Notícias do Movimento Espírita São Paulo, SP, sábado, 26 de março de 2022 Compiladas por Ismael Gobbo |
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Notas |
1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento. 2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes diversas via e-mail e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos de e-mail. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec. Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.
3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).
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Atenção |
Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:
https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/26-03-2022.htm
No Blog onde é postado diariamente: http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/
Ou no Facebook: https://www.facebook.com/ismael.gobbo.1
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Os últimos 5 emails enviados |
DATA ACESSE CLICANDO NO LINK
25-03-2022 https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/25-03-2022.htm 24-03-2022 https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/24-03-2022.htm 23-03-2022 https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/23-03-2022.htm 22-03-2022 https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/22-03-2022.htm 21-03-2022 https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/21-03-2022.htm
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Publicação em sequência O Livro dos Médiuns. Copiado do site Febnet. |
PROSSEGUE NA PRÓXIMA EDIÇÃO.
(O Livro dos Médiuns, copiado do site FEBNET) |
Moisés e Elias aparecem na Transfiguração de Jesus. Pintura por Carl Heinrich Bloch. Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Transfigurationbloch.jpg
Seis dias depois, tomou
Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em
particular a um alto monte, E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto
resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E
eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/17
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Brutus vê o “fantasma” de César. Pintura por Alexandre Bida. Uma pintura do final do século 19 do Ato IV, Cena III de Júlio César de Shakespeare: Brutus vê o fantasma de César. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brutus_sees_Caesar%27s_ghost.jpg
Marco Júnio Bruto (em latim: Marcus Junius Brutus; Roma, 85 a.C. - Filipos, 42 a.C.), foi um patrício, líder político de orientação conservadora republicana romana, e militar romano. Depois de ser adotado por seu tio, começou a usar o nome Quinto Servílio Cépio Bruto, mas voltou a usar seu nome original.[1] Foi um dos assassinos de Júlio César. https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_J%C3%BAnio_Bruto,_o_Jovem
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Jantar em Emaús. Diego Velázquez Imagem Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Diego_Vel%C3%A1zquez_009.jpg
Discípulos de Emaús é uma das primeiras aparições de Jesus após a ressurreição, logo após a sua crucificação e à descoberta do túmulo vazio[1][2]. Tanto o "Encontro na estrada para Emaús" quanto o subsequente Jantar em Emaús, que relata uma refeição que Jesus teve com os dois discípulos após o encontro na estrada, se tornaram temas muito populares na arte. Adicionalmente, o evento se tornou um ponto de inspiração para batizar diversos movimentos religiosos, serviços e atividades cristãs. O episódio está descrito em Lucas 24:13-35, onde se lê também a expressão “fica conosco, Senhor” (em latim: Mane nobiscum Domine), que inspirou diversos textos, orações e canções. https://pt.wikipedia.org/wiki/Disc%C3%ADpulos_de_Ema%C3%BAs
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Ilustração: Espírito, Perispírito, Corpo. Imagem/fonte: http://fabiot1984.blogspot.com.br/2015/07/perispirito-o-elo-entre-o-espirito-e-o.html
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Sempre será tempo de ouvir. |
Ele era um virtuose do violino. Eletrizava as plateias, onde quer que se apresentasse. Amealhara uma situação invejável, em solo italiano, aonde chegara, criança ainda. Lembrava dos dias de incerteza dos primeiros anos. No entanto, fora acolhido e educado, numa instituição que recebia exilados de terras distantes. Sua genialidade musical logo fora identificada e ele conquistou os palcos. O sucesso que o mundo aplaudia, no entanto, não consumira sua mágoa. Quando o sucesso lhe permitiu, retornou à sua terra natal e ali fixou residência, continuando a percorrer o mundo, conquistando aplausos. Jamais voltou ao bairro e à casa de sua infância. Aquelas eram recordações que ele não desejava. Trazia, no corpo, cicatrizes que falavam de maus tratos na infância. Na alma, as marcas eram ainda mais dolorosas e profundas. Era tido como um artista excepcional. Traduzia a sensibilidade quando tocava seu violino e penetrava nas asas das composições dos grandes mestres. Exigente, duro, não admitia erros. Nos ensaios, manifestava a sua raiva a quem errasse uma nota, entrasse no tempo impróprio, causando atrasos, exigindo recomeços. Foi depois de uma noite excepcional de aplausos que, ao sair do teatro, um homem lhe chamou a atenção. Malvestido, cabelos longos, barba por fazer. O olhar apelativo. Inigualável. Jamais o poderia esquecer. Aproximou-se e o identificou. Era o irmão mais velho que o colocara no navio para a Itália, o acomodara e lhe dissera para ficar ali. Ele logo voltaria. No entanto, simplesmente desaparecera. Ele, garoto, fizera a viagem sozinho, abandonado. Chegara ao solo estrangeiro, sem mesmo conhecer o idioma e sofrera toda sorte de amarguras, antes que galgasse os degraus da fama. Por isso, foi com raiva que disse ao irmão, sem mesmo ouvi-lo, que fosse embora. Vejo que está pobre, miserável. Vai querer agora que eu o abrigue, reparta com você o que consegui em anos de trabalho e dor? Anos de mágoa criaram palavras duras, ácidas. Meses depois, procurado pelas autoridades, foi-lhe informado que seu irmão morrera, vitimado por doença que o consumia, desde algum tempo. Foi ao conhecer alguns amigos dele que soube a verdade. Ele não fora abandonado. Seu irmão, poucos anos mais velho, conseguira o dinheiro para uma passagem. Uma só. Por isso o colocara no navio. A passagem era para ele, o mais jovem, se libertar de um padrasto maldoso que somente os agredia. Ele renunciara à liberdade para que o irmão pudesse ser livre. * * * Então, depois de anos de tormenta represada, o violinista cedeu às lágrimas e extravasou toda a sua dor e seu remorso. Por que não procurara saber a verdade? Por que não deixara que seu irmão falasse, naquele reencontro noturno? E todas as respostas nos conduzem a um só pensamento: não alimentemos ódio em nossa intimidade. Deixemos que quem nos busca, na noite da amargura, descerre o coração. Há tempo de falar. Sempre será tempo de ouvir. Lembremos disso. Redação
do Momento Espírita, com base
ESCUTE O ÁUDIO DESTE http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6658&stat=0
(Do site Feparana) |
O Papa João Paulo II visita seu agressor Mehmet Ali Agca na prisão romana de Rebibbia. Imagem/fonte: https://it.wikipedia.org/wiki/File:Giovanni_Paolo_II_e_Mehmet_Ali_A%C4%9Fca_a_Rebibbia_(1983).jpg
O Papa João Paulo II sofreu um atentado na tarde de 13 de maio de 1981, na Praça São Pedro, por Mehmet Ali Agca e o perdoou no mesmo dia da agressão.
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O saudoso Papa João Paulo II em seu giro público pela Praça de São Pedro no Vaticano. Foto Ismael Gobbo
Quando entrou na Praça de São Pedro para discursar para uma audiência em 13 de maio de 1981, João Paulo II foi baleado e gravemente ferido por Mehmet Ali Ağca,[5][12][214] um perito atirador turco que era membro do grupo militante fascista Lobos Cinzentos.[215] https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Jo%C3%A3o_Paulo_II
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Palestra sobre aflições e reinício de grupos mediúnicos |
O Grupo Espírita Casa do Caminho, de São Paulo, tem retornado às várias atividades. Às 5as. feiras à tarde há reunião pública e transmitida pela internet; e no dia 24 de março houve exposição por Arlete Novaes Alesio sobre “Justiça e causas das aflições” com base em itens de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Em seguida ocorreram reuniões de grupos mediúnicos em fase de preparação para o retorno das mesmas. No grupo que foi dirigido por Glória Martins Miranda, houve momento de depoimentos sobre como os médiuns agiram e se sentiram durante o período de distanciamento social, diálogo coordenado por Célia Maria Rey de Carvalho com a participação dos integrantes dessa equipe. Registro dos participantes dessa equipe em momento de confraternização sem a máscara apenas no instante da foto. A “Casa do Caminho” reinicia suas atividades com vários cuidados sanitários. Link para a palestra de Arlete: https://www.youtube.com/watch?v=PPbZ5lRT3Oc
(Recebido em email de Antonio Cesar Perri de Carvalho [acperri@gmail.com]) |
Casa Editora O Clarim. Matão, SP Como desenvolver uma palestra espírita? |
ACESSE NESTE LINK:
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Encontro Espírita 2022 Associação Espírita Terceira Revelação. Bogotá |
(Informação de Amigos del Espiritismo) |
Grupo de Estudos ADE- Japão Estudo de O Livro dos Espíritos |
(Informações de Adalberto- Japão) |
Paulo relata sobre as marcas do Cristo |
Os versículos da Epístola aos Gálatas com depoimentos de Paulo sobre as “marcas do Cristo” foram abordados por Cesar Perri no dia 22 de março na Rede Amigo Espírita - RAETV. Essa apresentação da Rede Amigo Espírita se insere na série “Epístolas de Paulo à luz do Espiritismo” que vem sendo desenvolvida pelo expositor semanalmente, às terças-feiras às 17 horas. O expositor é autor do livro de mesmo título da série, publicado pela Casa Editora O Clarim. Acesse pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=qj3vjIbt5ZM
(Recebido em email de Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier [contato@grupochicoxavier.com.br]) |
Mês Espírita Mundial Abril 2022 |
1° MÊS ESPÍRITA MUNDIAL SLOGAN "O que nos une é muito maior do que aquilo que nos separa!"- várias línguas, diversos costumes, mas com o mesmo ideal Durante todo o mês de abril o planeta viverá momentos de muita união e paz. 36 países e mais de 120 palestrantes e estudiosos do Espiritismo representando diferentes culturas estarão reunidos no 1º Mês Espírita Mundial. Um evento online inédito e gratuito, com mais de 20 horas de conteúdos legendados em: Espanhol, Francês, Inglês e Português. Temas atuais e de relevância para a Sociedade à luz do conhecimento espírita. O evento será transmitido pelo canal do youtube da TV Mundo Maior. Cadastro pelo site para receber todas as informações, curiosidades do evento e a programação completa: www.feal.com.br/mes-espirita-mundial Teaser-Vídeo em Português, com legendas em Francês, Inglês e Espanhol Inglês: https://youtu.be/p59e5ObiiDc Francês: https://youtu.be/DXwI8NuBQC0 Espanhol: https://youtu.be/05RfBoh5JRU Lançamento em Inglês: 2a. feira-21.03.22 https://youtu.be/wDT3GAN5Sck Lanzamiento en Espanol sábado 19.03.22 https://youtu.be/8psLfnIpaH4 (Informações recebidas de Elsa Rossi) |
Palestra programada para este domingo 27-03-2022 no Abrigo Ismael. Araçatuba, SP |
(Informação recebida de Réverson Generoso) |
Programação do Projeto Chico Xavier neste sábado 26-03-2022. Araçatuba, SP |
Início dos trabalhos com a prece de abertura e em seguida uma palestra pela frequentadora da casa farmacêutica Dra Aparecida de Fátima Michelin que desenvolverá uma tema para as mulheres presentes: “Prevenção do câncer do colo do útero”. Em seguida preparação de alimentos para distribuição, aulas de evangelização para crianças e jovens, palestra pela oradora Izadir Teixeira Estevam, jantar para todos os participantes e prece de encerramento. (Com informações de Ricardo Antonio dos Anjos).
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Site da FEB – Federação Espírita Brasileira Brasília, DF |
Acesse aqui: https://www.febnet.org.br/portal/
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Site Feparana - Federação Espírita do Paraná Curitiba |
Acesse:
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USE Intermuncipal de Rancharia Palestra virtual com João Máximo |
Assistir ↓ https://www.youtube.com/watch?v=797lW0w958c
(Recebido em email de Francisco Atilio Arcoleze [atilio.arcoleze@gmail.com]) |
A.P.E.S. convida você para as comemorações de seus 29 anos de presença espírita na França. Paris |
Chère Madame, Cher Monsieur,
C'est avec un immense plaisir que la direction de l'Association Parisienne d'Etudes Spirites - A.P.E.S. vous invite aux commémorations de ses 29 années de présence spirite en France.
Pour fêter cet événement, nous vous invitons à la conférence sur le thème "LA PRÉEXISTENCE DE L'ÂME : renaître dans la même famille resserre et consolide les liens d'amour entre les Esprits", présentée par Anita BECQUEREL, le samedi - 26 mars 2022, à 15 heures, à son siège à Vincennes.
Toute l'équipe du centre spirite APES, sera heureuse de vous compter parmi nos invités afin de partager ces moments forts avec nous et vous prie d'agréer, Chère Madame, Cher Monsieur l'expression de nos respectueuses salutations.
Cordialement
Anita BECQUEREL Présidente de l'APES
A.P.E.S. - Association Parisienne d'Etudes
Spirites - Association loi 1901 22 rue des laitières - 94300 Vincennes Réunions publiques, fermé les jours fériés, accès libre et gratuit : - Chaque vendredi soir de 20h00 à 22h00 - Le deuxième et dernier samedi du mois de 15h00 à 17h00 - Chaque troisième samedi du mois de 11h00 à 13h00 Accueil du public 30 minutes avant le début de la réunion.
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TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS NO GOOGLE
Prezada Senhora, Prezado Senhor,
É com grande prazer que a direção da Association Parisienne d'Etudes Spirites - A.P.E.S. convida você para as comemorações de seus 29 anos de presença espírita na França.
Para celebrar este evento, convidamos você para a conferência sobre o tema "A PRÉ-EXISTÊNCIA DA ALMA: renascer na mesma família estreita e consolida os laços de amor entre os Espíritos", apresentado por Anita BECQUEREL, no sábado - março 26 2022, às 15h, na sua sede em Vincennes.
Toda a equipe do centro espírita APES terá o prazer de tê-lo entre nossos convidados para compartilhar conosco esses destaques e por favor aceite, Cara Senhora, Caro Senhor, a expressão de nossos respeitosos cumprimentos.
Cordialmente
Anita BECQUEREL Presidente da APES
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(Textos em francês recebido de Association Parisienne d'Etudes Spirites [mail@apes-asso.fr]) |
Programação de live pela Use Intermunicipal de Marília, SP |
(Recebido em email de Donizete Pinheiro) |
BUSS Programações |
(Recebido em email de Elsa Rossi) |
Site da União Espírita Mineira Belo Horizonte |
Acesse:
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USE/SP. Reabertas as inscrições 18º. Congresso Estadual de Espiritismo |
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(Recebido em email de USE SP - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo [congressousesp@gmail.com]) |
Se te for possível colabore com o Abrigo Ismael- Departamento da centenária União Espírita “Paz e Caridade”. Araçatuba, SP |
ACESSE O SITE AQUI: O Abrigo Ismael comemorou 80 anos no dia 3 de outubro de 2021
O União Espírita Paz e Caridade, desde o ano 1921, vem atuando para abrandar o sofrimento de idosas carentes, suprindo-lhes todas as suas necessidades. Atualmente, conta com uma equipe de enfermagem, auxiliares, nutricionista, assistente social, médico, e fornece seis refeições diárias, medicamentos, lazer, atividades físicas e lúdicas, visando sempre a maior qualidade de vida possível nesta fase da vida. Em todos esses anos sempre contou com a colaboração da sociedade araçatubense, o qual agradecemos de todo o coração.
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O grande missionário |
Pelo Espírito Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Crônicas de Além Tumulo. Lição nº 21 Página 125.
28 de Dezembro de 1936 Como as demais criaturas terrenas, o grande missionário de Lião, que se chamou Hippolyte Rivail, ou Allan Kardec, foi também catalogado, em 3 de outubro de 1804, nas estatísticas humanas, retomando um organismo de carne para cumprimento de sua maravilhosa tarefa. Cento e trinta e dois anos são passados sobre o acontecimento e o apóstolo francês é lembrado, carinhosamente, na memória dos homens. Professor dedicado ao seu grandioso ideal de edificar as almas, discípulo eminente de Pestalozzi, Allan Kardec trazia, desde o início de sua mocidade, a paixão pelas utilidades das coisas do espírito. Suas obras didáticas estão cheias de amor a esse apostolado. Até depois de 50 anos, sua palavra confortadora e sábia dirigiu-se às escolas, seus fosfatos foram consumidos nos mais nobres labores do intelecto, em favor da formação da juventude; suas mãos de benfeitor edificaram o espírito da infância e da mocidade de sua pátria. Sua vida de homem está repleta de grandes renúncias e sublimes dedicações. Nunca os insultos e as ações dos traidores lhe entibiaram o ânimo de soldado do bem. Os espíritos das estradas do mundo não lhe trucidaram o coração temperado no aço da energia espiritual e no ouro das convicções sadias que lhe povoaram toda a existência. Recordando a beleza perfeita dos planos intangíveis, que vinha de deixar para cumprir na Terra a mais elevada das obrigações de um missionário, sob as vistas amoráveis de Jesus, Allan Kardec fez da sua vida um edifício de exemplos enobrecedores, esperando sempre a ordem do Mestre Divino para que suas mãos intrépidas tomassem a charrua das ações construtoras e edificantes. Só depois de 50 anos sua personalidade adquiriu a precisa preponderância e sua atividade, o desdobramento necessário, prestigiando-se a sua tarefa na codificação do Espiritismo, que vinha trazer à humanidade uma nova luz para a solução do amargo problema do destino e da dor. Ninguém como ele compreendeu tanto a necessidade da intervenção das forças celestes para que as conquistas do pensamento humano, sintetizadas no surto das civilizações, não se perdessem na noite dos materialismos dissolventes. Ele sentiu, refletindo as poderosas vibrações do Alto, que os seus contemporâneos preparavam a extinção de toda a crença e de toda a esperança que deveriam fortalecer o espírito humano, nas dolorosas transições do século XX. As especulações filosóficas e científicas de Comte, Virchow, Buchner e Moleschot, aliadas ao sibaritismo dos religiosos, teriam eliminado fatalmente a fé da Humanidade no seu glorioso porvir espiritual, em todos os setores da civilização do Ocidente, se o missionário de Lião não viesse trazer aos homens a cooperação da sua renúncia e dos seus abençoados sacrifícios. Quando Jesus desceu um dia à Terra para oferecer às criaturas a dádiva da sua vida e do seu amor, seus passos foram precedidos pelos de João Batista, que aceitara a dolorosa tarefa de precursor, experimentando todos os martírios no deserto. O Consolador prometido à Terra pelo coração misericordioso do Divino Mestre, e que é o Espiritismo, teve o sacrifício de Allan Kardec - o precursor da sua gloriosa disseminação no peito atormentado das criaturas humanas. Seu retiro não foi a terra brava e estéril da Judéia, mas o deserto de sentimentos das cidades tumultuosas; no burburinho das atividades dos homens, no turbilhão das suas lutas, ele experimentou na alma, muitas vezes, o fel do apodo e do insulto dos malevolentes e dos ingratos. Mas, sua obra aí ficou como o roteiro maravilhoso do país abençoado da redenção. Espíritos eminentes foram ao mapa de suas atividades para conhecerem melhor o caminho. Flammarion se embriaga no perfume ignorado dessas terras misteriosas do novo conhecimento, descobertas pela sua operosidade de instrumento do Senhor, e apresenta ao mundo as suas novas teorias cosmológicas, enchendo a fria matemática astronômica de singular beleza e suave poesia. Sua obra - “Lês Forces Naturelles Inconnues” é um caminho aberto às indagações científicas que teriam mais tarde, com Reichet, amplos desenvolvimentos. Gabriel Delanne e Leon Denis se inflamam de entusiasmo diante das obras do mestre e ensaiam a filosofia espiritualista, inaugurando uma nova época para o pensamento religioso, alargando as perspectivas infinitas da ciência universal. E, desde os meados do século que passou, a figura de Kardec se eleva cada vez mais no conceito dos homens. O interesse do mundo pela sua obra pode ser conhecido pelo número de edições de seus livros, e, na hora que passa, cheia de nuvens nos horizontes da Terra e de amargas apreensões no seio de suas criaturas, nenhuma homenagem há, mais justa e mais merecida, do que essa que se prepara em todos os recantos onde a consoladora doutrina do Espiritismo plantou a sua bandeira, como preito de admiração ao ilustre e benemérito codificador. O Brasil evangélico deve orgulhar-se das comemorações que levará a efeito, lembrando a personalidade inconfundível do grande missionário francês, porque a obra mais sublime de Allan Kardec foi a reedificação da esperança de todos os infortunados e de todos os infelizes do mundo, no amor de Jesus Cristo. Conta-se que logo após a sua desencarnação, quando o corpo ainda não havia baixado ao Père-Lachaise (1) para descansar à sombra do dólmen dos seus valorosos antepassados, uma multidão de Espíritos veio saudar o mestre no limiar do sepulcro. Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com suas ações prestigiosas, e, quando se entregavam às mais santas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembléia dos humildes, iluminando-a com uma luz que, por sua vez, era formada de expressões do seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, ao mesmo tempo em que uma voz poderosa e suave dizia do Infinito: - “Kardec, regozija-te com a tua obra! A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórticos misteriosos da Imortalidade... O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores da Terra, reconduzindo-os para a confiança na minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro. No céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste... Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos. Tua palavra será uma bênção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a Terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia!”... Acrescenta-se, então, que grandes legiões de Espíritos eleitos entoaram na Imensidade um hino de hosanas ao homem que organizara as primícias do Consolador para o planeta terreno e que, escoltado pelas multidões de seres agradecidos e felizes, foi o mestre, em demanda das esferas luminosas, receber a nova palavra de Jesus. Kardec! eu não te conheci e nem te poderia entender na minha condição de homem perverso da Terra, mas recebe, no dia em que o mundo lembra, comovido, a tua presença entre os homens, o preito da minha amizade e da minha admiração.
(1) Pequeno engano do
cronista, pois que o corpo foi sepultado primeiramente no Cemitério de
Montmartre. A trasladação dos despojos para o dólmen do Père-Lechaise fez-se
um ano depois. (Nota da Editora – FEB).
(Texto recebido em email do divulgador Antonio Sávio, Belo Horizonte, MG) |
Pregação de São João Batista. Óleo sobre tela de Rembrandt. Imagem/fonte: |
O Batismo de Cristo. Óleo sobre carvalho de Maarten van Heemskerck van Veen Imagem/fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Heemskerck_Baptism_of_Christ.jpg |
Cristo pregando em Cafarnaum. Óleo sobre tela de Maurycy Gottlieb Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gottlieb_Christ_preaching_at_Capernaum.jpg
Cafarnaum (em grego clássico: Kαφαρναουμ; romaniz.: Kapharnaoum; em hebraico: כפר נחום; romaniz.: Kephar Nachûm , lit. "aldeia" ou "vila de Naum") é uma cidade bíblica que ficava na margem norte do Mar da Galileia, próxima de Betsaida (terra natal de Simão Pedro) e Corozaim. Muito perto passava a importante Via Maris (Estrada do Mar), que ligava o Egito à Síria e ao Líbano e que passava por Cesareia Marítima. Leia mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cafarnaum
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Placa em homenagem a Allan Kardec oferecida pelos espíritas franceses. Lião, França. Próximo ficava a casa onde Kardec nasceu aos 3 de outubro de 1804. Foto Ismael Gobbo |
Allan Kardec (1804- 1869). Codificador do Espiritismo Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/12/Hippolyte_L%C3%A9on_Denizard_Rivail2.jpg |
Cemitério Montmartre. Paris, França. Nele Allan Kardec foi sepultado em cova simples aos 2 de Abril de 1869. Posteriormente seus despojos foram transferidos para o Cemitério Pére Lachaise. Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monmartre_Cemetery.JPG |
Entrada principal do Cemitério Pére Lachaise na Boulevard de Ménilmontant. Paris, França. Foto Ismael Gobbo. |
Cemitério Père Lachaise em 1815. No canto superior direito o túmulo de Heloise e Abelard. Imagem/fonte: |
Túmulo concebido em forma de Dólmen druida do Codificador do Espiritismo Allan Kardec. Cemitério Père Lachaise, Paris, França. Foto Ismael Gobbo. |
Antônio Lima (30-03-1864 / 26-03-1946) |
Antônio Lima Imagem/fonte: https://www.uemmg.org.br/biografias/antonio-lima
Antônio Lima nasceu na então capital do Brasil Império, Rio de Janeiro, no dia 30 de março de 1864. Foi um dos pioneiros do Espiritismo no Rio de Janeiro, não se sabendo exatamente como tomou conhecimento da Doutrina. Em 1904, a Federação Espírita Brasileira (FEB) publicava os livros da Codificação traduzidos por ele, em edição especial comemorativa do primeiro centenário do nascimento de Allan Kardec. Escritor, jornalista e grande expositor da Doutrina, Lima deixou uma vasta bibliografia espírita e não espírita, além de várias traduções do francês, do inglês e do espanhol. Entre os seus livros, constam: Belos, Flores Fanadas e Canto do Cisne (versos), Epopeia da Natureza (episódio lírico), O Coração de Jesus (poema evangélico), A Cruzada Redentora, composta de três romances: A Caminho do Abismo, Senda de Espinhos e Estrada de Damasco (um encadeamento de vidas sucessivas, valorizando a reencarnação com Justiça Divina), e, ainda, A Sonâmbula e A Vida de Jesus. Colaborou com toda a imprensa espírita da época, sendo um dos expositores mais solicitados. Possuía a mediunidade intuitiva e dizia que todos os seus livros vieram pelas vias da inspiração; todavia, não identificou o autor ou autores espirituais e, por essa razão, assinou todos os livros. Era acirrado defensor da pureza doutrinária, e sua palavra era ouvida com respeito e admiração, tanto em temas doutrinários quanto evangélicos. Desde a juventude, fez-se verdadeiro semeador a serviço de Jesus, dando expressiva cota de participação em prol da divulgação do Espiritismo, em várias frentes de trabalho. As cidades de Três Rios, Teófilo Otoni, Astolfo Dutra, Bicas, Juiz de Fora e tantas outras foram testemunhas de sua oratória em inesquecíveis palestras. Residiu por muitos anos em Belo Horizonte, onde deixou larga folha de serviços prestados à comunidade espírita, inclusive como um dos fundadores e primeiro Presidente da União Espírita Mineira, onde liderou grande campanha a favor do estudo sistematizado das obras de Allan Kardec, estudo este que contou com grande número de inscrições. O aproveitamento foi bastante promissor e muitos desses aprendizes ingressaram na linha de frente da Doutrina. Dessa forma, Antônio Lima deixou à posteridade uma folha de serviços de grande valia prestados ao Espiritismo, como jornalista, poeta, escritor e em várias outras frentes de trabalho. Uma vida longa e útil em todos os sentidos, especialmente como discípulo do Cristo, na preparação do terreno para o terceiro milênio. Foi um dos incentivadores do movimento de Unificação preconizado pelo Dr. Bezerra de Menezes quando presidente da Federação Espírita Brasileira. Em 1922, representantes de quase todas as Federações Estaduais reuniram-se no Rio de Janeiro, numa prévia do Pacto Áureo, que só veio a se concretizar em 1949. Na década de 1940, o extinto jornal A Vanguarda, que era de grande tiragem e gozava de muito prestígio no Rio de Janeiro, e mesmo em todo o Brasil, realizou uma série de entrevistas com vultos proeminentes do Espiritismo, sobre o tema “A Influência da Música nos Meios Espíritas”. O confrade Álvaro Brandão da Rocha entrevistou Antônio Lima, que declarou: “Todos nós conhecemos as páginas de Obras Póstumas do mestre de Kardec, na qual Bellini diz que ‘a música do Céu é uma sublimidade em relação à música da Terra’ e acrescenta o inspirado autor de A Sonâmbula ‘que não achamos bela a música terrestre, pois as mais belas vozes ou instrumentos materiais nenhuma ideia podem nos dar da música celestial e sua suave harmonia’.” Em 1944, o professor Leopoldo Machado, devidamente autorizado pela direção de A Vanguarda, publicou um livro intitulado Um Inquérito Original, baseado na entrevista de Antônio Lima e em benefício de O Lar de Jesus, obra assistencial para crianças órfãs, em Nova Iguaçu, RJ. Quase aos 80 anos de idade, tomou a iniciativa de fundar a Sociedade Editora dos Livros de Allan Kardec, cuja sigla era “SEAL”, com a finalidade de baratear o custo dos livros básicos do Espiritismo. Conta um dos seus biógrafos que Antônio Lima foi um verdadeiro autodidata, tendo aprendido a ler sozinho. Antônio Lima desencarnou em Paraíba do Sul no dia 26 de março de 1946, faltando apenas quatro dias para completar 82 anos de idade. Passava ele uma temporada naquela cidade quando, sozinho num quarto de hotel, retornou à Espiritualidade. Graças a homens de seu quilate, que enfrentaram toda sorte de hostilidades contra o Espiritismo, tanto da Ciência como das religiões dogmáticas, é que podemos hoje respirar outro clima de respeito e simpatia pela Doutrina dos Espíritos.
Fonte: LUCENA, Antônio de Souza. Pioneiros de uma Nova Era – Espíritas do Brasil. Rio de Janeiro: CE. (Copiado de https://www.uemmg.org.br/biografias/antonio-lima) |
Morro do Castelo.Óleo sobre tela de Eliseu Visconte. Cerca de 1892. Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Eliseu_Visconti_-_Morro_do_Castelo.jpg
O Rio de Janeiro foi a cidade natal do grande vulto do Espiritismo Antônio Lina, nela nascido aos 30/03/1864.
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Prédio histórico da FEB- Federação Espírita Brasileira. Copiado do Reformador, junho de 1948. |
VEJA O HISTÓRICO E FOTOS DA UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA https://www.flickr.com/photos/uemmg/albums/72157681705402814
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Arthur Lins de Vasconcellos Lopes (27-03-1891 / 21-03-1952) |
Publicação de Mundo Espírita Março/2018.
outubro/2012 - Por José Virgílio Góes e Maria Helena Marcon Lins de Vasconcellos é nome citado, largamente, pelos espíritas. Contudo, nem todos lhe conhecemos a extraordinária performance como homem, cidadão, trabalhador espírita. Lins reencarnou no dia 27 de março de 1891, na Vila da Serra de Teixeira, no alto sertão da Paraíba. Ainda garoto enfrentou o cabo da enxada, trabalhando na roça com seu pai. Aos quinze anos, transpôs os limites do território do seu sertão e se tornou tropeiro. Muitas vezes, dormiu ao relento, no meio da viagem, enquanto descansavam os burros cargueiros. Nessa época, começa ele a suspeitar que o mundo era muito maior e mais belo do que pensava, pois, quando atingia o limite do horizonte longínquo que, do alto de uma colina divisava, outro horizonte, ainda mais vasto, se abria ante os seus olhos deslumbrados… Então deixou o sertão, rumo à capital do Estado em busca de melhor trabalho e de oportunidade escolar. Alistou-se no Exército e matriculou-se na Escola Regimental do Quartel. De tal sorte foi seu esforço intelectual e moral que, a breve tempo, conquistou as divisas de cabo e, logo, de sargento. Sentia-se atraído, no entanto, para as terras do sul do país. Recebeu transferência para o Rio de Janeiro (RJ) e depois para Florianópolis(SC). A sede de saber o impulsionava a buscar jornais para sua leitura e livros, que obtinha de empréstimo. Foi por essa época que ouviu falar em Espiritismo. Foi a sessões espíritas. Achava absurdo o que via, mas interessante o que ouvia. Mergulhou, então, a fundo, na leitura de obras espíritas. Sem o saber, encontrara, afinal, o verdadeiro objetivo de sua existência terrena. Iniciara, nesse ponto, a trajetória que o levaria à proeminência de líder espírita no Brasil. Ainda como militar veio para Curitiba e passou a frequentar a Federação Espírita do Paraná – FEP, tomando parte ativa nos seus trabalhos doutrinários e mediúnicos. Foi o encontro do missionário com a missão. Era o ano de 1912 e Lins, sargento do Exército, tinha somente vinte e um anos de idade. Iniciou seus estudos superiores matriculando-se, em 1918, na Escola Superior de Agronomia, onde concluiu brilhantemente o curso de Engenheiro Agrônomo. Deixando o Exército, foi para o Corpo de Bombeiros, mas o seu destino não era apagar labaredas dos incêndios devoradores de coisas materiais, mas acender nas almas dos seus semelhantes a chama rutilante da fé cristã, incutindo-lhes a certeza nos superiores destinos do homem. Assim, logo depois, foi trabalhar como escrevente juramentado em Cartório, na Praça Tiradentes. Na FEP, já em 1916, assumiu a Presidência, cargo para o qual seria eleito mais cinco vezes. Também ocupou diretorias várias, foi secretário e tesoureiro. Quando precisou renunciar ao cargo de Presidente, em 1929, em virtude da sua transferência para o Rio de Janeiro, foi aclamado Presidente Honorário da FEP, dados os relevantes serviços prestados. Mas, antes disso, em 1925, quando o Projeto de Lei no 4, do Poder Executivo Estadual pedia autorização ao Congresso Legislativo para conceder auxílio financeiro para a formação de dioceses católicas, em Ponta Grossa e Jacarezinho, Lins liderou um grupo de espiritualistas e livres pensadores para denunciar o Presidente do Estado ao Presidente da República, encaminhando-lhe longo telegrama. Lins o assinou pela Federação Espírita do Paraná, representando dezoito associações federadas. O gesto lhe valeu a exoneração do cargo de Segundo Tabelião Interino da Capital e Escrevente Juramentado. Ele precisou entregar a casa onde morava com a família e mudou-se para uma dependência da Federação Espírita, no terceiro pavimento do edifício da rua Saldanha Marinho (atual Sede Histórica). Foi Lins quem sugeriu fosse dada a denominação de Bom Retiro ao sanatório (hoje Hospital), que deveria ser construído na propriedade adquirida no bairro do Pilarzinho. Foi Lins quem, em 1949, decidiu transferir para a FEP, a Gráfica e o Jornal Mundo Espírita. Ele investira apreciável soma de dinheiro e assumira a responsabilidade total. Sonhara para o jornal o prosseguimento da propaganda espírita mas tinha a saúde comprometida. Assim, ressarciu o fundador e até então mantenedor Dr. Henrique de Andrade, saldou débitos com outras editoras e externou à FEP o seu sonho. Suas esperanças repousavam nela. O Conselho da FEP se mostrou favorável e Gráfica e Jornal foram trazidos ao Paraná. Assinale-se que a ação de Lins não se restringiu ao Paraná. Levantou e apoiou inúmeras obras de caridade e de beneficência, nas quais até hoje lhe abençoam o nome, devendo-se-lhe o desenvolvimento da obra social, sem paralelo no meio espírita nacional. Tornou-se um dos que mais concorreram para a concretização do Pacto Áureo, em 5 de outubro de 1949, razão pela qual, entre tantas outras, é considerado responsável pela efetivação do processo de Unidade, União e Unificação do Movimento Espírita, tão ardentemente desejada por todos os verdadeiros espíritas. Embora as preocupantes questões de saúde, Lins empreendeu a sua última viagem em prol do Espiritismo. No dia 15 de fevereiro de 1952, foi a Florianópolis, SC, para a inauguração da sede da Federação Espírita Catarinense – FEC. Foi atendido com passes, por Abibe Isfer, mais tarde, no hotel, pois se sentiu mal. Mas, no dia seguinte, participou de uma Concentração Geral dos Centros Espíritas, na sede da FEC. À noite, proferiu a palestra O que é atualmente o Espiritismo no Brasil e sua gigantesca obra em marcha. Ainda visitou, nos dois dias seguintes, Centros Espíritas na capital catarinense, em Itajaí, Joinville e São Francisco do Sul. Na madrugada de 21 de março, em São Paulo, onde residia, poucas horas antes da desencarnação, escreveu: Não tenho medo do que chamamos morte, mas não gostaria de partir sem deixar as coisas em ordem. Isso me atormenta mais que o fenômeno da “morte” em si mesmo. O que ora estou escrevendo é uma espécie de despedida. Sem tempo de meditar. Vou lançando os pensamentos como se estivesse conversando com os companheiros que vão ficar. Não há tempo para fazer literatura, nem corrigir nada. Cada um desculpará os erros, as repetições de palavras, o desalinho das frases. São três madrugadas que se foram. Terei tempo de prosseguir? São 4 horas. Vou repousar. Senão tiver essa ventura… até breve!” Conforme seu desejo, seu corpo foi sepultado no jardim do Sanatório Bom Retiro. Em agosto de 1952, quando das solenidades alusivas ao cinquentenário da FEP, sob a vibração de fraternos sentimentos, foi inaugurado o túmulo erigido em testemunho das saudades que deixou Lins de Vasconcellos nos corações dos Espíritas do Paraná, que tanto ficou a dever-lhe pela enorme soma de benefícios aqui espalhados durante largo espaço de tempo. O bronze morto e frio de expressiva placa recebeu, sem dúvida, com desvanecimento a honra, o calor e a vida que estas palavras imprimiram os Espíritas do Paraná: “A quem na Terra foi discípulo de Cristo, apóstolo do Bem, exemplo de compreensão e renúncia; que soube sublimar a riqueza material, transformando-a em instrumentos de Amor e Progresso – preito de admiração, reconhecimento e saudade dos seus companheiros de ideal cristão.” No mesmo monumento, também foi incrustada a saudade carinhosa da esposa querida, expressa nesta delicada e maravilhosa síntese: “Imorredouras saudades de sua esposa.” Segundo Francisco Cândido Xavier, era ele uma coluna firme da Doutrina em nosso País e um companheiro de nosso movimento de Unificação.
Bibliografia consultada: 1.LOBO, Ney. Lins de Vasconcellos – o Diplomata da Unificação e o Paladino do Estado Leigo. Curitiba: Fep, 1997. 2.VASCONCELLOS, Arthur Lins e FRANCO, Divaldo Pereira. Lins, neste mundo e no outro. Curitiba: Fep, 2004. 3.Semeando a boa nova por um mundo melhor. Federação Espírita do Paraná. 1902-2012. Curitiba: Fep, 2012.
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Túmulo de Lins de Vasconcellos enquanto no jardim do Sanatório Bom Retiro |
Hospital Bom Retiro |
Lins de Vasconcelos |
Lins de Vasconcellos - traslado para o recanto |
julho/2013 - Por Mary Ishiyama Foi na tarde de 18 de setembro de 2012, que se realizou o traslado dos despojos de Artur Lins de Vasconcellos Lopes, da antiga sede do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro (Rua Nilo Peçanha, bairro Bom Retiro, em Curitiba) para Balsa Nova, no Recanto que leva seu nome. Tudo se realizou em ambiente tranquilo, onde era sentida a paz com que esse grande Espírito sempre nos brinda. Fizeram-se presentes o Presidente da Federação Espírita do Paraná – FEP, Luiz Henrique da Silva e esposa; o Primeiro Vice-Presidente, Francisco Ferraz Batista e esposa; João de Matos Lima, conselheiro; Clayton Reis, conselheiro, e sua esposa; José Virgílio Góes, Diretor do Departamento de Expansão do Movimento Espírita e Assessor da Presidência; Alexandre e Maderli Sech, do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro; Evandro Rabel e João Edson Alves, Diretor e Vice-Diretor do Departamento de Programação e Eventos Doutrinários; Maria Rabel, Coordenadora do Setor de Atendimento Espiritual na Casa Espírita; Lolari Caneparo e Magali Sanches, Diretora e Vice-Diretora do Centro de Educação Infantil Mariinha, de Campo Largo; Ana Maria Boschirolli, Diretora do Centro de Estudos e Pesquisas Espíritas; João Sérgio Boschirolli, do Departamento Editorial; Marco Antonio Negrão, gerente da FEP; Mary Ishiyama, Vice-Coordenadora da Área de Comunicação Social Espírita; funcionários e voluntários. A retirada dos despojos foi realizada, com muito carinho e respeito, lembrando o grande homem que habitara aquelas vestes. Um clima de emoção envolvia o grupo de corações amigos. Luiz Henrique agradeceu a presença de todos e, principalmente, a Lins de Vasconcellos pelo muito que fez pela Doutrina Espírita no Paraná e no Brasil. Foi realizado um culto ao ar livre, com a leitura inicial, por Marco Antonio Negrão, do capítulo Altar íntimo,do livro Fonte Viva, da psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel; em seguida, Francisco procedeu à apropriada leitura do item Missão dos espíritas, de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. João de Matos Lima, memória viva do Movimento Espírita no Paraná, proferiu sentida prece, relembrando feitos desse grande servidor de Jesus, agradecendo o muito que realizou e continua fazendo pela Federativa estadual e, naturalmente, pelo Movimento Espírita do Paraná. Os presentes, como lembrança do significativo ato, foram agraciados com a publicação da FEP, datada do ano de 2004: Lins, neste mundo e no outro, com especial dedicatória alusiva ao evento. Caía a tarde e o sol, qual imensa bola de fogo, projetava seus raios em direção ao local previamente escolhido, entre os pinheiros e o gramado imenso, no Bosque das Araucárias, quando a caravana dos amigos de Lins chegou ao Recanto. Sob as bênçãos da tarde, os pássaros que vieram se aliar, com seu canto, às emoções do momento, a urna foi depositada no seio da generosa terra, presente que, conforme as informações espirituais através de Divaldo Pereira Franco, era um presente de Lins à Federativa. José Virgílio Góes teceu considerações a respeito da vida de Lins, encerrando com as palavras escritas pelo próprio, algumas horas antes de sua desencarnação: Transmito ao papel essa exposição para que seja útil aos meus semelhantes. Os que dispuserem de muitos recursos, não se dispensem de realizar obras benéficas, em pequenas ou em grandes proporções. Uma coisa, porém, nunca descuidem: é a realização delas com a máxima humildade e buscando interessar nelas todo o mundo. Nunca desprezem o concurso dos que podem menos ou, aparentemente, são incapazes ou como tais se consideram. Procurem despertar neles as iniciativas modestas e verão como é possível e grandioso o desabrochar de forças desconhecidas. Todos são convocados ao trabalho demonstrativo dos sentimentos de amor ao próximo. Não tenho medo do que chamamos morte, mas não gostaria de partir sem deixar as coisas em ordem. Isso me atormenta mais que o fenômeno da “morte” em si mesmo. O que ora estou escrevendo é uma espécie de despedida. Sem tempo de meditar. Vou lançando os pensamentos como se estivesse conversando com os companheiros que vão ficar. Não há tempo para fazer literatura, nem corrigir nada. Cada um desculpará os erros, as repetições de palavras, o desalinho das frases. São três madrugadas que se foram. Terei tempo de prosseguir? – São quatro horas. Vou repousar. Se não tiver essa ventura… até breve! A prece, encerrando o ato, foi feita por Góes, ao som dos pássaros e do vento que salmodiava melodias entre a copa dos pinheiros. A bola de fogo do sol desaparecia, suavemente, por detrás das araucárias. A caravana foi se dispersando, retornando aos seus lares, com grande paz. A presença de Lins podia ser sentida na intimidade de cada um, nessa certeza de que a morte não extermina a vida e o bom trabalhador prossegue, no Além, as tarefas que o moveram enquanto na carne. O corpo de Lins recebeu todas as homenagens, e os despojos lá ficaram, no alto, em meio ao Bosque das Araucárias, o canto dos pássaros e a visita diária do sol… E o perfume da gratidão dos corações está materializado nas flores que lhe ornam a lápide.
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Túmulo de Lins de Vasconcellos agora em Balsa Nova, no Recanto que leva seu nome
Túmulo de Lins de Vasconcellos em Balsa Nova. Foto por Jackson Adriano Ferreira
Túmulo de Lins de Vasconcellos em Balsa Nova. Foto por Edizio Alencar Farias. |
Amor Infinito Tempo e Deus |
(Recebido em email de Leopoldo Zanardi, Bauru, SP) |
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