Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Compiladas por Ismael Gobbo

 

 

 

Notas

1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas via e-mail  e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos de e-mail. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.

 

3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).

 

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:

 


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No Blog onde é  postado diariamente:

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Publicação em sequência

Revista Espírita – Ano 6 - 1863

 

 

 

 

 

 

Continua na próxima postagem)

 

(Texto copiado do site Febnet)

Jean Reynaud (1806- 1863) por  Mne J, Reynaud (1863).

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Reynaud,_Jean.jpg

 

Livro “Terra e céu”. Jean Reynaud. Imagem/internet.

Página do jornal Le Siècle de 30-06-1863 noticiando a morte de  Jean Reynaud. Veja em Nécrologie na 3ª. Coluna.

Fonte: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k7280516/f3.item

Página do jornal Le Siècle de 16-07-1863 onde Henri Martin fala da vida e obra de Jean Reynaud na 4ª. coluna.

Fonte: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k728067t/f3.item

Túmulo de Jean-Ernest Reynaud (1806-1863) no Cemitério Père Lachaise. Paris, França.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:P%C3%A8re-Lachaise_-_Division_72_-_Reynaud_01.jpg

Charles Fourier. Estampa Couturier, Philibert Léon (1823-1901). Lithographe

Imagem/fonte: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b530064983.item

 

 

François Marie Charles Fourier (Besançon7 de Abril de 1772 – Paris10 de Outubro de 1837) foi um socialista francês da primeira parte do século XIX, um dos pais do cooperativismo. Foi também um crítico ferino do economicismo e do capitalismo de sua época, e adversário da industrialização, da civilização urbana, do liberalismo e da família baseada no matrimônio e na monogamia.

O caráter jovial com que Fourier realizou algumas de suas críticas fez dele um dos grandes satíricos de todos os tempos. Propôs a criação de unidades de produção e consumo - as falanges ou falanstérios - baseadas em uma forma de cooperativismo integral e auto-suficiente, assim como na livre perseguição do que chamava paixões individuais e seu desenvolvimento, o que constituiria um estado que chamava harmonia. Neste sentido antecipa a linhagem do socialismo libertário dentro do movimento socialista, mas também em linhas críticas da moral burguesa e cristã, restritiva do desejo e do prazer - neste sentido, sendo também em um dos precursores da psicanálise.[1] Em 1808 Fourier já argumentava abertamente em favor da igualdade de gênero entre homens e mulheres, apesar da palavra feminismo só ter surgido em 1837.[2]

Entusiastas de suas ideias estabeleceram comunidades intencionais nas três Américas. O Falanstério do Saí em Santa Catarina e a Colônia Cecília no Paraná foram experiências práticas inspiradas por Fourier no Brasil, assim como La Réunion no Texas e a Falange Norte-americana em Nova Jersey, nos Estados Unidos.

Leia mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Fourier

 

Monumento a Swedenborg em sua cidade natal, Estocolomo, Suécia.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Emanuel_Swedenborg_Mariatorget_Stockholm_2005-06-29.jpg

Quadro de Allan Kardec de grandes dimensões na Librairie et Editions LeymarieParis, França.

Fonte: https://www.facebook.com/librairieleymarie/photos/a.1799741960063337/1799746110062922/?type=3&theater

 

As flores que Deus nos deu

 

Ao compor o nosso lar Terra, Deus o encheu de flores. Certamente para amenizar as dificuldades que temos que enfrentar por aqui.

Interessante que, em as observando, passamos a lhes conferir valores e as escolhemos como símbolos de afeição, sinceridade, amizade. Até de movimentos sociais.

Quando estão abertas, elas simbolizam a natureza em seu maior esplendor. Representam a glória e refletem tudo o que esteja ligado à beleza, à juventude, à paz, ao Espírito e à primavera.

Para os astecas e os maias, as flores possuíam uma simbologia sagrada e de perfeição.

Isso porque os jardins repletos de flores representavam não somente um ornamento, mas estavam associados aos deuses e à criação do Universo.

Por sua vez, nas passagens bíblicas elas surgem como símbolos da beleza, do amor.

Jesus se serve dos lírios e da erva do campo para falar da Providência Divina.

Nas culturas ocidentais, a flor-de-lis e o lírio simbolizam a pureza, a virgindade, a beleza e a renovação espiritual.

Em alguns momentos, flores se tornaram símbolos de momentos marcantes.

Os cravos, por exemplo, são conhecidos como as flores do recomeço.

No dia 25 de abril de 1974, aconteceu a Revolução dos Cravos, um marco para a democracia portuguesa, que deixava para trás um passado trágico, regido pela ditadura.

Os soldados colocaram cravos vermelhos na ponta das armas e assim, a flor ficou simbolizando a nova fase política daquele país.

Por sua vez, a camélia, favorita dos mandarins e monges chineses, foi imortalizada pelo famoso escritor Alexandre Dumas, em seu romance A dama das camélias.

Na História brasileira, conforme os escritores que descreveram as lutas abolicionistas, na segunda metade do século XIX, a camélia era símbolo do movimento.

A escolha dessa flor se deu porque havia, no Rio de Janeiro, um famoso quilombo no bairro do Leblon onde eram produzidas flores, especialmente camélias, que abasteciam a então capital do país.

Desde muito que a camélia, natural ou artificial, era um símbolo da ala radical do movimento, utilizada inclusive como senha para a identificação dos seus participantes.

Os que se envolviam mais perigosamente no movimento, apoiando fugas, criando esconderijos, usavam camélias.

Qualquer escravo que fugisse encontrava um protetor, identificando-o pela camélia que a mulher ostentava no decote e o homem na lapela.

A própria Princesa Isabel era vista, em público, com camélias no decote. O palácio imperial de Petrópolis, por sua iniciativa, teve seus jardins cobertos de cameleiras.

Em 13 de maio de 1888, no momento em que assinava a Lei Áurea, foram-lhe entregues dois buquês de camélias.

Um era artificial, em nome do movimento vitorioso.

O outro, de flores naturais, vindas do quilombo do Leblon, enviadas por gente do povo, que o abolicionista Rui Barbosa definiu como a mais mimosa das oferendas populares.

Flores, dádivas de Deus para alegrar e perfumar as nossas vidas.

Quem as pode contemplar sem se emocionar com a beleza, o aroma, as cores tão diversas, que falam da generosidade de um Deus Pai, Amoroso e Bom?

 

Redação do Momento Espírita.
Em 22.10.2019.

 

 

 (Texto copiado do site Feparana)

 

Camélia japonica ' Mathotiana Alba' . Real Jardín Botánico, Madri, Espanha.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camellia_%27Mathotiana_Alba%27.jpg

A Dama das Camélias.

Cartaz de Alphonse Mucha para uma performance da versão teatral, com Sarah Bernhardt (1896)

Imagem/fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/La_Dame_aux_Cam%C3%A9lias

 

Vista da praia de Ipanema tendo ao fundo o Morro Dois Irmãos em cujo sopé se localizava o quilombo do Leblon.

Foto Ismael Gobbo

 

 

Quilombo do Leblon

 Quilombo do Leblon foi um quilombo que existiu no final do século XIX na região do atual Clube Campestre da Guanabara e imediações (da atual rua Timóteo da Costa até o morro Dois Irmãos), no bairro do Leblon, na cidade do Rio de Janeiro.[1]

Leia mais:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Quilombo_do_Leblon

Princesa Isabel.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Isabel_Princess_Imperial_of_Brazil_c_1887.jpg

Busto do grande jurista brasileiro Ruy Barbosa. Biblioteca Nacional do Brasil.  Rio de Janeiro, Brasil.

 

 Ruy Barbosa de Oliveira(nota)[1][2][3] GCSE (Salvador5 de novembro de 1849 — Petrópolis1 de março de 1923) foi um polímatabrasileiro, tendo se destacado principalmente como juristaadvogadopolíticodiplomataescritorfilólogojornalistatradutor e orador. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Moraes. Ruy Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais.

Leia mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruy_Barbosa

 

 

Jornal ingles com matéria sobre Chico Xavier 

 

O jornal de Londres "Psychic World", dedicado ao "espiritualismo" no estilo britânico, ou seja, mediunismo, trouxe interessante matéria em sua edição de outubro de 2019. Trata-se de artigo de autoria de Elsa Rossi, presidente da União Britânica das Sociedades Espíritas (BUSS), intitulado "Brazilian Medium Chico Xavier - The Beautiful Journey". Com destaque na 1a. página e prosseguindo em duas páginas, o artigo focaliza o livro do jornalista britânico Guy Playfair lançado em 2010: "Chico Xavier - Medium  of the Century". Elsa Rossi comenta também fatos sobre Playfair, amigo já desencarnado, e incluí opiniões sobre o Espiritismo emitidas por Janet Duncan dirigente de instituição espirita em Londres.

Elsa Rossi

 

 

 

 

(Recebido em email de Antonio Cesar Perri de Carvalho [acperri@gmail.com])

 

 

 

 

Pintura Mediúnica com Orlando Padovan no

Fraternidade Terceiro Milênio. São Paulo, SP

 

(Informação recebida em email de Josy Almeida [josy.ss.almeida@gmail.com])

 

Desencarnação de Ildefonso do Espírito Santo

8c2855ac-291e-44e4-b884-edabf4452a22A Federação Espírita do Estado da Bahia (FEEB) informa que na tarde desta segunda-feira (21) retornou a Pátria Espiritual, aos 96 anos, dr. Ildefonso do Espírito Santo. O sepultamento será na quarta-feira (23), às 11h no Jardim da Saudade.

Ildefonso do Espírito Santo foi médico sanitarista, presidente da FEEB entre os anos de 1982 e 1988, foi ainda presidente e fundador da Associação Médica Espírita da Bahia (AME/BA). Conhecido pela facilidade em lidar com o ser humano, compreensivo, amoroso, conciliador, amigo, empreendedor, caráter nobre, bondade cativante, entusiasmado pelo Espiritismo e grande incentivador dos primórdios da juventude da antiga União Espírita, em seu discurso na da passagem dos seus 90 anos, quando na oportunidade a FEEB e a AME lhe prestaram homenagem no ano de 2013, Ildefonso declarou ter gratidão pelo que aconteceu em toda a sua jornada, sendo o mais importante evento, o ato de ter conhecido a Doutrina Espírita ainda na infância, e acrescentou que as experiências vividas superaram todas as expectativas, e que aguardava o momento de passar para o outro lado, para ver as surpresas que a verdadeira vida o prepararia.
Ildefonso do Espírito Santo: 11 de março de 1923 a 21 de outubro de 2019. Mas isso… Isso é apenas o começo. Os seus companheiros de lá dizem “bom retorno, seja bem-vindo!”, e os companheiros daqui dizem, “até breve, irmão”.

 

8c2855ac-291e-44e4-b884-edabf4452a22

(Informação copiada em

https://www.febnet.org.br/blog/geral/noticias/desencarnacao-de-ildefonso-do-espirito-santo/) 

 

Trailer do filme: Bate Coração

Acesse o link abaixo

 

Oi pessoal

Convido vocês para estarem presentes no dia 7 de novembro nas salas de Cinema para assistirem ao filme Bate Coração 

Trata-se de uma Comédia transcendental, onde a gente trata de assuntos importantes dentro da filosofia espírita.

Também, faço um pedido para, quem for possível, divulgar nas redes virtuais, grupos e amigos.

Como sabemos, hj está cada vez mais difícil a permanência do nosso Cinema nas salas.

Segue o trailerhttps://youtu.be/4k4D0ed3sXg

 

Gratidão e abraços 

Glauber filho

 

(Informação repassada em email por divulgadoresbr@googlegroups.com; em nome de; nazarenofeitosa@gmail.com )

 

Palestra programada para o Grupo Socorrista Maria de Nazaré

Boituva, SP

 

(Informação recebida em email de didipelegrini@gmail.com)

 

CEERJ. Eventos Espíritas programados

Rio de Janeiro,  RJ

 

 

 

(Recebido em email de Luiz Carlos Formiga)

 

Encontro Espírita das Águas

Caxambú, MG

 

1º Encontro Espírita das Águas - De 01 a 03 de novembro de 2019 - CAXAMBÚ - MG

Informações e inscrições: http://encontroespiritadasaguas.com.br/

Reservas: (35) 3341-9200 / reservas@hotelgloriacaxambu.com.br

www.hotelgloriacaxambu.com.br

CONTAMOS COM SUA PRESENÇA E GENTILEZA NO COMPARTILHAMENTO!

(Informação recebida em email de Domingos B. Rodrigues [domrodr99@gmail.com])

 

13º. Encontro Espírita da Família

Taboão da Serra, SP

 

(Informação em

  https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2439884002798438&set=gm.513822409349776&type=3&theater)

 

Site da FEB- Federação Espírita Brasileira

Brasília, DF 

 

Acesse aqui:

https://www.febnet.org.br/  

 

 

MAP e Rádio Rio de Janeiro

 

 

(Informação recebida de Luiz Carlos Formiga)

 

Congresso Internacional sobre Discriminação 

Salvador, BA

 

Nos dias 21 a 23 de outubro ocorrerá no Auditório Raul Chaves, Faculdade de Direito da UFBA, O Congresso Internacional sobre Discriminação. Terá a participação de Divaldo Franco, Kailash Satyarthi, Lívia Vaz, Horácio Guido, entre outros.
Inscrições: 
escola.inscricao@trt5.jus.br

 

 

(Informações copiadas de https://www.febnet.org.br/blog/geral/noticias/congresso-internacional-sobre-discriminacao-2/)

 

 Teatro no Fraternidade Espírita Gina: Irmã Scheilla-

A Enfermeira do Alto. São Paulo, SP

 

(Com informações em

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10206596539467925&set=gm.2775540855810201&type=3&theater)

 

68ª. Semana Espírita de

Santo André, SP 

 

(Informação recebida de Ademir Mendes)

 

 Pintura Mediúnica no Maria Benta

São Paulo, SP

 

 

(Com informações de Jorge Rezala)

 

Estão abertas as inscrições para o 18º Congresso de Espiritismo

Estão abertas as inscrições para o 18º Congresso de Espiritismo

 

 

 

 

 

 

Você que participou de um dos nossos Congressos anteriores e que já conhece a qualidade do evento, venha participar do 18º Congresso da USE-SP!!

Conferências com os melhores palestrantes espíritas da atualidade, rodas de conversas com temas relevantes para o movimento espírita, além da confraternização com os amigos de ideais.

 

 

 

Condições Especiais até 31/10/19

Preço parcelado em 10 vezes no cartão de crédito. Inscrições em quartos duplos, simples ou compartilhados.

Garanta já a sua participação, as vagas são limitdas.

 

 

 

 

Evento dos 70 anos do Batuíra

Goiânia, GO

 

Saudações, muita paz, luz e saúde!

 

Gostaria de convidá-lo para participar do evento dos 70 anos do Batuíra.

 

Agradecer a parceria e o auxílio em divulgar as ações e necessidades da Entidade.

 

Fraternal abraço,

 

Sérgio Luís Haas

(62) 99228-4329

 

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

 

Convite

 

O Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental tem a honra de convidar V.S.ª para participar da solenidade em comemoração aos 70 anos de fundação.

 

A cerimônia será realizada:

 

Dia 30/10/2019 | 09:00 horas

 

Local: Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental, Avenida Eurico Viana, Quadra 44, Setor Jardim Goiás, Goiânia, Goiás.

 

Programação:

9:00h Batuíra: passado, presente e futuro 9:40h Homenagens 10:00h Café

 

Por vossa honrosa presença, antecipamos agradecimentos

 

Sérgio Luís Haas

Presidente

 

Mediunidade e doentes

 

Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Seara dos Médiuns. Lição nº 67. Página 185.

Estudos e Dissertações em torno da Substância Religiosa de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec.

Questão nº 176 - Parágrafos 1º 2º e 3º. Reunião pública de 12/09/1960

 

No que se refere aos doentes, os cientistas ateus apenas enxergam o corpo na alma e os religiosos extremistas apenas enxergam a alma no corpo; as inteligências sensatas, porém, observam uma e outro, conjugando bondade e medicação nos processos de cura.

Os cientistas ateus, ao modo de técnicos puros, quase sempre entregam exclusivamente ao laboratório toda a orientação terapêutica, interpretando a moléstia como sendo mero caso orgânico de curso previsto, qual se o corpo fosse aparelho frio, de comportamento pré-calculado, esquecendo-se de que os corpúsculos brancos do sangue fabricam antitoxinas sem haverem frequentado qualquer aula de química.

Os religiosos extremistas, à feição de místicos intransigentes, quase sempre entregam exclusivamente à oração todo o trabalho socorrista, interpretando a moléstia como sendo simples ato expiatório da criatura, qual se a alma encarnada fosse entidade onipotente na própria defensiva, olvidando que os vírus não interrompem o assalto infeccioso diante dessa ou daquela preleção de moral.

As inteligências sensatas, no entanto, percebem que o corpo se move à custa da alma, sabendo, porém, que a alma, no plano físico, precisa do corpo para manifestar-se, embora reconheçam que toda reação substancial procede do interior para o exterior, razão pela qual, em todos os tratamentos, como ação supletiva, será lícito recorrer às forças inesgotáveis do espírito.

Na mediunidade curativa, portanto, suprime a enfermidade, quanto possível, com o amparo da medicina criteriosa, mas unge-te de amor para socorrer o doente. A solidariedade ergue o índice da confiança e a confiança mobiliza instintivamente os recursos da Natureza.

Pronuncia a prece que reconforte e estende o passe magnético que restaure, como se fossem pedaços de teu próprio coração em forma de auxílio.

Sobretudo, não envenenes o ânimo de quem sofre. Ainda mesmo diante dos criminosos e viciados que a doença arruína, levanta a voz e alonga os braços, sem qualquer nota de azedia ou censura, recordando que possivelmente estaríamos nós no lugar deles se tivéssemos padecido as provas e tentações nas quais sucumbiram, agoniados.

Seja quem for o doente do qual te aproximes, compadece-te quantas vezes se fizerem necessárias, entendendo que é preciso aprender a ajudar o necessitado, de maneira que o necessitado aprenda a ajudar a si mesmo.

Somente assim descobrirás, tanto em ti quanto nos outros, o surpreendente poder curativo que dimana, ilimitado e constante, do amor de Deus.

 

 

(Texto recebido do divulgador Antonio Sávio, de Belo Horizonte, MG)

Magnetismo. Estampa de  Sergent,  gravado por Toyug.

Fonte: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b8410427c.item

Passe magnético espírita após a palestra pública,  no Solar Eunice Weaver. Birigui, SP. Foto Ismael Gobbo.

Estudo para Jesus em Cafarnaum (1885). Óleo sobre tela de Rodolpho Amoêdo

Pinacoteca do Estado de São Paulo. São Paulo. Foto Ismael Gobbo

 

Pedro Richard

09-09-1853 / 25-10-1918)

 

Foi uma das mais fortes e atraentes personalidades do Movimento Espírita. Sua vida foi de testemunho em favor do Evangelho deixado pelo Divino Mestre Jesus.

 

Pedro Richard nasceu, no dia 09 de setembro de 1853, na cidade de Macaé (RJ), filho de Pedro Richard e Dona Felismina Richard. Família modesta, mas de honorabilidade a toda prova. Órfão de pai aos nove anos de idade, tornou-se arrimo de sua mãe e de seus irmãos menores. Tinha adoração por sua genitora, que era de costumes austeros e de sentimentos elevados; era, aliás, carinhoso para a família.

 

Quando seu pai desencarnou, estava fazendo o Curso Primário, tendo que interromper os estudos para trabalhar numa casa comercial. Depois foi admitido como funcionário da Alfândega, melhorando assim seus rendimentos. Sério, consciente de suas responsabilidades, adquirira o hábito salutar de nada realizar sem muita reflexão. Seguia a risca os conselhos do seu genitor.

 

Pedro Richard contraiu núpcias com D. Mariana Campos Richard, natural de Angra dos Reis (RJ), e tiveram uma prole de seis filhos: Mário (desencarnado aos dois anos), Felismina, Pedro, Mário (2º), Izaura e Marta. Houve uma época em que D. Mariana teve que costurar para fora, e ajudar na manutenção do lar. Foram dias de muitas preocupações, porém não perderam a esperança de melhores dias. Isso não impediu de adotar uma criança necessitada: Francisco Antônio de Carvalho, que era parente longe de D. Mariana. Mais tarde o garoto foi motivo de muitas alegrias. Estudioso, aplicado, entrou para Escola Militar e se formou como Engenheiro Militar, honrando a dedicação dos pais adotivos. Chegou ao posto de Coronel do Exército e o que é mais importante, tornou-se o "patriarca" da família.

 

A desencarnação de Mário, o seu primogênito, levou-o ao Espiritismo. O casal não compreendia como, diante da bondade imensurável de Deus, uma criança pudesse sofrer tanto. Nesse tempo, conheceu um homem chamado Nascimento, pessoa caridosa e simples, médium. Por seu intermédio recebeu noções de como age a Justiça Divina, através da reencarnação, dando-nos oportunidade de quitar faltas passadas.

 

A vida de Pedro Richard foi de permanentes realizações. Era capacitado, inteligente, trabalhador, ativo e empreendedor. Formou uma firma de construções, com oficina de carpintaria, porém, para obter o registro de construtor era necessário apresentar declaração de um engenheiro civil, de que ele possuía capacidade para as funções.

 

Embora extremamente capacitado, faltava-lhe o título oficial para poder trabalhar. Recorreu a um velho amigo da Federação Espírita Brasileira, Abel Ferreira de Mattos, engenheiro civil de prestígio, que veio em seu auxílio. Venceu uma concorrência para executar obras do Exército. Esse trabalho lhe deu melhores condições de manter a família.

 

Indalício Mendes chamou-o de "Peregrino do Evangelho". Sua admiração por Dr. Bezerra de Menezes, "O Kardec Brasileiro", era ilimitada. Fê-lo fervoroso adepto do Evangelho, onde encontrava a bússola para os caminhos a palmilhar na Terra.

 

Pedro Richard tinha na prece o seu maior ponto de apoio. Desenvolveu sua mediunidade de cura, que fez dele instrumento dos Espíritos Superiores, no labor incansável na Seara do Cristo, para socorrer sofredores.

 

Foi considerado emissário para despertar criaturas que precisavam apenas de uma palavra para se melhorarem espiritualmente. Através de seus atos, de sua conduta e superioridade moral, tomaram-no como exemplo e renasceram para uma nova vida.

 

Era companheiro de Bezerra de Menezes, dos irmãos Sayão, de Maia de Lacerda, Leopoldo Cirne e outros. Foi um dos fundadores do "Grupo Ismael". Sua fé em Deus, Jesus e Maria Santíssima não tinha limites, e sua palavra tinha o poder de deixar na lembrança daqueles que o ouviam o alento da fé. Era a transmissão simples da mensagem encorajadora, com a seiva da verdade cristã. Foi um Semeador.

 

Pedro Richard regressou à Espiritualidade no dia 25 de outubro de 1918, no Rio de Janeiro, tendo deixado a Terra com a consciência tranqüila do dever cumprido.

 

No dia 12 de junho de 1936, no "Grupo Ismael" deu a seguinte mensagem:

 

- "Senhor!... Desdobra sobre meu eu Espiritual a luz da Tua misericórdia e deixa, Senhor, que desabroche, ainda agora, no meu coração de pecador, as açucenas perfumadas do Teu perdão e da Tua piedade paternal, para que eu seja incorporado às falanges radiosas que operam na Tua Casa, exibindo com meu esforço de espírito a mais clara e a mais sublime de todas as profissões de fé".

 

Antonio Lucena


 

Pedro Richard - Peregrino do Evangelho

 

Indalício Mendes

 

"É necessário haja equilíbrio entre a inteligência e a humildade, porquanto o que desvaira o Espírito é o julgar-se possuidor de alguma coisa." - Bezerra de Menezes.

 

"O iniciado na Doutrina Espírita precisa conhecê-la e interpretar-lhe os preceitos, aplicando-os a si mesmo para se constituir depois um evangelizador da palavra e recolher do seu esforço cem por um, segundo a promessa do Cristo de Deus." - Bittencourt Sampaio.

 

"O Evangelho é um compêndio de Leis Divinas, interpretadas pelos homens segundo a evolução intelectual e moral das gerações." - Pedro Richard.

 

Predispusemo-nos a enfocar, nas linhas que se seguem, sem preocupação cronológica, uma das mais fortes e atraentes personalidades do Espiritismo Cristão, cuja vida foi permanente testemunho de respeito e obediência aos preceitos evangélicos deixados por Jesus para o bem da Humanidade: Pedro Richard. Descrever-lhe a vida, quase sempre referta de preocupações e dificuldades, não constitui fácil tarefa. Foi um justo. Com esta frase poderíamos resumir toda uma longa história de devotamento exemplar ao Cristo de Deus, através do Espiritismo, que ele amou profundamente, sem, contudo, abeirar-se do fanatismo, ou do dogmatismo que denigre, via de regra, as melhores intenções.

 

O espírita realmente identificado com a Dou­trina e o Evangelho procura desligar-se, tanto quanto sua condição humana o permita, das gloríolas terrenas. Convicto, pela fé, pelo conhecimento prático e pelo estudo da palavra do Nazareno, da realidade indestrutível da Terceira Revelação, concentra sua atividade nos princípios éticos da Doutrina que espontaneamente aceitou, e intenta percorrer o caminho que o levará à Luz, com o coração a pulsar de amor puro pelo objetivo colimado, ainda que sinta a alma dolorida e os pés ensanguinhados pelas provações depuradoras, sem dúvida destinadas à redenção. Pedro Richard foi um homem seguro de si em suas convicções, sublimadas pelo sentimento cristão; externamente, a própria imagem da simplicidade, da brandura e do comprazimento. Jamais admitiu atitudes estudadas, nem deixou nunca de chamar a verdade ao testemunho, em situações que considerasse equivocas ou incompatíveis com a retidão determinada pela Doutrina, fosse qual fosse a eventualidade. Evitou sempre valorizar-se aos olhos de alguém, e jamais procurou ser outra coisa além do que realmente era: discípulo humilde, intransigentemente fiel ao Mestre de Nazaré.

 

Ocorrem-nos, neste passo, as palavras do valoroso Espírito Bittencourt Sampaio, a mera evocação da personalidade austera de Pedro Richard:

 

"As almas, pelo seu procedimento moral, devem ser como espelho, em que todos os seus atos se reflitam, O homem honesto, ainda que não professe crença alguma, deve sempre estar pronto à devassa da sua alma, devassa que a sua própria consciência, melhor do que ninguém, pode fazer."

 

Pedro Richard nasceu no dia 9 de setembro de 1853, na cidade de Macaé, Estado do Rio de Janeiro, filho de Pedro Richard e D. Felismina Richard, de família modesta, mas de grandes virtudes e, por isso mesmo, honorabilíssima. Órfão de pai aos nove anos de idade, teve de iniciar-se muito cedo no trabalho diário, tornando-se o amparo de sua mãe e de irmãos menores. Tinha enorme veneração por sua genitora, mulher de costumes austeros e de sentimentos elevados, dotada de tolerância e piedade.

 

Quando, ainda cedo, foi compelido ao trabalho, achava-se no curso primário de uma escola local. Teve, assim, de interromper os estudos, engajando-se numa casa comercial, a fim de ajudar a família, que era acossada por enormes e compreensíveis dificuldades, com a desencarnação do chefe. Mais tarde, o jovem Pedro Richard tornou-se funcionário da Alfândega, melhorando, embora muito pouco, a sua situação econômica. Estava já no torvelinho da vida terrena, encarando mui­to a sério suas responsabilidades e habituando-se a praticar, no dia-a-dia das lutas, as virtudes que os pais lhe haviam transmitido, como parte fundamental de sua educação. Adquirira o hábito salutar de nada fazer sem refletir, assim como a não se beneficiar em suas justas pretensões de progredir, se isso pudesse importar em sacrifício, direto ou indireto, de alguém. A probidade foi a herança que o pai amado lhe deixou ao desencarnar, e ele porfiava, como, de resto, toda a família, em não esquecer os exemplos daquele que fora exemplar chefe do grupo familial, exemplos que, por sua vez, transmitiu a seus descendentes.

 

Casou-se com D. Mariana Campos Richard, nascida em Angra dos Reis, Estado do Rio, dela tendo seis filhos; Mário, Felismina, Pedro, Mário, Isaura e Marta, todos também já desencarnados; os dois Mários e Marta quando ainda crianças. Defrontando sérios embaraços econômicos, não pôde ele evitar a ajuda dedicada da esposa, que costurava para fora. Dias terríveis foram aqueles, mas Pedro Richard e D. Mariana não perderam o ânimo e mantiveram a fé em que melhores dias viriam, por certo.

 

A luz da revelação

 

A morte do primogênito Mário, aos dois anos, após longo sofrimento, foi a bem dizer a porta que se abriu a Pedro Richard para o encontro com o Espiritismo. Não compreendia como, diante da bondade incomensurável de Deus, era permitido o sacrifício doloroso de uma criança, toda inocência, durante dias e noites de dores lancinantes, para o desfecho fatal, que tanto acabrunhara a todos. Buscava explicação para o que supunha tratar-se de uma incoerência. E essa explicação estava a caminho. Havendo conhecido um homem de nome Nascimento, pessoa caridosa e simples, veio Pedro Richard a saber tratar-se de um médium, isto é, de uma pessoa que tinha o dom de comunicar-se com Espíritos e de servir de instrumento às almas desencarnadas para praticar o bem. Depois de conversar com Nascimento, ele se sentiu bastante aliviado. Recebera a consolação de que precisava e, mais do que isso, uma explanação clara e objetiva do que é a Justiça Divina, que tem como ele­mento de purgação e progresso a reencarnação. Saíra da casa do médium com a face iluminada. Banhara-o a luz da revelação espírita! Começara a aprender o "porquê" da vida e da morte, da dor moral e do sofrimento físico. E ao desespero que amargurava o casal sucedeu a tranqüilidade dos que compreendem e, por compreenderem, crêem.

 

Por essa época, vivia dominado por preocupações crescentes com a manutenção da família. Dedicava-se a trabalhos incertos e pouco rendo­sos, mas trabalhava. Fosse o que fosse que surgisse, ele, resoluto e esperançoso, aceitava, não medindo esforços para atenuar a precária situação de sua vida. Sempre acreditara em Deus sempre reconhecera em Jesus a fonte de água pura, que mata a sede e reanima os desanimados e tinha Maria Santíssima como lenitivo para to­das as ocasiões amargurantes. Se a sua vida dependesse de fé, pensava consigo mesmo, haveria de transpor todas as barreiras que surgiam à sua frente. A pobreza não impediu que ele e a esposa adotassem uma criança necessitada, de nome. Francisco Antônio de Carvalho, que tinha distante parentesco com D. Mariana. Era o Chico.

 

O Chico

 

É bem certo o ditado; "Quem semeia flores não colhe pedras." Esse menino desamparado acolhido como filho igual aos outros no lar dE Pedro e Mariana, provaria, anos e anos mais tarde, que era também bom fruto de boa árvore. Já mais esqueceu o que fora feito por ele amorosamente e desencarnou quando desfrutava do posto de coronel do nosso Exército, com excelente folha de serviços. Mas, não nos precipitemos.

 

Com grande dificuldade, pois o dinheiro que conseguiam mal dava para o sustento da família Pedro e Mariana tratavam Francisco em pé de igualdade com os demais cinco (Mário havia desencarnado, lembremo-nos). Dessa forma, encaminharam-no, um dia, para a Escola Militar, de onde ele saiu como Engenheiro Militar, honrando dessa forma, a dedicação e o amor de seus pai adotivos.

 

O Chico, como era tratado na intimidade Francisco Antônio de Carvalho, permaneceu solteiro. Estava sempre atento às necessidades do pais adotivos. Pedro Richard e Mariana dedicavam-lhe grande amor. Seguindo os passos do velho Richard, foi ele, durante anos, Diretor da Federação Espírita Brasileira, pois comungava na mesma crença que se tornara comum naquela família exemplar. Depois da desencarnação de Pedro Richard, Francisco tornou-se o verdadeiro "patriarca" da família, seu conselheiro e amigo incondicional, até desencarnar.

 

Temos diante de nós, no instante em que escrevemos o que aqui fica, uma fotografia de Pedro Richard, o olhar firme e sereno, que nos foi cedida por seu neto, Pedro Richard, coronel do Exército e espírita militante, sobre a qual, em letra clara, se lê esta dedicatória simples e admiravelmente expressiva: "Ao meu bom filho e amigo Chico, 9-9-914."

 

Caridade instintiva

 

A caridade era virtude inata em Pedro Richard e D.Mariana. Daremos mais um exemplo. Sabendo de uma criança parda, de um ano de idade que se achava em péssimas condições orgânicas acolheram-na com o maior carinho, dispensando-lhe os cuidados indispensáveis.

 

O pai dessa menina, ébrio contumaz, esmolava, carregando­-a dentro de um saco. O infeliz, por certo, no lamentável estado em que ficava, nenhuma noção tinha do que fazia. Uma pretinha de tenra idade, encontrada doente, em deploráveis condições de higiene e em completo abandono, foi por eles recolhida e tratada com desvelo. Os anos passaram-se e aquela criancinha, filha do desditoso ébrio, cresceu e acompanhou a primeira filha do casal quando esta se casou, e, também, mais tarde, consorciou-se sob os auspícios da jovem patroa. A pretinha ficou boa, cresceu, revelando sempre muita dedicação a seus benfeitores e descendentes, até desencarnar, quando ainda vivia em casa de uma das filhas de Richard.

 

Vê-se que, desprovido de fortuna material, possuía o velho Richard aquela riqueza de que nos falam os Evangelhos, que a traça não corrói, nem excita a cobiça dos ladrões: a riqueza de sentimentos, distribuída generosamente com os desventurados.

 

Quem semeia o bem, colhe bênçãos.

 

Pai Nosso

 

Duma feita, possivelmente inspirado, traçou este "Pai Nosso", belo e simples: "Pai Nosso, que estais no Infinito, santificado seja o Vosso Nome. Venha a nós o Vosso Reino de Amor e Caridade, seja feita a Vossa Vontade, na Terra, no Espaço e em todos os mundos habitados. Dai-nos o pão da alma e do corpo, Senhor. Perdoai as nossas ofensas e dai-nos a graça de perdoar àqueles que nos ofenderem. Livrai-nos das tentações dos maus Espíritos e enviai-nos os bons para nos esclarecerem. Amo-vos, meu Deus, de toda a minh'alma e quero amar os meus semelhantes que, por Vosso Amor, são todos meus irmãos."

 

Vereda de espinhos

 

Atravessava Pedro Richard uma fase de dolorosas provações, com a coragem e resignação que lhe eram comuns. Não se queixava. Notava-se-lhe a fisionomia serena, mas sombreada de preocupações. O fato não constituía ensejo a que diminuís­sem o seu carinho, a sua atenção e a sua solicitude àqueles que, também experimentando dores físicas e morais, buscavam na sua palavra algum lenitivo. Sufocava suas amarguras e transformava-as em bálsamo para as amarguras alheias.

 

O fato deve ter, muito sutilmente, chegado ao conhecimento do companheiro José Luiz de Magalhães, dedicado servidor do Cristo e samaritano de alma sempre aberta à cooperação. Tanto assim é que ele, José Luiz, poeta nato, compôs este poema, partilhando dos sentimentos do amigo:

 

A Dor

 

No Calvário da dor, da regeneração

Tudo sofre na Terra em sua evolução.

Tudo renasce após, liberto da matéria,

De grau em grau subindo à perfeição sidérea.

A pedra, a água da fonte, o musgo inerte, a flor,

A fera e o homem - tudo, a tudo atinge a dor;

Da mutilada rocha os hialinos blocos

Que s'espargem no chão; névoa de brandos flocos

Por sobre o lago, o rio e o mar - toda a extensão

Das águas ao calor dos dias de verão:

Da árvore a seca flor; das feras o lamento;

E do homem que medita o augusto pensamento.

Lei do céu, lei da vida, inalterável lei!

Do átomo à estrela e do anjo à revoltada grei.

Lei sagrada! movendo os mundos no infinito,

Da nebulosa ao Sol e do éter ao granito;

Velando sem cessar por toda a criação:

Diamante, flor, criança, anjo na perfeição;

E do perdido céu a nós que aqui tombamos,

E que hoje o turvo olhar saudosos elevamos,

Na vida ignara e má (caídos pelo mal,

Caídos pelo orgulho) aponta maternal,

Na verdade, na luz e na ascensão sublime

Ao término da estrada a cruz que nos redime."

 

Richard e os descendentes

 

É preciso ainda enfatizar a noção de igualdade e amor com que Richard tratou os filhos todos. Dissemos, linhas atrás, algo sobre Chico, acolhido pela família de forma fidalga. Seria injusto se esquecêssemos de fazer uma referência, mesmo superficial, a Pedro Richard Filho, homônimo do venerando ancião de que nos estamos ocupando. Foi um digno seguidor do "velho", dando exemplos de devotamento e amor à Casa de Ismael. Cirurgião-dentista competente, prestou grandes serviços aos irmãos destituídos de recursos que se socorriam da Assistência aos Necessitados.

 

Não lhe mencionamos o nome, agora, somente por haver sido filho de Pedro Richard, mas por um dever de justiça, por isso que, seguindo os exemplos do pai, deu à Casa de Ismael seus melhores esforços, sem outro interesse além daqueles da solidariedade humana e da caridade pura e simples. Aliás, pormenor digno de nota os descendentes de Pedro Richard ainda hoje lhe honram a tradição moral e procuram viver seus exemplos, como espíritas militantes, no "Lar Pedro Richard": Pedro Richard Neto e Mário Richard. Há poucos meses desencarnou um outro de seus netos, também dedicado ao labor kardequiano: Jorge Richard, vitima de um atropelamento.

 

Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim

Fonte: Reformador - maio, 1977

 

(Copiado de http://www.feparana.com.br/topico/?topico=700)

Dr. Adolfo Bezerra de Menezes

Óleo sobre tela de Nair Camargo. Foto Ismael Gobbo

 

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