Notícias do Movimento Espírita São Paulo, SP, quarta-feira, 29 de abril de 2020 Compiladas por Ismael Gobbo |
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Notas |
1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento. 2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes diversas via e-mail e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos de e-mail. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec. Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.
3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).
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Os últimos 5 emails enviados |
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28-04-2020 http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/ABRIL/28-04-2020.htm 27-04-2020 http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/ABRIL/27-04-2020.htm 25-04-2020 http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/ABRIL/25-04-2020.htm 24-04-2020 http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/ABRIL/24-04-2020.htm 23-04-2020 http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/ABRIL/23-04-2020.htm
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Publicação em sequência Revista Espírita – Ano 7 - 1864 |
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(Copiado do site Febnet) |
Página do periódico Anais da propagação da fé de 1864. |
Antananarivo - Estádio Mahamasima e lago Anosy, Madagascar Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antananarivo01.jpg |
Radama II, rei de Madagascar, com coroa Imagem/fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Radama_II
Radama II (Antananarivo, 23 de setembro de 1829 - Antananarivo, 12 de maio de 1963) foi o rei de Madagascar de 1861 até seu assassinato em 1863. Radama II sucedeu sua mãe Ranavalona I e foi sucedido por sua esposa mais velha, Rasoherina. Seu reinado foi marcado com o fortalecimento das relações malgaxes com franceses e britânicos, assinando vários acordos e dando um início ao processo de industrialização do país. O rei também é muito lembrado pelos malgaxes por ter tido uma política oposta de sua tirana mãe Ranavalona I, que visavam a liberdade de culto, abertura comercial do país ao estrangeiro e o fim do escambo, introduzindo as primeiras cedulas no país. O rei foi morto estrangulado em 1863, porém existem rumores de que tenha sobrevivido a tentativa de assassinato e tenha vivido o resto da vida ao noroeste da ilha, perto do Lago Kinkony.[1][2][3][4][5] Leia mais: |
Gravura do futuro rei Radama II e sua esposa, Rabodo (futura rainha Rasoherina) enquanto eles ainda eram príncipe e princesa pelo missionário LMS William Ellis. |
O então príncipe herdeiro Rakoto com sua mãe Ranavalona I. |
“Os possessos de Morzine” Acesse aqui: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k3397777x/f9.image |
Possuídos de Morzine. Quadro que descreve a cerimônia de confirmação de 1864 em Morzine. O bispo de Annecy molestado pelas mulheres da comunidade "possuído por demônios". Encontro 1864 Pintura em ferro de Laurent Baud (1827-1907) Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Poss%C3%A9d%C3%A9es_de_Morzine.jpg
Possuído de Morzine: O possuido de Morzine é o nome dado a um fenômeno coletivo de posse , chamada mal de Morzine , que teve lugar NO XIX th século da cidade de Morzine em Haute-Savoie .
História Por cerca de treze anos, de 1857 a 1870, dezenas de mulheres morzinas foram acometidas de convulsões , alucinações e ataques sonambúlicos . Eles disseram que estavam possuídos por demônios. O Dr. Augustin Constans, inspetor geral dos manicômios e um dos médicos que examinaram os pacientes, descreveu esses fatos como "uma epidemia de histero-demonopatia". A psiquiatria contemporânea poderia chamar essas crises de " histeria de conversão ". Este caso teve, numa época em que a psiquiatria era uma especialidade gagueira, uma grande publicidade. As revistas científicas ecoaram os fatos 1 , 2 , 3 , Joseph Arthaud , médico alienista do asilo Vinatier em Bron, especialmente para examinar os Morzinoises. Magnetizadores e espiritualistas também se mudou 4 , 5 "O espírita Allan Kardec 6 foi para Morzine antes de ser reprimido pelos gendarmes. Leia mais: https://fr.wikipedia.org/wiki/Poss%C3%A9d%C3%A9es_de_Morzine
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A mulher cananéia (ou siro-fenícia) pede a Cristo para curar sua filha possuída; ela aponta para um cachorro, ao qual ela se compara. Gravura por P. del Po depois de Annibale Carracci. Imagem/fonte: |
Eles viverão |
Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Contos Desta e Doutra Vida. Lição nº 23. Página 107.
Onze anos após a crucificação do Mestre, Tiago o pregador, filho de Zebedeu, foi violentamente arrebatado por esbirros do Sinédrio, em Jerusalém, a fim de responder a processo infamante. Arrancado ao pouso simples, depois de ordem sumária, ei-lo posto em algemas, sob o sol causticante. Avançando ao pé do grande templo, na mesma praça enorme em que Estevão achara o extremo sacrifício, imensa multidão entrava-lhe a jornada. Tiago, brando e mudo, padece, escarnecido. Declaram-no embusteiro, malfeitor e ladrão. Há quem lhe cuspa no rosto e lhe estraçalhe a veste. - “À morte! à morte!...” Centenas de vozes gritam inesperada condenação, e Simão Pedro, que de longe o segue, estarrecido, fita o irmão desditoso, a entregar-se humilhado. O antigo pescador e aprendiz de Jesus é atado a grande poste e, ali mesmo, sob a alegação de que Herodes lhe decretara a pena, legionários do povo passam-no pela espada, enquanto a turba estranha lhe apedreja os despojos. Simão Pedro chora sozinho, ao contemplar-lhe os restos, voltando, logo após, para o seu humilde refúgio. Depois de algumas horas, veio a noite envolvente acalentar-lhe o pranto. De rústica janela, o condutor da casa inquire o céu imenso, orando com fervor. Porque a tempestade? Porque a infâmia soez? O pobre amigo morto era justo e leal... Incapaz de banir a idéia de vingança, Pedro lembra os algozes em revolta suprema. Como desejaria ouvir o Mestre agora!... Que diria Jesus do terrível sucesso ?!.... Neste instante, levanta os olhos lacrimosos, e observa que o Cristo lhe surge, doce, à frente. É o mesmo companheiro de semblante divino. Ajoelha-se Pedro e grita-lhe: - Senhor! somos todos contados entre os vermes do mundo!... Porque tanta miséria a desfazer-se em lama? Nosso nome é pisado e o nosso sangue verte em homicídio impune... A calúnia feroz espia-nos o passo... E talvez porque o mísero soluçasse de angústia, o Mestre aproximou-se e disse com carinho, a lhe afagar os cabelos: - Esqueceste, Simão? Quem quiser vir a mim carregue a própria cruz... - Senhor! - retrucou, em lágrimas, o apóstolo abatido - não renego o madeiro, mas clamo contra os maus... Que fazer de Joreb, o falsário infeliz, que mentiu sobre nós, de modo a enriquecer-se? Que castigo terá esse inimigo atroz da verdade divina? E Jesus respondeu, sereno, como outrora: - Jamais amaldiçoes... Joreb vai viver... - E Amenab, Senhor? Que punição a dele, se armou escuro laço, tramando-nos a perda? - Esqueçamo-lo em prece, porque o pobre Amenab vai viver igualmente... - E Joachim ben Mad? Não foi ele, talvez, o inspirador do crime? O carrasco sem fé que a todos atraiçoa? Com que horrenda aflição pagará seus delitos? - Foge de condenar, Joachim vai viver... - E Amós, o falso Amós, que ganhou por vender-nos? - Olvidemos Amós, porque Amós vai viver... - E Herodes, o rei vil, que nos condena à morte, fingindo ignorar que servimos a Deus? Mas Jesus, sem turvar os olhos generosos, explicou simplesmente: - Pedro, repito-te, outra vez, que quem fere, ante a Lei será também ferido... A quem pratica o mal, chega o horror do remorso... E o remorso voraz possui bastante fel para amargar a vida... Nunca te vingues Pedro, porque os maus viverão e basta-lhes viver para se alçarem à dor da sentença cruel que lavram contra eles mesmos... Simão baixou a face banhada de pranto, mas ergueu-a em seguida, para nova indagação... O Senhor, entretanto, já não mais ali estava... Na laje do chão só havia o silêncio que o luar renascente adornava de luz...
(Recebido em email do divulgador Antonio Sávio, de Belo Horizonte, MG) |
São Tiago Maior. Óleo sobre tela de Rembrandt. Imagem/fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Santiago_Maior
Santiago Maior, também chamado de Santiago Filho do Trovão (Boanerge), Tiago, filho de Zebedeu e Santiago Apóstolo o Maior[1], martirizado no ano 44, foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Foi feito santo e chamado Maior (mais velho) para o diferenciar de outro discípulo de Jesus de mesmo nome, conhecido como Santiago Menor (mais jovem) e também de Tiago, o Justo, sendo estes últimos possivelmente a mesma pessoa: Tiago, menor; Tiago, o justo; e Tiago, irmão do Senhor. Leia mais: |
Catedral de Santiago de Compostela. Espanha. Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Catedral_de_Santiago_de_Compostela_agosto_2018_(cropped).jpg
A Catedral de Santiago de Compostela é um templo católico situada na cidade de Santiago de Compostela, capital da Galiza, Espanha. É a sé da arquidiocese homónima e foi construída entre 1075 e 1128, em estilo românico, na época das cruzadas e durante a Reconquista Cristã, tendo sofrido depois várias reformas que lhe adicionaram elementos góticos, renascentistas e barrocos. Segundo a tradição, acolhe o túmulo do apóstolo Santiago Maior, padroeiro e santo protetor de Espanha, o que a converteu no principal destino de peregrinação cristã na Europa a seguir a Roma durante a Idade Média, através do chamado Caminho de Santiago, uma rota iniciática na qual se seguia a Via Láctea que se estendia por toda a Península Ibérica e Europa Ocidental. A peregrinação foi um fator determinante para a afirmação política dos reinos cristãos hispânicos medievais e na sua participação nos movimentos culturais da sua época. Atualmente continua a ser um importante destino de peregrinação, para o que contribui a renovada popularidade do Caminho de Santiago a partir dos anos 1990, que levou à catedral mais de 270 000 peregrinos registados. A catedral foi declarada Bem de Interesse Cultural em 1896[1] e a chamada cidade velha de Santiago de Compostela, que se concentra em torno da catedral, foi incluída na lista do Património Mundial da UNESCO em 1985.[2][nt 1] Leia mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Santiago_de_Compostela |
Sepulcro do Apóstolo Tiago na Catedral de Santiago de Compostela, Espanha. Imagem/fonte: https://pt.wikivoyage.org/wiki/Santiago_de_Compostela |
Informações do C.E. Allan Kardec Penápolis, SP |
Caros irmãos, irmãs e participantes, vimos informar sobre a continuação da suspensão dos trabalhos espirituais e educativos no Ceak-Penápolis-SP. Muita Paz. A diretoria.
(Informações recebidas em email de Centro Espirita Allan Kardec de Penapolis - SP [ceakpenapolis@gmail.com]) |
Site da FEB- Federação Espírita Brasileira Brasília, DF |
Acesse: https://www.febnet.org.br/portal/
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FEB e a divulgação doutrinária com acessibilidade |
A tecnologia está inserida no nosso dia a dia, sendo a inclusão digital necessária para todos. Sempre com foco na acessibilidade e atenta às necessidades dos públicos, a Federação Espírita Brasileira iniciou a inserção do projeto #PraCegoVer nas redes sociais. Por meio desta ação é possível a disseminação da cultura da acessibilidade nas redes tendo por princípio a Audiodescrição de imagens para apreciação das pessoas com deficiência visual. Divulgação doutrinária ao alcance de todos!
(Copiado de https://www.febnet.org.br/portal/2020/04/27/feb-e-a-divulgacao-com-acessibilidade/) |
Jornal Opinião da CCEPA Acesse no link |
Clique aqui: https://drive.google.com/file/d/14DKIWrWh9C5QDUwOS1x0yqe0EPYOV100/view
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Kardec Rádio EUA |
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Filme: Divaldo, o Mensageiro da Paz Assista nas plataformas legais |
Amigos Como temos tido muita pirataria e mesmo companheiros espíritas, divulgando o filme de forma gratuita, sugerimos a ampla divulgação das plataformas legais, dessa forma sendo éticos, morais e preservando os direitos da Mansão do Caminho.
Votos de Paz.
Maria Helena Marcon Comunicação Social Espírita Jornal Mundo Espírita Programa Momento Espírita Biblioteca Espírita Virtual
(Recebido em email de Momento Espirita [momento@momento.com.br]) |
3º. Congresso Espírita Britânico Londres, Reino Unido |
(Informação recebida em email de Elsa Rossi) |
O que valorizamos |
Um adágio popular diz que somente se dá valor a alguma coisa quando a perdemos. Nesses dias, em que por questões de preservação da saúde, estamos confinados aos nossos lares, sentimos falta de tantas coisas que não podemos fazer. Coisas pequenas a que não prestávamos atenção e nos pareciam tão comuns, tão corriqueiras. Vejamos. Estamos sendo solicitados para evitar a saída dos nossos lares. Durante anos, saímos todos os dias, a horas certas e incertas. Saímos para o trabalho, para as reuniões sociais, para o templo religioso, para os compromissos de toda sorte. Tudo nos parecia tão natural que não dávamos importância. É possível que, por vezes, tenhamos reclamado de ter que sair tanto, todos os dias, tantas horas. Que tenhamos reclamado de ter que comparecer a determinado compromisso profissional, social ou religioso. Agora, no entanto, passados apenas alguns dias desse confinamento domiciliar a que todos somos convidados e responsavelmente o realizamos, como almejaríamos poder sair. Sair livremente, andar pelas ruas, encontrar pessoas, cumprimentar amigos, abraçar os companheiros do voluntariado com os quais nos habituamos a servir ao próximo. Este é o momento que passamos a valorizar cada passo, cada saída, cada encontro. Como nos fazem falta as reuniões no templo religioso em que trocávamos abraços, beijos, sorrisos. Em que recebíamos as pessoas à porta, com uma fala gentil e uma mensagem impressa. Como sentimos falta da reunião em conjunto para as orações. Orações que, talvez, vez ou outra, pela nossa ansiedade de retorno ao lar, eram ditas de forma mecânica, com o pensamento distante. Agora, que valorizamos tudo isso, nos reunimos virtualmente ou de forma individual e oramos com unção. Pensamos em cada palavra e dirigimos nossa súplica a Jesus, o Governador Planetário. Recordando as horas que antecederam a Sua prisão, no Horto das Oliveiras, O mentalizamos em prece e nos unimos a Ele, quando rogava por todos nós: Afasta este cálice, Senhor. Sim, naquele momento Ele rogava por toda esta Terra, por todos os que a habitavam e habitariam, por todas as convulsões que nos caberiam suportar. Era a Sua súplica a Deus por todo o Seu rebanho. Entendemos agora. Demoramos a entender. Mas, nos unimos pedindo que o Celeste Pai se apiade de todos nós e, que esses dias de dor, de doença e morte, possam ser abreviados. E, também que aprendamos a lição. A lição de que é preciso parar, de vez em quando, para refletir, para cultivar os valores da alma. Parar para meditar, para unir-se ao Pai, exatamente como O fazia o Mestre Excelso de todos nós. Retirarmo-nos para a intimidade para orar em profundidade, conectando-nos à Inteligência Suprema do Universo. Oxalá aprendamos a lição. Por ora, a nossa súplica é para que tenhamos serenidade, paciência para tudo suportar. Que tenhamos suficiente bom senso para seguir as orientações dos que nos governam. Que sejamos verdadeiramente homens de bem, pensando em nós, em nossa família e na família universal a que pertencemos. Deus seja conosco! Redação do Momento
Espírita.
(Copiado do site Feparana) |
Escultura de pequena dimensão incrustada em parede da Igreja de Todas as Nações, ou Basílica da Agonia, no Jardim de Getsêmani, que fica no sopé do Monte das Oliveiras. Local onde Jesus costumava orar. Jerusalém, Israel. Foto Ismael Gobbo |
Oliveiras centenárias no Jardim do Getsêmani em Jerusalém ao lado da Igreja de Todas as Nações. Foto Ismael Gobbo |
Amália Domingo Soler |
Amália Domingo Soler nasceu na cidade de Sevilha, na região da Andaluzia, Espanha. Sua cidade natal, cujo símbolo é a "Torre da Giralda", antigo minarete mouro transformado em campanário (com um ornamento em seu topo que gira com o vento: La Giralda), tem brilhante participação na história da Espanha e do Ocidente. Durante a idade média foi uma das principais cidades de Al-Andalus e um dos focos mais brilhantes da civilização árabe medieval, a fama de seu rei poeta Almotamid permanece como testemunho de uma época de esplendor. Após a reconquista, foi importante centro de transmissão da cultura muçulmana para seus novos senhores cristãos. O Alcazar de Sevilha e a própria Giralda são testemunhos vivos desta mescla que marca até nossos dias o povo da Andaluzia. Durante os séculos em que o sol não se punha no vasto império espanhol - que cobria as Américas e se estendia pelo Pacífico - a cidade, onde Amália nasceu, era o principal porto de acesso aos territórios de além-mar. Riquezas de todos os cantos fluíam por seus armazéns e dali seguiam para financiar as incontáveis guerras que travaram seus reis. Foi justamente após o desmoronar desse império, ferido mortalmente pelas guerras napoleônicas e pela perda da maioria de suas colônias americanas, que nasceu Amália, em 10 de dezembro de 1835. Estava no trono da Espanha uma criança, a rainha Isabel II (proclamada em 24 de outubro de 1833), com sua mãe - Maria Cristina - como regente. Este reinado tornou-se um período obtendo como prêmio de seu afã que aos cinco anos eu lesse corretamente, fazendome ler em voz alta duas horas por dia. Nossos espíritos se uniram de um modo tão admirável que só no olhar adivinhávamos os nossos pensamentos". Amália Domingo Soler, Minha Vida. Amália escreveu suas primeiras poesias aos dez anos de idade e aos 18 publicou seus primeiros versos. Uma de suas poesias, recorda os melhores dias de sua juventude, de seus passeios com a mãe e os amigos nos jardins do Alcazar de Sevilha: A una Rosa Flor de hermosura ideal, Bella y delicada rosa, Yo te contemplé orgullosa En un jardín oriental. Hubo un ser que compreendió Que admiraba tu hermosura; Temerário te arrancó: En mi mano te dejó, Y le miré con ternura. Otra vez nos encontramos Y en memoria de la rosa Cariño eterno juramos; De amistad pura y preciosa Un santo lazo formamos. Hoy tus hojas sin color Las contemplo y bendigo; Pues me dieron un amigo Que es una ignorada flor. Amalia Domingo Soler Memorias de una Mujer Esta poesia, escrita em sua juventude, foi-lhe relembrada, muitos anos depois, pelo espírito do amigo citado. Amália não chegou a casar-se e aos vinte cinco anos, com o falecimento de sua mãe, começou a fase mais difícil de sua existência. Os recursos que sua mãe dispunha, praticamente se esgotaram no tratamento de sua saúde e as relações com seus familiares - parentes do pai - não eram das melhores. Assim, além da solidão, começaram para Amália dias de grande penúria. As soluções propostas por seus familiares lhe foram impossíveis de aceitar: entrada no convento ou casamento arranjado com um senhor de muito mais idade, em boa situação financeira. Assim ela se dirigiu a Madrid, capital do país, na esperança de encontrar melhores condições de sobreviver, com suas poesias e com um trabalho modesto. Suas dificuldades foram imensas, até fome passou e teve de recorrer a instituições de caridade, pois raríssimas as possibilidades de trabalho honrado para uma moça pobre e desamparada. Nesse período, no desespero da fome e da solidão, pensa até em matar-se. Em uma noite de grande amargura, em que tinha perdido até mesmo a noção de Deus e debatia-se na duvida do destino de sua mãe, esta lhe aparece e causa-lhe viva impressão. Impressionada pela visão de sua mãe, recorda-se da religião e busca reconforto nas igrejas. É, porém junto a uma igreja luterana que encontra o apoio que procura. A palavra de seus pastores e a convicção de seus fiéis lhe trazem de novo a fé e o consolo da confiança em Jesus. O esforço de escrever versos, dos pequenos trabalhos de costura, unidos a difícil condição em que vivia, lhe pioraram significativamente a vista e somente graças ao tratamento feito por um médico homeopata, salvou-se da cegueira. Foi também este médico que lhe fala pela primeira vez de uns "loucos", adeptos de uma novidade chamada Espiritismo, e lhe empresta um exemplar do jornal espírita "El Critério". O curioso é que o médico era materialista e lhe fala do Espiritismo para consolá-la de suas aflições. É lendo um artigo deste jornal - reproduzido nas suas memórias - que ela se convence da verdade do Espiritismo e busca maiores informações. Estuda o que lhe chega as mãos sobre o Espiritismo e para poder ter acesso as revistas espíritas, começa a escrever artigos para elas. O primeiro de seus trabalhos espíritas é uma poesia para o jornal "El Critério", que embora não tenha sido publicada, lhe valeu uma carta do editor - Visconde de Torres Solanot - com um livro espírita de sua autoria (Preliminares del Espiritismo). É no periódico espírita "La Revelación", da cidade de Alicante, que pela primeira vez sai publicado um texto de Amália Domingo Soler, uma poesia. Seu primeiro artigo doutrinário, "La Fe Espiritista" sai pelo "El Critério", em seu número 9, de 1872. Seus artigos chamaram a atenção e aos poucos se integra ao movimento espírita espanhol, participando de reuniões. Foi em 31 de março de 1875 - aniversário da desencarnação de Allan Kardec - que no salão da Sociedad Espiritista Española, diante dos membros desta sociedade, Amália lê sua poesia "A la Memoria de Allan Kardec" e - como registra em suas memórias - passa a fazer parte das fileiras dos propagandistas da Doutrina Espírita. Grande escritora, com textos que falam tanto ao coração como a razão, e de espírito tão extraordinário como seu talento com as letras, conquistou totalmente as simpatias dos espíritas espanhóis. Fernandes Colavida a presenteia com a coleção das obras de Allan Kardec. Os espíritas de Alicante a convidam a ficar junto a eles, sob sua proteção, dedicandose exclusivamente a divulgação da Doutrina. Junto aos espíritas de Murcia permanece 4 meses recuperando-se de uma enfermidade. Amália, firmemente acreditando que seria errado viver do Espiritismo, continua a trabalhar de dia e escrever de noite. Permanece em Madrid até que se muda para Barcelona, em 10 de agosto de 1876, convidada pelo grupo espírita "Circulo La Buena Nueva" e com a esperança de encontrar melhores condições de trabalho na capital Catalã, já então cidade empreendedora e de grande atividade econômica. Três meses após chegar a Barcelona, novamente os problemas de visão voltaram a atormentar Amália e quase cega encontrou amparo na família de Luís Lach, presidente do Circulo. Deram-lhe abrigo e condições de dedicar-se integralmente ao Espiritismo. Nas reuniões do Circulo, Amália veio a conhecer Miguel Vives, médium extraordinário, através do qual recebeu mensagens de sua mãe. Também entre os espíritas barcelonenses conheceu o médium sonâmbulo Eudaldo, que se tornou seu colaborador e através do qual recebeu grande número de mensagens, incluse as que foram reunidas no livro "Memórias del Padre German". O Padre Germano, guia espiritual de Amalia, se apresentou pela primeira vez em 9 de maio de 1879 e a publicação de suas memórias foi feita em partes a partir de 29 de abril de 1880. Além de publicar artigos em periódicos espíritas, Amalia também refutou ataques ao Espiritismo em jornais como a "Gaceta de Cataluña", ficando célebre sua polêmica com o orador católico Vicente de Manterola. Em 1878, Vicente iniciou uma série de conferências combatendo o Espiritismo, as quais Amalia assistia e respondia em artigos na "Gaceta de Cataluña". O mesmo orador chegou a publicar, em 1879, um livro intitulado "El Satanismo, o sea la Catédra de Satanás, combatida desde la Cátedra del Espíritu Santo - Refutación de los errores de la Escuela Espiritista". Este foi refutado em uma série de 46 artigos de Amalia, reunidos posteriormente no livro "El Espiritismo refutando los errores del Catolicismo". Em 22 de maio de 1879 sai o primeiro número do periódico "La Luz del Porvenir", dirigido por Amalia Domingo Soler. O periódico surgiu devido a insistência de Luís Lach e do editor Juan Torrents que convenceram-na a aceitar a tarefa de criar um periódico direcionado a "mulher espiritista". No primeiro número saiu o artigo "La idea de Dios" que foi denunciado as autoridades e provocou a suspensão do periódico por 42 semanas (voltou a ser publicado antes devido a um decreto do rei Alfonso XII). Durante a suspensão do periódico, foi publicado um substituto "El Eco de la Verdad", que chegou a ser denunciado por outro artigo ("Los Obreros" de Cândida Sanz) e absolvido. Importante notar que estas denuncias - embora uma reação de setores religiosos que se sentiam ameaçados pelo Espiritismo - não são tão difíceis de se compreender, se considerarmos o clima geral da época de Alfonso XII. Este rei subiu ao trono com 17 anos em 29 de dezembro de 1874, em meio a uma crise política que levou a abdicação de sua mãe, a rainha Isabel II. A Espanha vivia um clima de extremismos, com o governo tendo que defender-se tanto contra os "Carlistas", que retomam a guerra civil, quanto contra os republicanos que querem o fim da monarquia. Reformas liberais necessárias a modernização do país, misturavam-se com manifestos militares, crises políticas e novas guerras na África. O Catolicismo é a religião oficial do estado e procura reagir com todas as suas forças as mudanças liberalizantes que podem comprometer-lhe essa posição. O periódico "La Luz del Porvenir" foi publicado até 1899 e muitos dos artigos de Amalia Domingos Soler publicados durante este período - incluindo "La Idea de Dios" - foram, a partir de 1972, reunidos por Salvador Sanchís Serra nos livros "La Luz del Porvenir" e "La Luz del Camino", distribuidos gratuitamente por ele e pelo grupo espírita "La Luz del Camino" de Orihuela, Alicante. As memórias de Amalia Domingo Soler foram escritas em 1891, sob orientação do Padre Germano. Até aquela data ela tinha escrito 1286 artigos, que foram publicados em periódicos na Espanha e no exterior: "El Critério" e "El Espiritismo", de Madri; "La Gaceta de Cataluña", "La Luz del Porvenir" e a "Revista de Estudos Psicológicos" de Barcelona;" La Revelación", de Alicante; "El Espiritismo", de Sevilha; "La Ilustración Espirita", do México;" La Ley del Amor", de Mérida de Yucatán; "La Revista Espiritista", de Montevidéu; "La Constancia", de Buenos Aires; os" Annali dello Spiritismo" na Italia;" El Buen Sentido", de Lérida e outros dos quais não há mais registro. Em 29 de abril de 1909, de Barcelona, Amália retornou ao plano espiritual, o que não significa que se afastou de seu labor em prol do Espiritismo. Em 10 de julho de 1912, por intermédio da médium Maria - que colaborou com ela em vida, substituindo Eudaldo - completou suas memórias e, recentemente, nas viagens do médium Divaldo Pereira Franco à Espanha, tem transmitido mensagens de orientação e encorajamento aos espíritas espanhóis. O Espiritismo na Espanha continuaria a progredir até as vésperas da Guerra Civil de 1936-1939, quando o conflito latente desde a regência de Maria Cristina entre uma Espanha que queria ser moderna e uma que sonhava com o passado, transformou-se em uma sangrenta guerra civil. As proporções do conflito, se hoje não causam espanto, é porque foram eclipsadas pela II Guerra Mundial, imediatamente posterior. Ao final desta guerra civil, a Espanha mergulhou nos 40 anos da ditadura do General Franco, que tudo fez para abafar qualquer idéia que não se enquadrasse na visão de mundo de seu regime. O Espiritismo, perseguido e jogado na clandestinidade, porém voltou a surgir imediatamente ao fim do regime franquista, em uma Espanha nova, liderada por políticos mais maduros e por um rei esclarecido e humano, Juan Carlos I. O balanço da obra de Amália Domingo Soler é difícil de se fazer, pois os seus frutos ainda continuam surgindo. O movimento espírita espanhol do final do século XIX, obra de Amália e de outros grandes pioneiros, como Fernandes Colavida e Miguel Vives y Vives, abrigou o primeiro congresso espírita internacional em 1888, influenciou os movimentos nascentes nos vários países de língua espanhola da América Latina e - como precedente histórico - é a base para o atual renascimento do espiritismo espanhol. Seus artigos são hoje, como foram ontem, exposições claras e diretas do Espiritismo. Fieis interpretes da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec. Lidos e veiculados pelos meios de comunicação modernos, entre eles a Internet.
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Bibliografia A Serviço do Espiritismo (Divaldo Pereira Franco na Europa), Nilson de Souza Pereira e Divaldo Pereira Franco, editora Leal, Bahia, Brasil; Historia de España, Jose Terrero, Editorial Ramón Sopena, Barcelona, España; Historia de Sevilha, José Maria de Mena, Plaza & Janes Editores, Barcelona, España; La Luz del Camino, Amalia Domingo Soler, Editora Espírita Allan Kardec, Málaga; La Luz del Porvenir, Amalia Domingo Soler, Editora Espírita Allan Kardec, Málaga; Memórias de una Mujer, Amalia Domingo Soler, Editora Amelia Boudet, Barcelona, Espanha; Memórias del Padre Germán, Amalia Domingo Soler, Editora Amelia Boudet, Barcelona, Espanha; Minha Vida, Amalia Domingo Soler (trad. das Memórias por Isolina Bresolin Vianna e Wallace Leal V. Rodrigues), Casa Editora O Clarim, Matão, Brasil; Fonte: Site www.espiritismogi.com.br
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(Copiado de http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Amalia-Domingo-Soler.pdf) |
Amalia Domingo Soler, vulto de escol do Espiritismo na Espanha. Imagem/fonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Amalia_Domingo_Soler#/media/File:Amalia_Domingo_Soler.jpg |
La Giralda. Sevilha, Espanha. Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sevilla_La_Giralda_18-03-2011_18-24-31.jpg |
Sitio arqueológico de Itálica (Sevilha). Em Itálica nasceram os imperadores romanos Trajano e Adriano. Em Sevilha nasceu Amalia Domingo Soler no ano de 1835. Foto Ismael Gobbo |
Barcelona, Espanha. Foto Lucas Gobbo. Cidade onde Amalia Domingo Soler viveu de 1876 até sua desencarnação em 1909. Nela foi sepultada. |
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