de São Paulo e de outros Estados que têm seu nome designando instituições espíritas ou departamento delas.

Um fato que contribuiu para divulgar o trabalho de Benedita Fernandes, foi uma mensagem psicografada por Francisco Xavier, intitulada “Num Domingo de Calor”, assinada por Hilário Silva, e publicada pelo “Anuário Espírita 1964” (IDE).

Comentamos essa mensagem nos nossos livros “Dama da Caridade” e “Chico Xavier – o homem e a obra”:

“Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se.

Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie.

O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo de frio.

– Mania! – cochichava alguém, à pequena distância.

– De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu... – dizia elegante senhora à companheira de poltrona, em tom confidencial.

– Isso é pura vaidade, – falou outra – ela quer parecer diferente.

– Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa.

– Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor.

Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou a ela que tirasse o mantô por gentileza.

Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.

Hilário Silva

(Página inédita, recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 27/7/63).

Nos anos 70 e 80, Divaldo Pereira Franco psicografou várias mensagens de autoria de Benedita Fernandes. Algumas foram psicografadas por Divaldo, durante visita a Araçatuba. Estas estão incluídas em livros do mesmo médium.

Por ocasião do cinqüentenário de suas obras lançamos um livro sobre Benedita – “Dama da Caridade”, inicialmente editado pela então União Municipal Espírita de Araçatuba, onde reunimos informações sobre a vida e a obra da notável obreira, bem como as mensagens espirituais dela ou alusivas a ela.

 

 

(Publicada no livro Obra de Vultos- volume I, USE Regional de Araçatuba, 1999)

 

Fonte: http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultos/benedita_fernandes.htm

 

 

Ouça Alziro Zarur lendo em seu programa a mensagem “Num domingo de calor”

Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=gF6cRYEblKY

 

 

Benedita Fernandes, no centro da foto, com crianças em viagem a Mato Grosso, no ano de 1940

Foto do acervo do Hospital Benedita Fernandes

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Dona Benedita, à frente e no centro, com amigos e colaboradores. Foto do acervo do Hospital Benedita Fernandes

 

A estrela

 

Certa noite, eu tive um sonho. Era garoto ainda e andava um tanto birrento com minha mãe. Afinal, em minha adolescência eu acreditava que ela era do contra.

Tinha muitos não para mim e isso fazia com que eu achasse que ela era uma grande chata.

No sonho que tive, encontrei meu anjo de guarda. Era um mensageiro de luz, com um sorriso bondoso e amigo.

Vem. – Disse-me ele.

Confiante, me entreguei em seus braços. Logo mais nos encontrávamos em pleno firmamento.

A beleza das estrelas me encantou. Cada uma tinha um brilho maior, mais especial do que a outra.

Não cabia em mim de tanta alegria e desejava que o passeio se alongasse até a eternidade.

Observei então que, entre tantas estrelas, havia um espaço vazio. É como se faltasse uma delas.

Não consegui suportar a curiosidade e perguntei ao mensageiro que me guiava:

Anjo bom, para onde foi a estrela que estava aqui?

Foi para a Terra. - Respondeu ele.

Como eu não a vi por lá? Jamais vi uma estrela na Terra. Elas vivem no firmamento.

Ela se dividiu em pedacinhos para cumprir a missão que Deus lhe confiou. – Explicou o anjo.

Quem é ela?  - Perguntei, ardendo de curiosidade.

Ela é auxiliar de Deus, materializando a vida na Terra. É forte como um gigante. Contudo, tem a fragilidade de uma flor. Seu toque é suave e aveludado como as pétalas da rosa.

No seu coração, Deus colocou a força do Universo e o segredo da felicidade. É através de suas entranhas que a vida se renova. Pelo seu amor os mundos se modificam.

Portal da vida em que se transformou, acolhe com carinho em seu ventre os brutos e os santos, os sábios e os ignorantes, os justos e os injustos.

Em seu seio todos encontram acolhida. Ela tem a capacidade de brilhar por toda a noite. Quando chega o dia, deixa-se ofuscar pelo astro maior, o sol, em torno do qual gira a sua existência.

Para ela não há estação chuvosa. É sempre primavera em seu coração, embora possam soprar ventos da adversidade e se levantarem ondas de pessimismo.

Enquanto o anjo continuava a falar, fui tomado por uma sensação de queda e acordei nos braços de minha mãe.

Então compreendi. Ali mesmo, aconchegando-me ao seu coração, estava um pedaço enorme daquela estrela.

*   *   *

Enquanto na Terra os homens desejam ostentar medalhas no peito, uma mulher existe que se apaga para que possa aprender a brilhar o filho de suas entranhas.

Não importa a nacionalidade, a raça ou a crença religiosa, mãe é sempre alguém muito especial.

Alguém que ama sem esperar retribuição, educa sem aguardar salário e tem a incansável capacidade de repetir e reprisar lições centenas de vezes, até serem aprendidas pelo objeto do seu amor.

De todas as formas de amor que a Terra conhece, o amor materno é a mais sublime, por se constituir para a alma humana na mais grandiosa escala de doação e serviço.

Se temos nossa mãe ao nosso lado, aproveitemos para envolvê-la em um abraço de profunda gratidão.

Se ela já retornou para o mundo espiritual, ofertemos-lhe as perfumadas rosas da ternura do nosso coração, hoje, agora e em todos os dias da nossa existência.

Redação do Momento Espírita, com
base no texto 
Pedaço de estrela, 
de autoria de Nelson Moraes.
Em 12.5.2017.

 

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Quadro representando Maria e o menino Jesus. Basílica da Dormição, Jerusalém, Israel. Foto Ismael Gobbo

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Jesus e sua mãe na fonte. Aquarela de James Tissot

Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/60/Brooklyn_Museum_-_Jesus_and_his_Mother_at_the_Fountain_%28J%C3%A9sus_et_sa_m%C3%A8re_%C3%A0_la_fontaine%29_-_James_Tissot_-_overall.jpg

Lamentação sobre o Cristo morto (ou Pietà).  Óleo sobre tela por Jacopo Tintoretto

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateubriand- MASP. São Paulo, Brasil. Foto Ismael Gobbo.

 

 

 

Entrevistas de Perri na TV Mundo Maior e Rádio Boa Nova

 

Em transmissões simultâneas da TV Mundo Maior e Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), ocorreram entrevistas de Antonio Cesar Perri de Carvalho (ex-presidente da FEB e da USE-SP), ao longo do dia 11 de maio, nos programas: "Repensar", coordenado por Maria Izilda Netto; "Nova Consciência", com Jetter Jacomini; "Jornal Nova Era", dirigido por Guiomar Sant`Ana, e com participação de Frederico Camilo Leão (Casas André Luiz) e Maria Izilda Netto. Houve participação de pessoas acessando pelo facebook, e-mail e telefone. O visitante também gravou mensagem sobre o próxima inauguração da retransmissora da TV Mundo Maior em Araçatuba.

(Programa “Repensar”; Programa “Nova Consciência”; Programa “Jornal Nova Era”)

(Informações recebidas em email de Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier [contato@grupochicoxavier.com.br])

 

Revista Digital Integração. Acesse no link abaixo

Use Regional SP

 

Em Quarta-feira, 10 de Maio de 2017 14:27, Martha Rios Guimarães <marthinharg@yahoo.com.br> escreveu:

 

Caros companheiros,



Segue link da edição maio/junho da Revista Digital Integração, da USE Regional SP. Pedimos que, após leitura, caso achem interessante, que divulguem para seus contatos.

A RD Integração tem como objetivo promover reflexões sobre a Doutrina Espírita e, ainda, divulgar assuntos de interesse do movimento espírita. No site da Regional SP (useregionalsp.org.br) é possível encontrar TODOS os números já publicados. Vale a pena conferir!



Edição de maio/junho 2017: http://useregionalsp.org.br/rdi/09-Revista-Digital-Integracao-maio-junho-2017.pdf



Abraços.

Marthinha

USE Regional SP

 

 

(Informação recebida em email de Aliança Espirita de Propaganda e Caridade AEPC [aliancaepc@yahoo.com.br])

 

Peça teatral em prol das Casas André Luiz

Guarulhos, SP

 



 

--

Claudio Palermo

Fundação Espírita André Luiz

Locutor / Produtor Rede Boa Nova de Rádio

Telefone: +55 (11) 2457-7000 / Ramal 8611

Acesse: www.radioboanova.com.br

 

 

https://docs.google.com/uc?export=download&id=0B6aL-NollBAneXJjVllKcWtveG8&revid=0B6aL-NollBAnY214ZEVvSVErdndtVXpxd0lrcWlvYUs1T3hFPQ

 

(Informação recebida em email de Claudio Palermo)

 

Autoridades espíritas e católicas vão à Cármen Lúcia pedir que STF não libere aborto

 

Leia a notícia aqui:

http://www.semprefamilia.com.br/blog-da-vida/autoridades-espiritas-e-catolicas-vao-a-carmem-lucia-pedir-que-stf-nao-libere-aborto/

 

 

 

 5º. Congresso Espírita do Estado do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, RJ

 

 

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(Informações em http://www.ceerj.org.br/portal/congresso)

 

Curso de Formação de Evangelizadores

Manaus, AM

·         Imprimir

·         E-mail

 

A Área de Infância e Juventude promove no dia 11/06 mais uma turma para o curso de formação para trabalhadores da Área de Evangelização Espírita. O curso será baseado no documento Orientação para Ação Evangelizadora Espírita de Infância e Juventude: Diretrizes e Subsídios (FEB). O Local do Evento será no Centro Espírita Filantrópico Lar da Benção. 

Para maiores informações basta entrar em contato com os diretores da AIJ: Geraldo Barroso (92) 9 9422-7677 Wtzpp: (92) 8 8421-9869 e Débora (92) 9 8186-7378.

Para inscrições acesse o Hotsite: aij.feamazonas.org.br

Ou clique aqui> INSCRIÇÃO.

 

 

(Informações de http://site.feamazonas.org.br/index.php/fea/145-cursos-da-fea/1872-formacao-evangelizadores)

 

Homenagem ao Dia das Mães no CEAK

Penápolis, SP

 


 

--

 

Centro Espírita Allan Kardec

Avenida Luís Osório, 1262

Penápolis - SP

allankardecpenapolis@gmail.com

https://www.facebook.com/allankardecpenapolis

http://www.cbnfoz.com.br/images/160514_LINCOLN.JPG 2015, 150 anos do livro O Céu e o Inferno

 

 

(Informação recebida em email do CEAK)

 

1º. Encontro de Dirigentes e Voluntários das Casas Espíritas de Guarulhos e Arujá. Guarulhos, SP

 

Evento: 1º ENCONTRO DE DIRIGENTES E VOLUNTÁRIOS DAS CASAS ESPÍRITAS DE GUARULHOS E ARUJÁ.

 

Local: GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS ESPIRITAS HERCULANO PIRES

Endereço: Rua Dona Olinda de Albuquerque, 66 - Centro - Guarulhos

 

Data : 13 de maio de 2017- Sábado

Horário : 14:00 as 17:30 Horas

 

Tema Central : O PAPEL DA CASA ESPÍRITA NO CONTEXTO DA SOCIEDADE

 

Sub- Temas :

 

1 - ESPIRITISMO E SEGURANÇA PÚBLICA

Palestrante : DR. JOÃO DEMÉTRIO LORICCHIO

Horário Palestra : 14:00 Horas

 

2 - ESPIRITISMO E POLÍTICA

Palestrante : DR. ANTONIO ROBERTO MARCHIORI

Horário Palestra : 15:00 Horas

 

DEBATE/ MESA REDONDA

Horário 16:00

 

ENCERRAMENTO: Até 17:30 Horas

 

Realização : USE – UNIÃO DAS SOCIEDADES ESPÍRITAS INTERMUNICIPAL DE GUARULHOS.

 

(Informações recebidas em email de Luiz Gouveia [lggouveia@yahoo.com])

 

 Jornal Terceiro Milênio

USEI/Assis, SP

 

Solicite por email para:

usei.assis@ig.com.br

 

 

(Com colaboração de Sidney Fernandes)

 

Evento beneficente do “Lar Uma Nova Esperança”

Limeira, SP

Feijoada Top!!! dia 27 (Sábado)

O Lar Uma Nova Esperança esta fazendo sua super feijoada no dia 27 de maio (sabado) para retirar.

Será um KIT com:
1 marmitex GRANDE de feijoada (bem recheada);
1 marmitex GRANDE de arroz;
1 pote de couve;
1 pote de farofa;
1 pote de vinagrete;
2 laranjas.

Serve bem 2 pessoas.

O kit custa apenas R$50,00 (cinquenta reais) e o valor é revertido para o Lar.
Aceitamos Cartões Crédito e Débito (Todas as bandeiras, inclusive ELO, DINNERs, etc.).

Ligue para 19.98156.3733 (WhatsApp) que vamos até você em Limeira.

--- Se você não pode retirar no sábado, nós congelamos e você pega durante a semana posterior ao evento ---



http://www.mdasoftware.maxihost.com.br/images/lar_feijoada2017.jpg


 

Podemos contar com você?.

 

Estamos cientes da crise economica que o nosso país atravessa, e é por isso mesmo que a sua doação tem o TRIPLO da importancia.

 


 

O Lar Uma Nova Esperança é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, idônea, que se dedica a ajudar a Família (Mãe e crianças).

Basicamente nós trazemos para morar na instituição a Mãe e as crianças, que foram abandonadas pelo marido, e estão em risco social.

É inteiramente mantido com doações, e promoções.

Esse projeto não conta com nenhuma verba: federal, estadual.

http://www.mdasoftware.maxihost.com.br/images/agradecimento_lar.png


Clique aqui e veja o projeto completo.

 

 

(Informação recebida em email de admin@umanovaesperanca.com.br)

 

Decálogo para médiuns

 

Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: O Espírito da Verdade. Lição nº 05. Pagina 22.

 

      1 - Rende culto ao dever.

     Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações.

     2 - Trabalha espontaneamente.

     A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.

     3 - Não te creias maior ou menor.

     Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.

     4 - Não esperes recompensas no mundo.

     As dádivas do Senhor, como sejam o fulgor das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a bênção da coragem, não tem preço na Terra.

     5 - Não centralizes a ação.

     Todos os companheiros são chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.

     6 - Não te encarceres na dúvida.

     Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele intérprete da verdade, procede, originariamente de Deus.

     7 - Estuda sempre.

     A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.

     8 - Não te irrites.

     Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.

     9 - Desculpa incessantemente.

     O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.

    10 - Não temas perseguidores.

    Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, Anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poema da eterna ressurreição.

Ilustração com os  médiuns Yvonne Pereira e Chico Xavier

Imagem/fonte: https://espiritualismoeespiritismo.blogspot.com.br/2014/03/licoes-da-obra-de-yvonne-de-pereira.html

 

Cantigas para a Mulher

 

 

 

 

Publicação do jornal Momento Espírita, CEAC, Bauru, SP, 05-2017

 

 

(Recebido em email de Leopoldo Zanardi)

 

Navio Negreiro

(Castro Alves)

 

 

 I

 

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço

Brinca o luar — dourada borboleta;

E as vagas após ele correm... cansam

Como turba de infantes inquieta.  

 

'Stamos em pleno mar... Do firmamento

Os astros saltam como espumas de ouro...

O mar em troca acende as ardentias,

— Constelações do líquido tesouro...  

 

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos

Ali se estreitam num abraço insano,

Azuis, dourados, plácidos, sublimes...

Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...  

 

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas

Ao quente arfar das virações marinhas,

Veleiro brigue corre à flor dos mares,

Como roçam na vaga as andorinhas...  

 

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes

Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?

Neste saara os corcéis o pó levantam,  

Galopam, voam, mas não deixam traço.  

 

Bem feliz quem ali pode nest'hora

Sentir deste painel a majestade!

Embaixo — o mar em cima — o firmamento...

E no mar e no céu — a imensidade!  

 

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!

Que música suave ao longe soa!

Meu Deus! como é sublime um canto ardente

Pelas vagas sem fim boiando à toa!  

 

Homens do mar! ó rudes marinheiros,

Tostados pelo sol dos quatro mundos!

Crianças que a procela acalentara

No berço destes pélagos profundos!  

 

Esperai! esperai! deixai que eu beba

Esta selvagem, livre poesia

Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,

E o vento, que nas cordas assobia...

..........................................................  

 

Por que foges assim, barco ligeiro?

Por que foges do pávido poeta?

Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira

Que semelha no mar — doudo cometa!  

 

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,

Tu que dormes das nuvens entre as gazas,

Sacode as penas, Leviathan do espaço,

Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.

 

II

 

Que importa do nauta o berço,

Donde é filho, qual seu lar?

Ama a cadência do verso

Que lhe ensina o velho mar!

Cantai! que a morte é divina!

Resvala o brigue à bolina

Como golfinho veloz.

Presa ao mastro da mezena

Saudosa bandeira acena

As vagas que deixa após.  

 

Do Espanhol as cantilenas

Requebradas de langor,

Lembram as moças morenas,

As andaluzas em flor!

Da Itália o filho indolente

Canta Veneza dormente,

— Terra de amor e traição,

Ou do golfo no regaço

Relembra os versos de Tasso,

Junto às lavas do vulcão!  

 

O Inglês — marinheiro frio,

Que ao nascer no mar se achou,

(Porque a Inglaterra é um navio,

Que Deus na Mancha ancorou),

Rijo entoa pátrias glórias,

Lembrando, orgulhoso, histórias

De Nelson e de Aboukir.. .

O Francês — predestinado —

Canta os louros do passado

E os loureiros do porvir!  

 

Os marinheiros Helenos,

Que a vaga jônia criou,

Belos piratas morenos

Do mar que Ulisses cortou,

Homens que Fídias talhara,

Vão cantando em noite clara

Versos que Homero gemeu ...

Nautas de todas as plagas,

Vós sabeis achar nas vagas

As melodias do céu! ...

 

III

  

 

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!

Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano

Como o teu mergulhar no brigue voador!

Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!

É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...

Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

 

IV

   

Era um sonho dantesco... o tombadilho  

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite...  

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar...  

 

Negras mulheres, suspendendo às tetas  

Magras crianças, cujas bocas pretas  

Rega o sangue das mães:  

Outras moças, mas nuas e espantadas,  

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!  

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente  

Faz doudas espirais ...

Se o velho arqueja, se no chão resvala,  

Ouvem-se gritos... o chicote estala.

E voam mais e mais...  

 

Presa nos elos de uma só cadeia,  

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,  

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!  

 

No entanto o capitão manda a manobra,

E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!..."  

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!...

Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás!...  

 

V

   

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade

Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?...

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!  

 

Quem são estes desgraçados

Que não encontram em vós

Mais que o rir calmo da turba

Que excita a fúria do algoz?

Quem são?   Se a estrela se cala,

Se a vaga à pressa resvala

Como um cúmplice fugaz,

Perante a noite confusa...

Dize-o tu, severa Musa,

Musa libérrima, audaz!...  

 

São os filhos do deserto,

Onde a terra esposa a luz.

Onde vive em campo aberto

A tribo dos homens nus...

São os guerreiros ousados

Que com os tigres mosqueados

Combatem na solidão.

Ontem simples, fortes, bravos.

Hoje míseros escravos,

Sem luz, sem ar, sem razão. . .  

 

São mulheres desgraçadas,

Como Agar o foi também.

Que sedentas, alquebradas,

De longe... bem longe vêm...

Trazendo com tíbios passos,

Filhos e algemas nos braços,

N'alma — lágrimas e fel...

Como Agar sofrendo tanto,

Que nem o leite de pranto

Têm que dar para Ismael.  

 

Lá nas areias infindas,

Das palmeiras no país,

Nasceram crianças lindas,

Viveram moças gentis...

Passa um dia a caravana,

Quando a virgem na cabana

Cisma da noite nos véus ...

... Adeus, ó choça do monte,

... Adeus, palmeiras da fonte!...

... Adeus, amores... adeus!...  

 

Depois, o areal extenso...

Depois, o oceano de pó.

Depois no horizonte imenso

Desertos... desertos só...

E a fome, o cansaço, a sede...

Ai! quanto infeliz que cede,

E cai p'ra não mais s'erguer!...

Vaga um lugar na cadeia,

Mas o chacal sobre a areia

Acha um corpo que roer.  

 

Ontem a Serra Leoa,

A guerra, a caça ao leão,

O sono dormido à toa

Sob as tendas d'amplidão!

Hoje... o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar...

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E o baque de um corpo ao mar...  

 

Ontem plena liberdade,

A vontade por poder...

Hoje... cúm'lo de maldade,

Nem são livres p'ra morrer. .

Prende-os a mesma corrente

— Férrea, lúgubre serpente —

Nas roscas da escravidão.

E assim zombando da morte,

Dança a lúgubre coorte

Ao som do açoute... Irrisão!...  

 

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus,

Se eu deliro... ou se é verdade

Tanto horror perante os céus?!...

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

Do teu manto este borrão?

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão! ...

 

VI   

 

Existe um povo que a bandeira empresta

P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...

E deixa-a transformar-se nessa festa

Em manto impuro de bacante fria!...

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,

Que impudente na gávea tripudia?

Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto

Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...  

 

Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que a luz do sol encerra

E as promessas divinas da esperança...

Tu que, da liberdade após a guerra,

Foste hasteado dos heróis na lança

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servires a um povo de mortalha!...  

 

Fatalidade atroz que a mente esmaga!

Extingue nesta hora o brigue imundo

O trilho que Colombo abriu nas vagas,

Como um íris no pélago profundo!

Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga

Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!

Andrada! arranca esse pendão dos ares!

Colombo! fecha a porta dos teus mares!

 

(Copiado do site https://docs.google.com/document/d/1JhybP7NGRYDtiQgl8BcBPRXRmh4pyALUldJ7gy6pVps/edit?hl=pt_BR&pli=1)

Escravos trabalhando em mina na antiga Grécia.

Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8f/Mines_1.jpg

 

Navio negreiro em gravura de Johann Moritz Rugendas.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Navio_negreiro_-_Rugendas_1830.jpg

Escravidão no Brasil em obra de  Jean-Baptiste Debret.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Slavery_in_Brazil,_by_Jean-Baptiste_Debret_(1768-1848).jpg

Lei_%C3%81urea

Lei Áurea que extinguiu a escravidão no Brasil.

Imagem/fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea

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Busto da Princesa Isabel que assinou a Lei Áurea. Senado Federal, Brasília, DF. Foto Ismael Gobbo

São Benedito (Imagem de Roca). Barro cozido policromado e madeira. Séc. XVII

Museu de Arte Sacra. São Paulo, Brasil. Foto Ismael Gobbo

 

 

Estátua de roca designa a tipologia de imagens sacras que se destinam a ser levadas em procissão

 e que são vestidas com trajes de tecido (Wikipedia)

 

 No Brasil, o santo é tradicionalmente venerado pelos negros, que relacionam o período de escravidão 

e a origem africana do santo com o seu próprio passado de escravidão e suas raízes africanas.[1  

        (Wikipedia)

 

 

Republicação: Homenagem para d. Cidália desencarnada em 01/05/2015

 Entrevista com Dona Cidália Xavier Carvalho, irmã de Chico Xavier.

 

Ismael Gobbo

 

PUBLICADA NA FOLHA ESPIRITA

SÃO PAULO, EDIÇÃO FEV. 2009.

 

No mês passado, completou-se 50 anos da mudança de Francisco Cândido Xavier da cidade de Pedro Leopoldo para Uberaba (1), ambas no grande e acolhedor Estado de Minas Gerais. A Folha Espírita foi a Pedro Leopoldo, cidade onde Chico Xavier nasceu,  em 2 de abril de 1910,  e na qual daria inicio à gloriosa caminhada que o converteria numa das maiores expressões do Movimento Espírita brasileiro e mundial. Uma das alegrias foi poder ver e ouvir dona Cidália Xavier Carvalho, irmã de Chico, que, com muita emoção, lucidez e alegria incontida,  relembrou os dias venturosos do  grande missionário na famosa cidade mineira. No jardim florido que Chico tanto gostava, ela se deixou fotografar ao lado da bela rosa que carinhosamente lhe ofertou. 

 

 

 

FE. Primeiramente,  agradecemos pela oportunidade de nos conceder esta entrevista...

Cidália Xavier Carvalho - “Eu confiei muito no senhor. Às vezes as pessoas me acham estranha por não aparecer, ser meio retraída, não gostar de falar. Embora alguns possam pensar que não ligo para as coisas de Chico, na realidade  acredito que tenha sido e  sou uma das que mais se preocupam. Fui uma pessoa que estava doente e encontrei um Chico Xavier para me ajudar”.

 

FE. Como é composta a sua família?

Cidália - “Fui casada com Francisco Teixeira Carvalho, o “Chiquinho”,    do qual sou viúva. Tivemos os filhos William, já desencarnado, e  Mary Rose que também é viúva e  mora comigo. Do William tenho um neto,  que mora na Austrália”.

 

FE. A senhora se emociona muito ao falar do esposo?

Cidália -  “Chiquinho foi um marido maravilhoso. Era muito bom e inteligente. Engraçado que ele era católico, não perdia uma missa  e acabou se tornando um bom  espírita. O Chico gostava demais do meu marido. Eles trocavam muitas idéias. Quando Chico  era convidado para ir à casa de alguém, sempre levava o Chiquinho de companhia”.

 

FE. E  a  família Xavier?

Cidália - “Papai, João Cândido Xavier, que  se casou com Cidália, minha mãe,  já tinha nove filhos do primeiro casamento, com dona Maria João de Deus, entre eles o Chico. Mamãe teve seis filhos: André, o mais velho, depois, Lucília, Neuza, eu, Dóris (Doralice) e João,  o caçula. Vivos somos eu e o André, que mora em São Paulo.  Mamãe era um sonho. O Chico,  que tinha apanhado muito depois da morte da sua mãe, encontrou nela o carinho que precisava. A história é bonita.  Ficamos sabendo que, logo depois do casamento com papai,  mamãe colocou um banco e enfileirou todas as canequinhas para servir o café e o bolo  para  cada um dos filhos que recebia com todo amor e carinho.  Ela era muito calma, muito meiga. Papai já tinha um temperamento meio nervoso, principalmente em relação ao Chico,  porque ele ficava até tarde nos trabalhos de psicografia e de atendimento. Era quando ele falava: “Esse povo não dá sossego pro Chico. Será que não vê que ele precisa dormir para acordar cedo e ir  trabalhar?”.   

 

FE. João freqüentava os trabalhos espíritas?

Cidália - “Ele não freqüentava, mas o filhos todos iam ao centro espírita. José, que dos homens era o mais velho e muito alegre,   foi o braço direito de Chico Xavier. Quando ele desencarnou o Chico ficou  numa tristeza  enorme porque sempre trabalharam juntos”.

 

FE. Como era o Chico no dia-a-dia?

Cidália - “Ele era maravilhoso, brincalhão, trabalhador, lindo. Não era vaidoso,  mas sempre gostava de andar bem arrumado. Tinha um paletó xadrez que amava! Nunca me esqueço que à noite,  quando a gente se preparava para dormir,  ele marcava um horário para ser chamado de manhã porque tinha de ir para o serviço. E assim a gente fazia. Se era para chamar às 7 horas,  a gente o chamava pontualmente. Ai ele dava uma acordadinha e falava para nós: “Me dá mais cinco minutinhos? ”. Passados os cinco minutos a gente o acordava de novo e ai não tinha jeito.  “Já passáramos  cinco minutos, então vou levantar”, dizia”. 

 

FE. Chico assumiu muitos encargos com a morte de dona Cidália, sua mãe?

Cidália - “O Chico foi,  ao mesmo tempo,  irmão, pai e mãe. Com a morte de mamãe (2)  ele assumiu muitas responsabilidades e, embora moço,  soube distribuir atenção e zelar por todos nós.  Lembro-me que eu trabalhava com minha irmã Neuza na fábrica  até meia noite,  e ele ficava nos esperando enquanto fazia as suas  psicografias. Quando a gente chegava,  ele parava de psicografar e nos perguntava como tinha sido o dia de trabalho, se tudo tinha corrido bem, queria saber das novidades, das pessoas. Às vezes,  a gente falava que fulano estava gostando de cicrana, que outro estava  namorando beltrana. Ele ficava contente e dizia: “É verdade?. Que coisa boa!”.   No meu caso, lembro-me que ele  dava os conselhos: “Olha, Dália, você precisa encontrar um moço bom, mais velho que você, que seja responsável e que lhe faça feliz”. Ao conhecer o Chiquinho, que era chefe na fábrica,  fui falar com ele e disse: “Acho que estou gostando do Chiquinho, ele parece ser muito bom,  mas estou achando-o meio idoso, mais velho que eu.” E  Chico respondeu:  “Ah, esse vai ser muito bom para você!”.  E realmente foi.”

 

FE. Do que o Chico mais gostava?

Cidália -  “As pessoas as vezes pensam que o Chico era tão diferente dos outros...  Ele era uma pessoa normal. Chico gostava de cinema, de televisão, de teatro e muito de música. Achava interessante o povo sair para as ruas cantando em serenatas”. 

 

FE. Na música,  o que ele apreciava?

Cidália - “Ele gostava demais de musicas clássicas. O Geraldo Leão, nosso grande amigo aqui de Pedro Leopoldo,  fez muitas fitas para ele. Uma do Waldo de Los Rios,  o Chico gostou demais. Era muito linda,  ele tinha mesmo razão.  Mas o Chico gostava dos cantores também. Amava ouvir Roberto Carlos,  Vanusa e muitos outros. Quando Elis Regina morreu,  ele ficou arrasado.  Uma música que o marcou muito  foi  Hi-Lilli Hi-Lo (3). Eu tenho tantas coisas dele que em um dia, dois dias... não dá pra contar...”   

 

FE O Chico continua recebendo muitas homenagens...

Cidália -  “Fizeram um memorial na região do Açude através da Câmara e da Prefeitura quando era prefeito o sr.  Ademir Gonçalves (4). Mas o povo quebrou tudo. Deus permita que as homenagens alegrem o Chico. Ele era uma pessoa muito simples e humilde. A gente precisa se fazer uma pergunta quando vai fazer alguma coisa para ele: será que o Chico ficará contente? Será que isso o deixa alegre?. Temos de fazer as coisas pensando em dar alegrias para ele”

 

FE  Nste ano, em abril,  teremos aqui,  em Pedro Leopoldo , novo Encontro dos Amigos de Chico Xavier.

Cidália - “Deus permita que isso aconteça. Temos o interesse do Geraldinho que é uma pessoa muito especial. Ele  é o nosso sucesso. Apesar de não ter tido muito contato com ele,  digo que é uma pessoa maravilhosa. O Chico dedicava a ele a  maior consideração.  Se a minha saúde estiver boa,  irei ao encontro para retribuir aos amigos as alegrias que proporcionam ao Chico”.

 

FE. Uma mensagem para os Espíritas.

Cidália “Quem sou eu para dar mensagem aos espíritas... Diria apenas que fico muito feliz por amarem o Chico da forma como amam,  dentro dos princípios da Doutrina Espírita”.

 

 

imagem

Dona Cidália Xavier Carvalho em sua casa em Pedro Leopoldo e o cartão que Chico Xavier lhe

enviou no dia 4 de maio de 1981, assinalando os 50 anos da partida da mãe Cidália Batista,

ocorrida no dia 19 de abril de 1931. Foto e reprodução Ismael Gobbo

CIDALIA UMA ROSA PARA CHICO

D. Cidália em seu jardim oferecendo uma rosa para Chico Xavier, seu irmão. Foto Ismael Gobbo.

Família de CX em 1929

A família de Chico Xavier. Pedro Leopoldo, MG. Chico, o terceiro a partir da esquerda,  ao lado do pai.

Foto fornecida por Jhon Harley M. Marques.

 

Música: Manhãs de setembro com Vanusa

Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=V-HuzQNSDxU

 

 

Música preferida por Chico Xavier

Lili (Hi Lili, Hi lo)

Acesse aqui interpretação por Gal Costa:

https://www.youtube.com/watch?v=JaKnY9PcfJs

 

Acesse aqui interpretação por Leslie Caron:

https://www.youtube.com/watch?v=eLIUzUnoomY

 

 

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